A tectónica de placas

 

(pormenor- adao cruz)

Tenho novamente entre mãos o magnífico livro “O Espectáculo da Vida”, de Richard Dawkins. Diz-me a minha filha, da área das bioquímicas e das físicas, que este livro é dos mais fascinantes que já leu, e aconselha-o vivamente a todos os amigos. Concordo plenamente com ela, e, por isso, voltei a lê-lo. Mesmo relido, cada página é uma surpresa e um hino à sabedoria.

Claro que as pessoas especialistas nestes assuntos da evolução, poderão rir-se da minha ignorância e da minha surpresa perante factos e fenómenos que eles conhecem bem. Não são coisas da minha esfera científica. Mas eu não me importo.

Estou neste momento a ler a teoria da tectónica de placas, esse deslumbrante fenómeno que está na origem da separação dos continentes. Antes, o alemão Wegener, tinha apresentado a sua teoria da deriva continental, ao fim e ao cabo aquela que ainda existia na minha cabeça. Todos os continentes do mundo tinham estado unidos num supercontinente gigantesco. Ao longo de um imenso intervalo de tempo geológico, este supercontinente desmembrou-se para originar, gradualmente e insidiosamente, os continentes de hoje, os quais começaram uma lenta deriva que ainda não acabou. Como se fossem jangadas ou navios gigantes assim se foram deslocando até às posições actuais.

Mas a moderna teoria da tectónica de placas é diferente. Toda a superfície da terra, incluindo o fundo dos oceanos, consiste numa série de placas rochosas sobrepostas como numa armadura. Os continentes que vemos à superfície não são mais do que espessamentos dessas placas, que fazem com que elas surjam fora do nível dos mares como enormes excrescências. Estas placas submersas e os engrossamentos que as trazem fora da água são a superfície do planeta Terra, a chamada litosfera, esfera rígida e rochosa que tem cerca de dez quilómetros de espessura. São estas placas que lentamente deslizam umas sobre as outras, em razão da força das lentas correntes de convecção de uma outra camada muito espessa, quente e semi-fundida que lhe subjaz e que se denomina astenosfera, e cujo movimento faz deslocar os continentes.

Esta forma simplista de descrever uma coisa tão complexa e gigantesca, é capaz de dar uma ideia do fenómeno àqueles que, como eu, são ignorantes nestas coisas.

Comments

  1. Luís Moreira says:

    Se calhar as duas teorias juntas dão uma ideia próxima da realidade.Aquele exemplo de juntar as duas costas (do Brasil e da África) e elas se “acomodarem” uma à outra dá que pensar.

  2. Está perfeitamente dentro desta teoria. Logo que tenha algum tempo, tento dar-te a explicação, aliás, teoricamente simples.

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