esta é de outro campeonato

Saramago – Pensar (Deus)

Com a devida vénia transcrevo uma parte da carta de uma leitora do Público, Céu Mota de Santa Maria da Feira.

…Quero reter na minha memória estas palavras de Saramago :”Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar”. Quanto a mim é um dos melhores ensinamentos que nos podia deixar como herança. A sua obsessão por Deus, apesar de ateu, veio-lhe porque nunca parou de fazer perguntas, não parou de pensar.

Aliás, não foi o único. Vergílio Ferreira, outro escritor português, tambem ele ateu e candidato ao Nobel, escreveu uma obra que é intitulada precisamente, Pensar (1991)…” a grande obsessão do homem é dar um sentido  à vida”…este último pensamento remete novamente para Saramago, numa frase que o Público deixou ocupar toda uma página: ” A nossa maior tragédia é não saber o que fazer com a vida”.

Deus está muito na cabeça dos escritores ateus, mas tambem na dos cientistas. Alguns querem conhecer a “música de Deus”…recriar o momento do BiG_BANG e, quem sabe, a partícula elementar, a partícula de Deus”. Por seu turno, ” há neurocientistas que se propõem encontrar o ponto de Deus, no cérebro…

” a necessidade de se ser homem, ou seja, Deus, pela sonho da definitividade. É o sonho mais obsessivo (…)

PS: está no Público em “cartas à directora”, página 42!

O Importante é Andar com a Cabecinha Erguida

Não nos importem as dificuldades que este governo nos impõe.

Não nos interesse o quanto o fisco nos tenha depenado.

Não nos preocupemos com a fome e o desemprego que grassa no nosso País.

Não nos importe o sexo que o governo quer fazer connosco.

Mantenhamos a nossa auto-estima acima de tudo.

E tudo isto porque: [Read more…]

SCUTS – residentes não pagam!

Aí está a proposta de Sócrates, quem reside na área ou trabalha na área não paga bem como as empresas. É fácil de implementar, trata-se de uma discriminação positiva que parece razoável e sensata.

Não se percebe ainda se as SCUTS serão estendidas a todo o país ou se esta proposta é para fazer passar as do norte.Se for este o caso é um presente envenenado que os nortenhos devem ,de imediato, repudiar. Principios são principios e a universalidade é a base da justiça, no caso.

SCUTS em todo o país com discriminação positiva para quem vive e trabalha na área! Vale a pena a sociedade civil  lutar, teríamos um país bem mais justo com uma sociedade civil forte e empenhada!

Senhor Primeiro Ministro

solicitamos agrupamentos escolares

Senhor Primeiro Ministro. Com respeito mas com firmeza

A frase que intitula este texto acabou por ser famosa quando escrevi uma carta aberta à anterior Ministra da Educação. Era minha para ela. Mas, desta vez, a frase continua a ser minha para ser usada por si.

É sabido que governa em minoria e de todo não tem tido nenhuma ideia sábia na nomeação dos ministros do Ministério da Educação. O que aconteceu que a anterior ministra, já é parte da História, nem vale a pena lembrar mais, está em todos os blogues, sítios da Internet, da nossa curta cadeia de comunicação. Era mais fácil e rápido telefonar e dizer-lhe as minhas palavras. No entanto, a palavra escrita perdura, enquanto as faladas as leva o vento, ou são manipuladas ou esquecidas. O respeito e a firmeza não são palavras minhas para si. É uma frase para o Senhor Primeiro-Ministro nunca esquecer: respeito pelos seus eleitores e firmeza nas suas decisões.

Respeito pelos seus eleitores, parece-me que tem, apesar de muitos falarem mal de si, especialmente os seus colegas dos partidos da esquerda portuguesa, e ainda mais os seus rivais que lhe disputam o poder, do CDS-PP e do PSD. Dá-me a impressão que nenhum deles tem visto, nem está muito interessado, o que acontece na educação no nosso País. Bem sei, pelos meus antigos estudantes, hoje deputados da nossa Assembleia, que visitam os seu eleitores, sobretudo, em períodos pré-eleitorais, mas sei também que os melhores informadores dos deputados são os jornais que lêem, os jornalistas que comentam e os noticiários da rádio e das televisões. Foi Mário Soares quem inaugurara o que passaram a ser as Presidências Abertas. Bem como Jorge Sampaio. Eram programadas, avisadas atempadamente, e eles ouviam e debatiam ao pé do rio, à sombra das árvores de um mato, e o Presidente enviava o que entendesse à Assembleia. Na maior parte dos casos, eram as problemáticas do povo que tinha depositado neles a sua Soberania, para a Assembleia legislar. Como também faz o Senhor PM. Visita, ouve, está informado, como se fosse um Primeiro-ministro em trabalho de campo, como fazemos nós, os Antropólogos, especialmente os que dedicamos o nosso saber à Educação e à etnopsicologia da infância.

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Scut: Ou tudo, ou nada?

A discussão em volta das Scut trás, como seria previsível, ao de cima as limitações patológicas dos nossos putativos políticos.

Uns, como Rui Rio, porque querem emergir como líderes regionais e quaisquer outros horizontes lhes toldam a vista e dão vertigens. Outros, como Passos Coelho, porque abdicam da consciência da realidade em favor de princípios incipientes que, aparentando justiça e igualdade, são injustos e desiguais e que, no final, evidenciam apenas as suas limitações políticas, bem como a sua falta de coragem, de capacidade decisória e de discernimento. Quando um político, num caso de complexidades várias como este, se limita a dizer “ou tudo ou nada“, está a demitir-se da própria política e a assumir que apenas lhe interessa o mero taticismo de circunstância e que não sabe do que fala, nem mede as consequências do que diz.

Sendo o conceito de Scut um erro do antigo ministro Cravinho, que fez o que hoje todos fazem (construir sem ter dinheiro para pagar e chutar a bola para os que vierem depois), a verdade é que resolvê-lo com justiça e sentido de realidade se afigura mais difícil do que engendrá-lo. Porquê? Porque as realidades mudaram, porque as pessoas adquiriram hábitos, porque em alguns casos as alternativas se desmantelaram, porque segmentos das antigas estradas nacionais se munipalizaram, porque com a existência das Scut cessaram os investimentos em transportes e vias alternativas, porque se alteraram prioridades, etc., etc.

Que a generalidade das Scut deveria ter sido taxada desde o início (donde nem Scut se chamariam) é um facto. Mas, como se diz, cada caso é um caso e deveria ser resolvido em função das realidades envolventes e não com declarações bacocas de princípios, ou com o manto dos egoísmos regionais a pretenderem confundir as questões. Há actuais Scut que devem passar a ser pagas e outras que, pura e simplesmente, não devem, nem podem. Sem estradas nacionais alternativas, sem autocarros regulares, sem comboios eficientes não se pode abdicar delas. [Read more…]

O gadgetismo

POR SANTANA CASTILHO

A dúvida assalta-me a cada nova acometida: a sucessão das etapas desagregadoras da educação nacional foi planeada à distância? Olho para os protagonistas e logo rejeito. Mesmo para urdir estrategicamente a maldade mais odiosa é necessária uma inteligência que não possuem. Actuam à bolina e move-os um só desígnio: embaratecer o custo do trabalho honesto de muitos para enriquecer uns tantos, protegidos pela “burka” da legalidade podre que corrói o país. Anima-os uma cultura: o “gadgetismo” bacoco. Suporta-os o sonambulismo cívico da nação.

Aos Magalhães, aos quadros interactivos e a toda a corte de “gadgets” electrónicos, enganosos salvadores da ignorância que floresce, acrescentam-se agora os “gadgets” pedagógicos e organizacionais do momento: a “learning street” e os megas – agrupamentos de escolas.

Sob os auspícios da Parque Oculta, dizem-me que José Trocado executa o comando de José Trocas-Te: um mega agrupamento de escolas por concelho. Exagero ou não, tanto faz. [Read more…]

Vamos poupar jogadores com o Brasil?

Jogamos 6 ª feira com o Brasil e 2ª feira com o Chile(?) ou a Espanha, são dois dias de descanso, muito pouco para recuperar, vamos poupar jogadores na 6ª feira com o Brasil, já que o apuramento está garantido?

Ficar em segundo ou em primeiro tem muito interesse, apanhamos com a Espanha ou com o Chile(?), ora a Espanha já escorregou o que tinha a escorregar, é muito dificil, se calhar bom mesmo é ficarmos em segundo para fugir à Espanha.

Poupar quem? Tirar o Miguel e meter o Paulo Ferreira, não levanta problemas; tirar o Ricardo Carvalho e reunir os centrais do Porto, com a rotina que têm a jogar juntos, o risco tambem não é grande. A partir daqui é  de doidos! O Coentrão pode e deve ser substituído pelo Duda que é um jogador que dá garantias, habituado a jogos em que é preciso defender bem, e o Coentrão desgasta-se muito; o Pedro Mendes pode ser substituído por quem? Pelo Pepe que não joga há seis meses? Ou pelo Veloso? E o Raul, poderá ser substiuído pelo Deco que descansou ontem mas que está magoado ? O Tiago só tem um jogo nas pernas poderá jogar sem problemas? Poderá entrar quem? O Amorim, está magoado, dará garantias?

E na frente? O Ronaldo verá com bons olhos ser substituído ainda por cima contra o Brasil? Que falta que faz o Nani! Entra o Dani mas não é a mesma coisa, nem por sombras. E o Simão ? E na frente Liedson ou o Hugo? O Hugo jogou quase o jogo todo contra a Coreia, mas colocar o Liedson contra o Brasil?

Pela primeira vez tenho pena do Queiroz, vai dormir muito mal…

o processo masculino feminino

o processo do amor correspondido

como era quando eramos novos...

O grande debate da actualidade é: ser homem, ser mulher, namoro heterossexual, namoro do mesmo sexo, namoro entre um mais novo e um mais velho. Enfim, namoros que nem precisam acabar numa relação íntima de dois no mesmo leito, ou nas últimas filas de um cinema de bairro. Namoros de flirt, como diria Georg Simmel (1917, Fundamental Questions of Sociology), que soube retirar da construção da sociedade civil a heterogeneidade da interacção emotiva, como lembra nos seus textos Josepa Cucó. A procura da denominada liberdade feminina a par da masculina, tem sido o discurso que ao longo dos Séculos perpetuou a ideia de que a masculinidade tem sido a espada de Damocles, que parece guardar a feminilidade para a masculinidade. Dois conceitos muito falados e definidos por John Locke desde 1666, e anteriormente, por Aristóteles, recuperados por Avicenas no Século IX, ao modificar as teorias muçulmanas de Fathoma, a filha de Mohamed, a quem ele ditara o El (al) Corão para orientar o comportamento não cristão entre homens e mulheres. E por Tomás de Aquino em 1256, ao usar Avicenas para escrever o seu famoso tratado de Suma Teológica, texto que ia queimando por heresia o acreditado pensador da divindade, do lucro de homem e mulher (à laia da Shakespeare e os seus Montagius e Capulletos), da poligamia e as suas inconveniências pelos ciúmes entre as mulheres deste tão alto marido, incapaz de poliandria. Avicenas e Aquino, falam de paixão, falam da relação entre homem e mulher, da solidão que subordina a segunda ao primeiro, e da vida pública que define o macho como entidade masculina, um pater famílias que sabe mandar e comandar, muito embora, não saiba cozinhar ou remendar roupas. Esses dois elementos do processo masculino – feminino, fundamentais para um ser humano se manter na História. Masculino e Feminino, também abordados por Freud em 1885 e 1906, ao definir a sexualidade como o motor do desenvolvimento da vida, com uma parte a evitar: thanatos, a morte material eterna, ou em vida ao ficar fora da História, fora da memória das pessoas.

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