Armando Vara tem um curriculum marcado pela eficácia. Do ponto de vista académico, em 2004, sem licenciatura do curso antes frequentado na Universidade Nova de Lisboa, obteve um diploma de Gestão Pós-Empresarial do ISCTE. Posteriormente, a três dias de ser nomeado Administrador da CGD, obteve a licenciatura da extinta Universidade Independente, a tal que examinava ao Domingo os alunos – José Sócrates é a cabeça de cartaz – com testes resolvidos e enviados por fax. Inglês Técnico, Física Quântica, o Electrão e o Positrão, e outras áreas científicas, integravam o programa de matérias complexas. Ao alcance, apenas, de sábios, de que a governação da nação se vem valendo há anos.
O coitado do Vara – esqueçamos o infelizmente inesquecível José – vivia tranquilo. Uma vidinha simples e recatada de empregado de balcão da CGD em Vila Real e, azar dos azares, desencaminharam o homem para funções partidárias e governamentais na capital. Uma espécie de “americano em Paris”, subitamente e a “Bem da Nação”, sem mais nem ontem está envolvido em trapalhadas da governação. Para cúmulo, oriundo de Vila Real, cidade premonitória da política à portuguesa.
O modesto Vara veio por aí a baixo. Algum tempo depois, deparou-se-lhe um percalço: integrou o Governo de António Guterres e, em 2000, viu-se forçado a pedir a demissão das funções de Secretário de Estado, devido a irregularidades cometidas na Fundação para a Prevenção da Rodoviária Nacional, que antes fundara. Um primeiro azar.
Mas, quando os azares invadem a vida de um homem, é uma verdadeira praga. Assim, em 2009, foi constituído arguido no processo ‘Face Oculta’. Neste processo, o único arguido em prisão preventiva é o sucateiro Manuel José Godinho que, segundo a imprensa, é diabético e sofre de graves problemas de saúde, com risco de morte. A ser verdade, fico perplexo com a insensibilidade de quem determinou e mantém a medida. Ainda mais, porque o que veio a lume se confina a uma oferta de caixa de Robalos a Vara. Este bateu-se com o peixe grelhado e o Godinho continua de grelha.
Mesmo com a pitança dos Robalos, Vara sentiu-se injustiçado e a seu pedido foi ao Tribunal Central de Instrução Criminal contestar ter sido acusado de três crimes, sem que tenha sido ouvido sobre dois deles. Compreendo as razões do Vara. Porém, o que os cidadãos necessitam de saber é, se existiram, os crimes cometidos por Vara e mais 35 arguidos acusados pelo Ministério Público. E se sim, que os julguem com celeridade, condenando-os ou considerando-os inocentes.
Afinal os arguidos são trinta e cinco ou trinta seis ou há mais? Ou, questionado de outro modo, QUANTOS PORCOS TEM UMA VARA? Pergunta de resposta difícil.
Custa admiti-lo, mas Armando Vara representa toda a lata possível e imaginária que existe no politico português. Com gentalha assim, quem é que quer inimigos? Pior é mesmo votar nos “amigos do costume”, PS, PSD e CDS. Alguém quer formar um partido baseado no masoquismo hardcore? De certeza que ganharia…:)
Felizmente que com este (e a este) nível não haverão muitos !
na casa a onde nao tem pao todos brigam e ninguem tem razao a muito antiga mas a correta