E agora que venha o Barcelona

O melhor jogo da temporada portuguesa foi, de muito longe, o FC Porto – Braga. Simpático da nossa parte oferecer uma réplica ao mundo. Claro que final é final, e réplica não é o original. Mas foi entretido, embora tenha faltado o golo do Braga, e os que se lhe seguiriam.

Coisas que orgulham a pátria: Helton diz ao árbitro que não sofreu falta (também é verdade que ia dar ao mesmo) e a saída de campo dos jogadores do Braga, passando por um respeitoso túnel formado pela equipa do Porto. Mais duas razões pelas quais o Braga mereceu eliminar os apóstolos da luz apagada.

Próxima etapa: a supertaça a disputar com o vencedor da Liga dos Campeões parece que é no Mónaco. Muito perto da Catalunha? Que venha o Barça. Eu sei que profecias só no final do jogo, mas esta já a fiz.

Novas Oportunidades: enquadramento do facilitismo

A função docente, entre muitas outras coisas, junta duas qualidades que entram em conflito frequentemente no Portugal hodierno: por um lado, o professor é um funcionário inserido numa cadeia hierárquica, o que o obriga à obediência aos superiores, entre outros deveres; por outro lado, é um técnico altamente especializado em questões educativas e científicas, o que o impede de exercer as suas funções de um modo mecânico e indiferenciado, como Chaplin a apertar porcas em Tempos Modernos.

Não pode, evidentemente, o professor desfazer-se de qualquer uma daquelas qualidades, sob pena de trair a função que desempenha. É essa a razão que leva os professores a serem cúmplices e críticos do facilitismo imposto há vários anos no sistema de ensino, com destaque muito negativo para os últimos seis anos.

O facilitismo está patente em vários campos, como, por exemplo, nos currículos ou no estatuto do aluno. A principal, quando não única, preocupação dos vários ministros, pelo menos desde os tristes tempos cavaquistas, prende-se com o sucesso educativo, confundido com estatísticas de aprovações.

Com as ministras de Sócrates, o discurso acéfalo contra as reprovações atingiu o paroxismo: o que interessa é forçar as estatísticas, mesmo que isso se faça à custa das aprendizagens, mesmo que vá contra tudo o que é essencial na Educação (o empenho, o civismo, a assiduidade, o rigor), mesmo que seja preciso aproveitar todas as não-notícias (como o caso dos resultados dos testes PISA 2009).

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Oportunidades perdidas

Há causas que por muito justas que sejam estão condenadas ao fracasso. O ataque do PSD às Novas Oportunidades foi uma delas. Por um lado não foi uma ideia muito inteligente colocar em causa umas centenas de milhares de eleitores que obtiveram um diploma por processos de RVCC sem terem adquirido competências algumas ao longo da vida, tirando aquelas que a vaga leitura da Bola e da Maria proporcionam. Percebo a intenção de agradar aos professores (e mesmo entre estes muitos contratados sempre agradecem o horário), o resto foi um tiro desproporcionado.

O PS chamou-lhe um figo. Num instante deu gás à máquina:

Depois da troca de acusações entre PSD e PS a propósito do programa Novas Oportunidades, a Agência Nacional para a Qualificação (ANQ), (…) recebeu um pedido para que fossem recolhidos testemunhos abonatórios que pudessem ser utilizados na sessão do PS com José Sócrates e o cabeça-de-lista por Lisboa, Ferro Rodrigues.

O CM sabe que foram também enviados e-mails a funcionários dos centros em que se pedia para comentarem notícias relacionadas com declarações do presidente da Agência Nacional para a Qualificação, Luís Capucha, nas quais este atacava o líder do PSD, considerando “insultuosas” as suas palavras sobre as Novas Oportunidades.

Isto resolvia-se muito bem se aparecessem os milhares que tinham mesmo competências, e ganharam um diploma ridicularizado. Mas não aparecem, porque para isso nem a oposição toda teria máquina, quanto mais gás.

Ficou uma anedota: Miguel Sousa Tavares quer fazer um exame sobre competências adquiridas ao longo da vida. Eu também não percebo nada de mecânica, mas não opino sobre pistões e embraiagens.

via Paulo Guinote

Declaração de voto: faça a sua

Com eleições a aproximarem-se, com os partidos a manterem distâncias relativamente fixas nas sondagens, o Aventar dá voz ao (e)leitor, convidando-o a expressar-se e a influenciar, se possível, os resultados finais. Pronuncie-se, tenha uma palavra a dizer, a tribuna é sua.

Porque devemos votar ou não votar, porquê num certo partido e não noutro, porquê num certo candidato em vez de outro? Qual a sua opinião?

Faça a sua declaração aqui ou, se preferir, na caixa de comentários deste post.

Bandex, Sócrates e o Amor

Eles voltam a atacar. “O Amor não é para ser entendido, é para ser vivido“.

Depois de 6 anos a aturar o amor de Sócrates pelos portugueses, preferia ter só entendido.

Conclusões e Propostas

Terceiras Jornadas de Direito do Consumo de Trás-os-Montes, em Mirandela (17 de Maio de 2011):

I – O Papel do Estado e dos Municípios na Protecção do Consumidor  

  1. Que o Estado cumpra em absoluto o que prescreve o n.º 1 do artigo 1.º da LDC – Lei de Defesa do Consumidor – quando se põe a seu cargo o “contribuir para o funcionamento das instituições de consumidores”, o que – no que nos toca – tem vindo a ser clamorosamente ignorado e negado de modo ostensivo, numa discriminação abominável, que há que fazer sustar.
  2. Que o Estado dê execução às políticas de educação e formação para o consumo, de harmonia com o que o artigo 6.º da LDC imperativamente estabelece, constituindo, no quadro actual, verdadeira letra morta um tal dispositivo.
  3. Que o Estado cumpra o que no artigo 7.º da LDC se lhe impõe, a saber, o de oferecer aos consumidores informação para o consumo, designadamente através dos serviços públicos de radiodifusão áudio e audiovisual, o que ora se não observa de todo, numa criminosa omissão que há que suprir-se instantemente.
  4. Que se criem nos Municípios, onde os não haja, Serviços Municipais de Consumo, dada a premência, sobretudo em tempos de crise, de estruturas a que os munícipes possam recorrer a fim de lograrem soluções para os seus problemas enquanto consumidores. [Read more…]

Eu, hoje, sou do Braga, olé,olé

E, se tivesse comprado o bilhete há seis meses, como estes adeptos benfiquistas, também era do Braga desde pequenino.

Só espero que joguem de vermelho.

Carta do Governo para a Troika – Em Português

AVISO!

No dia 1 de Junho, foi publicado no site do FMI uma tradução do MEPF (carta do governo para a Troika), ao que tudo indica não tem diferenças para a versão que traduzimos aqui no Aventar. Pode consultar esta versão em:

 


 

Nestes últimos tempos não se tem falado de outra coisa senão do acordo com a Troika. Os partidos fazem acusações entre si, a comunicação social vai vivendo destes pequenos atritos e os pundits produzem os respectivos sound bites. Depois de analisarmos toda esta barragem de comunicação, conclui-se que a triste verdade é que ninguém parece estar interessado em deixar os portugueses pensarem por eles mesmos. Decidimos por isso avançar com a tradução da Carta do Governo, o Memorando de Política Económica e Financeira.

Para ajudar à navegação, lembrar que dos documentos da Troika, constam três memorandos:

  • Memorandum of understanding on specific economic policy conditionality (MoU) – foi o trabalho que traduzimos em primeiro lugar aqui no Aventar – foi enviado ao BCE e à CE;
  • Memorandum of Economic and Financial Policies (MEFP) – é o documento que publicamos neste post – foi enviado ao FMI;
  • Technical Memorandum of Understanding (TMU) – este documento não está ainda disponível em Português, pode-se consultar em: 20110517-TMU-en.pdf (PDF 129 kB)
    Este documento não tem tanto interesse como os dois anteriores dado que o conteúdo é quase todo composto de definições e preceitos usados pela Troika.

O documento MoU é o mais popular dos três e foi escrito pela Troika. O MEFP foi divulgado em simultâneo com o MoU e é a tal “carta” que Louçã citou no debate com Sócrates sobre a TSU (Taxa Social Única) – ver parágrafo 39. É um documento oficial onde o Governo anuncia o que vai fazer a troco do apoio financeiro. Foi entregue à Troika e é referido por diversas vezes no MoU. O MEFP mostra o futuro agreste que nos espera, bem diferente das suaves comunicações que têm sido feitas sobre o “bom acordo” que foi alcançado.


Revisão de: 2011.05.20 00:05

Índice

A. Introdução e perspectivas macro económicas
B. Redução da Dívida Pública e Défice
C. Racionalização do Sector Público
D. Proteger o Sistema Financeiro quanto a desalavancagem
E. Aumentar a competitividade através de reformas estruturais
F. Assuntos programáticos
Créditos


Formatos para download:

Disponibilizamos este documento em formato PDF:


NOTAS:

  1. Este é um trabalho em progresso só estará concluído depois de ter sido devidamente revisto. Assim pedimos aos nossos leitores para nos alertarem sobre quaisquer tipos de erros que possam encontrar. Estamos neste momento a fazer uma revisão de português e a seguir sofrerá uma revisão técnica.Podem deixar comentários, ou então escrever para aventar.blogue@gmail.com (se forem revisões mais longas preferimos que seja por mail);
  2. Pode consultar uma cópia do original em inglês aqui (PDF – 63.4kB);
  3. Tentámos seguir as convenções utilizadas no documento original.

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PPM

Acabo de ver no Jornal da Tarde da RTP a entrevista a Paulo Estevão, Presidente do PPM.
Por incrível que pareça, não lhe perguntaram, ao contrário do que aconteceu na semana passada com José Manuel Coelho, quais eram as fontes de rendimento da sua campanha.

Homossexuais e bestas…

E existe um psiquiatra que é uma besta, excepto se me conseguir demonstrar que a homossexualidade afecta a capacidade de tomada de decisão do líder político a quem se refere. Espero que ao fazer tal informação, o psiquiatra não tenha violado qualquer sigilo profissional, porque aí, passaria de besta a canalha…

O(s) Africano(s)

D. Afonso V já tem sucessor: temos um novo Africano, também apelidado de “Obama de Massamá“.

(Foto do IOnline)

FC Porto – Braga: Dublin é hoje

Desde a minha Carta de Amor a Dublin, debrucei-me sobre alguns aspectos da vida em Dublin: os pubs, a cerveja, a música (nos pubs), a Guiness, o Temple Bar (e os seus pubs), o que se come, o que se bebe (nos pubs).
Falta uma referência ao que de mais importante Dublin tem: as pessoas. Não é que seja grande viajante pela Europa e pelo mundo, mas já conheço uma boa mão-cheia de países. E nunca, até hoje, vi pessoas tão simpáticas como as de Dublin. De uma simpatia, hospitalidade e disponibilidade ímpares.
São pessoas que fazem de Dublin a cidade que é. Uma cidade que não tem propriamente grandes monumentos (não terá um único), mas que tem um ambiente formidável e único.
E agora, que venha a bola.

Estação de Lisboa Santa Apolónia

Meados da década dos Beatles. Estão presentes duas locomotivas eléctricas da série 2500, as primeiras da CP para a voltagem de 25 kV, inaugurada em 1956 no âmbito de um esforço de modernização pós-guerra de várias redes ferroviárias europeias. Durante mais de uma década, e na principal via férrea do país, circularam lado a lado comboios a carvão, a gasóleo e eléctricos. Estas locomotivas foram recentemente desligadas da ficha, meio século de bons serviços prestados.

O imaginário das crianças: Os silêncios da cultura oral – Bibliografia

Bibliografia

A Bíblia (500 a.C.-150 d.C.), Verbo, Lisboa, 1976. Há versões anglicanas, católicas romanas, calvinista, luterana, presbiteriana e outras.

Agostinho, Santo (Agostinho de Hipona) (367), o Livre Arbítrio, Braga, Faculdade de Filosofia, 1986.

—, (397), Confessions, Thomas Nelson & Sons Ltd, Londres, 1937.

—, (412-426), La Ciudad de Dios, ed. Porcia, Buenos Aires, 1988.

Alcorão (651-652), Europa-América,Lisboa, 1989.

Allende, Isabel (1982), La casa de los espíritus, Plaza & Janés, Barcelona. [Read more…]

Ontem em Espanha

Lutam pelo mesmo que leva as pessoas à rua um pouco por todo o mundo.

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