Na Madeira as eleições são a fingir

Tem andado a atarantada direita a proclamar que Alberto João Jardim não passa de um “socialista” (eles pensam que o PS é socialista, e o CDS provavelmente centrista), que fez por lá o mesmo que se fez por cá.

Deixando de lado o ridículo da comparação, este negacionismo parte do pressuposto que a Madeira sendo território português vive sob a alçada da Constituição da República. Não é verdade.

Na Madeira nunca houve 25 de Abril: Alberto João Jardim, empurrado pelo bispo local, tomou o poder e manteve a ditadura, com chapeladas eleitorais, uma rede de clientelas e negócios, típica de qualquer oligarquia. Desde a comunicação social que controla (e nós pagamos), ao futebol que sustenta (idem aspas), passando pela dependência do estado, empregador mor da coutada, digamos que fez por ali o que Marcelo Caeteano talvez tivesse feito por cá, não fosse a questão colonial.

Os sucessivos governos, poder judicial e presidentes deixaram andar. Uns por medo, outros por acordo tácito, todos com receio de perderem votos. No caso do poder judicial (e policial) nunca percebi, mas como todos os fenómenos deve ter uma explicação.

A última prenda vem na forma do “falei de mais” de hoje.  Chego a pensar que Passos Coelho faz destas para aparecer publicamente como um homem que assume erros, o que não é despiciendo, tendo em conta o que nos habituámos durante 6 anos. Foi o primeiro ajoelhar, outros se seguirão.

A Madeira não vai pagar a sua dívida e vai continuar a chular o continente. Ponto final. É quanto queiram apostar, e aqui se começará a provar que a troika apenas vai meter na ordem os direitos do trabalho. Parágrafo.

Tantos Russos…

Não sabia que tinha tantos amigos conhecedores da língua russa. O meu telemóvel quase que bloqueia com tanta mensagem em russo. Só ainda não percebi o que querem. Serão insultos ou palavras amigas?

Já dizia o outro: o primeiro milho é para os russos…

Janela de um passado…

Pedro Noel da Luz

Associação Recreativa, Desportiva e Cultural “Os Lusitanos Sodomizados”

Portugal deve fazer esforço colectivo para corrigir desequilíbrios, diz Barroso

Imagine que, por alguma razão, o leitor faz parte de uma Associação e paga as suas quotas, mensalmente. Uma Associação séria, note-se, coisa com estatutos e tudo, com objectivos sociais, preocupações de benemerência, interesse em criar um Centro de Dia, a garantia de que há-de haver um infantário, a compra de uma mesa de matraquilhos, seja lá o que for. Ao fim de algum tempo, descobre que a rapaziada que, durante uns anos, alternou na direcção andou a meter uns dinheiros ao bolso, próprio ou próximo, gastando-o em jantaradas ou empenhando-o em negócios arriscados ou contratando amigalhaços em empreitadas mais ou menos desnecessárias, levando a que a Associação resvalasse para terrenos próximos da bancarrota. Diga lá, ó leitor, o que faria ou o que diria se algum iluminado lhe viesse dizer:

– Ó pá, os gajos da direcção gastaram mal o dinheiro e agora os sócios têm de fazer um esforço colectivo para corrigir os desequilíbrios!

Eu faço uma pequena ideia do que diria, mas vou guardá-la para mim, até porque o cheiro a cherne podre mexe-me com a pituitária.

Sábado à tarde

Em Lisboa também há. Imagem da Gui.

Galeria a céu aberto

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Barricados no Jornal da Madeira

O Jornal da Madeira é uma vergonha, sabe-se. Corrente de transmissão do jardinismo, veículo da publicidade do governo regional paga a preço de ouro, subsidiado pelo erário público, distribuído gratuitamente com o duplo objectivo de, por um lado, amplificar as “verdades oficiais” e a glorificação do PSD/Jardim e, por outro lado, retirar circulação e reduzir a capacidade de informar dos outros jornais madeirenses, o Jornal da Madeira está, neste momento, a ser palco de uma contestação no interior das suas instalações por parte dos candidatos do PND

Vamos passar da legítima defesa à acção directa.”

A frase não é inocente. Depois da legítima defesa de Alberto João contra o governo central, a acção directa do PND contra um uma das praças fortes do poder regional . A Madeira é cada vez menos um Jardim.

Pensar sem palas

Santana Castilho *

1. Eles serão fortes enquanto formos fracos e a indignação for só dalguns. Só pararão quando estivermos secos como os gregos e apenas nos restar o coiro, esbulhado todo o cabelo. Nas últimas semanas, depois do Instituto Nacional de Estatística e do Banco de Portugal terem “descoberto” o que muitos sabiam há anos, a degradação da política expôs-se em crescendo. Dum lado, reclama o PS contra o escândalo da Madeira. Do outro, grita o PSD que a responsabilidade pelo buraco do continente é do PS. Os dois têm razão. Porque os dois são culpados. Os notáveis do costume, alguns deles outorgantes da impunidade que protege a política, emergiram do ruído pedindo leis que sancionem os que gastam o que não está autorizado. Como se o problema fosse da lei, que existe e é ignorada, e não fosse dessa espécie de amnistia perpétua que decretaram. É, assim, fácil prever como terminará o inquérito que o Procurador-Geral da República determinou. O destino dos mesmos é o de sempre: sem o mínimo incómodo, muito menos de consciência, uns, eles, continuarão a dizer aos outros, nós, cada vez mais sufocados, que temos que pagar o que (não) gastámos.

Sobre a Madeira, um notável de Bruxelas mostrou surpresa. Estava em Wroclaw, na Polónia, com todos os ministros das finanças da Europa. Foram para decidir sobre a Grécia, que se afunda e arrastará com ela a Europa e o euro. Não sei quanto gastaram, mas foi muito. Sei que decidiram coisa nenhuma. Sobre a Madeira, outro notável, o presidente da nossa República, disse com ar grave: “Ninguém está imune aos sacrifícios”. Estava nos Açores, onde teve a oportunidade de apreciar o “sorriso das vacas” e verificar que “estavam satisfeitíssimas, olhando para o pasto que começava a ficar verdejante”. Não sei quanto gastou, mas não terá sido pouco. Disse-me Rita Brandão Guerra, deste jornal, que Sua Excelência se fez acompanhar de 30 pessoas, 12 seguranças, dois fotógrafos oficiais, médico e enfermeira pessoais, dois bagageiros e um mordomo inclusos.

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A matemática é uma coisa fácil

Temos que Valorizar Quem nos Dignifica

O que seria da jovem e madura democracia portuguesa sem a dignidade e elevação que lhe confere Alberto João Jardim?

 

Turmas CEF: O testemunho de um professor enxovalhado

Hoje sofri bullying dos alunos. Já participei tudo e vou queixar-me ao meu advogado e ao Estado português. Nem imaginam como me impressionou, logo a seguir à minha aula, ver um colega completamente desesperado com as lágrimas nos olhos, pois ele nem a chamada consegue fazer. O director tem de actuar forte e feio.
A mim, ao fim de mais de 20 anos de carreira, deram-me este mimo: «O professor é uma merda e vir às suas aulas é uma merda»… Arrotaram e deram pus… Colocaram phones, levaram bola, bateram nas carteiras e cantaram… não sei como me segurei. Algumas vezes, penso que vou fazer uma asneira e arrepender-me para o resto da vida… nem me conheço… fiquei calmo, calmo, mas duma calma doentia…
O meu advogado disse-me isto: se alguma vez eles lhe levantarem a mão para si, não responda. Saia e faça queixa, mas não se atire a eles… eu acho que me ia dando uma coisa hoje! Um vagabundo a dizer-me aquilo é surrealista…
Estou doido da cabeça – pior … Pela manhã, pela minha janela, outra turma… um tipo penso que tentou passar ou vender tabaco ou droga… Eu disse ao vagabundo «Senta-te já». Respondeu-me «Cale-se» e pediu dinheiro … para comprar lá fora.
O director esteve na sala, chamei-o, mas isto já não vai com directores… A certa altura, quando ele ia a sair, há um malcriadão que lhe diz, nem sei se ele se apercebeu ou fez de conta, «feche a porta por causa das correntes de ar»…
Perante isto não tenho mais nada a comentar, a dizer, simplesmente que não tenho saúde para isto. É uma relação de provocação contínua nos CEF’s [Cursos de Educação e Formação]. Impossível, a nossa profissão… esta não foi ensinada nem no estágio, nem na experiência, nem na faculdade… isto passa já para a secção de delinquência e psicologia.

(Enviado por um professor devidamente identificado que solicita o anonimato)

Ter a dúvida é…

Pedro Noel da Luz