A profanação do euro pela S&P

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Fonte: Presseurope

Inspirado nas imagens, essas a meu ver humanamente condenáveis, de um acto de soldados norte-americanos, um cartoonista ilustrou assim a decisão da Standard & Poor’s, anunciada 6.ª feira, de baixar as taxas de notação financeira – os célebres “ratings” – de vários países europeus.

Trata-se, de facto, de uma alegoria bem humorada. Em especial, também agradou aos mercados, beneficiando de mão beijada da oportunidade de fazer disparar as taxas de juro de dívidas soberanas e de outras que lhes estão associadas. Segundo o ‘Jornal de Negócios’, o aumento da taxa da dívida portuguesa já atingiu 100 pontos (+1% em linguagem clara).

A Comissão Europeia continua a reclamar que os cortes da Standard & Poor’s são injustificados. Barroso & Cia. têm sempre de dizer algo, para demonstrar que ainda existem. Se não tem poder perante o casal Merkozy, menos ainda é possível que a S&P leve a sério o que diz a Comissão Europeia.

Em síntese, há um conjunto de vítimas de profanação. O euro, a Zona Euro, a Comissão Europeia; acima de tudo, nós cidadãos estamos profanados e bem profanados!

Comments

  1. kalidas says:

    “Não demos o dinheiro dos contribuintes aos bancos”

    Fredrik Reinfeldt, WEF. Davos, 28.01.2011. Explicando porque razão a Suécia estava assim e os outros estavam assados.

    *O caso da UE é um grande e inspirador sucesso histórico do mundo moderno, possívelmente de todos os tempos; paz, prosperidade e democracia florescendo onde antes havia campos minados e arame farpado*

    O Euro e o Projecto Europeu. 03.01.2011; Paul Krugman. Prémio Nobel de Economia 2008.

  2. Carlos Fonseca says:

    Kalidas,
    A Suécia e não esqueçamos a Islândia.
    Na Irlanda, pelo contrário, já se discute a necessidade de um 2.º resgate:
    http://www.independent.ie/todays-paper/johnny-fallon-joan-burton-was-simply-telling-an-obvious-truth-on-a-second-bailout-why-silence-her-2989906.html

  3. MAGRIÇO says:

    Tirando a minha própria, modesta e doméstica, nada percebo de economia (e, a julgar pelo que se passa no mundo, os economistas também não…), mas não deixo de ficar perplexo com o facto destas agências, que me parece serem dominadas pelo capital privado, terem tanta influência na economia de Estados soberanos que deveriam estar imunes a estes oportunismos. E, na minha ignorância, não posso deixar de ter muitas reservas quanto à competência e empenho dos representantes da EU no Parlamento Europeu. Afinal, possivelmente, a inépcia e a displicência dos políticos são mais abrangentes do que aquilo que julgávamos.

  4. Carlos Fonseca says:

    Magriço,
    Prevalecem essencialmente dois males nas ‘agências de rating’, nos economistas e nos políticos: desonestidade e/ou incompetência. E nós continuamos a dançar ao som desta música.

  5. kalidas says:

    Carlos Fonseca, devemos estar atentos, ver, ouvir e falar; criar vacinas, porque o vírus como as idéis venenosas, cada vez que retornam, mais resistentes são.

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