Concursos – reuniões do MEC com FNE e FENPROF: novidade má

Durante o dia de hoje o MEC recebeu os representantes dos docentes para negociar as alterações à legislação de concursos.

As duas federações revelaram que é intenção do governo apresentar uma nova proposta que irá integrar algumas das propostas apresentadas.

A FNE (UGT), tal com a FENPROF (CGTP), exigem a antecipação para 2012 do concurso previsto para 2013 e colocaram em cima da mesa as questões já antes destacadas.

A possibilidade dos docentes das escolas privadas com contrato de associação foi até alvo de comentário do “Tudólogo de Domingo.

Da reunião no MEC resulta um esclarecimento que coloca em cima da mesa uma situação completamente absurda:

No artigo 9º da proposta podemos ler que:

2- Na manifestação das suas preferências os candidatos devem indicar os códigos referidos nas alíneas seguintes, podendo alternar as preferências dessas alíneas ou conjugar as preferências contidas em cada uma delas:
a) Códigos de agrupamentos de escolas ou escolas não agrupadas, no mínimo 25 e no máximo de 100;
b) Códigos de concelhos, no mínimo 10 e no máximo de 50;
c) Códigos de zonas pedagógicas tendo como mínimo 3.

Pois bem, o MEC confirmou que este texto não resulta de um copy / paste mal conseguido, mas antes de uma proposta concreta. Trocando por miúdos: um Professor a trabalhar na Escola Secundária de Canidelo que queira concorrer para trabalhar na escola que fica colada à sua, a EB23 de Canidelo, seria obrigado a concorrer, no mínimo, a mais 24 estabelecimentos. Isto não faz qualquer sentido, aplicado a qualquer dos tipos de concurso e parece mais uma brincadeira de mau gosto da proposta.

E para os que não sendo professores tiveram a coragem de chegar a este ponto, um outro exemplo que ilustra a capacidade desta equipa Ministerial:

Imagine que um Professor de Olhão quer concorrer para Tavira, pode ficar colocado em Mértola, ou um de Braga que queira ficar colocado em Guimarães, pode ir parar a Bragança! Brilhante, não?

Comments

  1. António Fernando Nabais says:

    Estou a tentar lembrar-me de uma medida positiva e sensata do Ministério da Educação, desde 2005. Quando me lembrar, volto a passar por aqui.

  2. Mónica says:

    Ah!!! Finalmente! Estava a ver que mais ninguém falava disto. Eu também cheguei a pensar que isto poderia ser algum erro de copy paste precisamente. Se é para manter é ridículo mesmo e só mostra que quem legisla os concursos não percebe nada deles. Se isto for para a frente muitos professores dos quadros não concorrerão sequer e quando isto acontece todo o concurso “mexe” menos e há menos mudanças de lugares, é uma reacção em cadeia que prejudicará todos. Quanto aos professores de quadro de zona ou de escola que estejam longe de casa terão de concorrer à mesma para longe de casa para aproximarem??? É um paradoxo, algo que só lembraria a um governo PSD. Assim não vale a pena gastar $ em concursos. Estou para ver o que dizem os sindicatos! António Fernando Nabais acho que não vai voltar aqui tão depressa.

  3. E atenção aos mega. Como vai ser em termos de concurso? Contam como uma unidade? Se assim for…

  4. Esqueci-me de dizer que “os sindicatos”, essa coisa que alguns não sabem para que servem, e têm raiva de quem sabe, já tomaram posições, nomeadamente os sindicatos da FENPROF (que é uma Federação de sindicatos, meus amigos). Já agora, interrogo-me: o que vão fazer os muitíssimos que serão afectados por estas disposições, caso venham a ser implementadas? Levantarão o rabinho da cadeira em frente ao computador e irão para a rua quando lhes pedirem? É que isto é muito bonito, treinar da bancada. Agora vai ser preciso ir a jogo e eu espero ver ruas cheias de professores a apoiar as posições dos sindicatos que os representam, sejam eles sindicalizados ou não. Sim, porque, quer queiram quer não, os sindicatos são os interlocutores do MEC e só o apoio de TODOS os professores dará força aos seus representantes. Vamos lá!

  5. João Paulo says:

    #1: AFN, eu diria que há, sendo que no que diz respeito aos professores, aí estamos de acordo, não se aproveita uma!
    #2: Estou para ver o que dizem os sindicatos? Mas, não são claras as posições dos sindicatos nesta questão dos concursos? Parece-me que são MUITO claras e respondem, no essencial ao que se pensa nas escolas;
    #3 e 4: Pois, essa é a questão. Isto só lá vai à FORÇA! E para ter Força têm que ser MESMO muitos….

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  1. […] a proposta tem elementos que são inaceitáveis do ponto de vista dos […]

  2. […] outro lado, depois da primeira reunião no MEC tinha sido conhecida uma novidade má que tornava impossível o concurso para mudança de escola aos professores dos quadros, na medida […]

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