Retrocessos da civilização

Há 56 anos, a mulher tunisina alcançava o “mais avançado estatuto entre todas as mulheres dos países árabes: a igualdade de género“.

Hoje, o actual governo pretende a «islamização» do país e os tunisinos não estão pelos ajustes. Já houve manifestações na rua.

Os tunisinos exigem a alteração de um artigo da futura Constituição em que a mulher surge não como igual mas como «complementar ao homem». Escreveu-se já que esta posição do governo é uma “nova ditadura baseada na religião”.

Ao mesmo tempo que está em debate a alteração à Constituição, a atleta tunisina Habiba Ghribi dedicou a sua medalha olímpica (a primeira mulher na história do país a conseguir uma) às tunisinas e a uma «nova Tunísia». É preciso dizer que a Tunísia ganhou apenas 3 medalhas nestes Jogos Olímpicos sendo que, então, uma delas é de Habiba! Nada mal!

Muitas vezes as mudanças não se fazem para melhor, como é o caso.

Volta-se para trás, retrocede-se, perde-se, de um dia para o outro, aquilo que alguém (ou muitos e ao fim de muito tempo) conquistou.
Já vi isto em qualquer sítio

Comments

  1. Jose Cruz says:

    Chamem outra vez a “orda” dos Paises “civilizados” (leia-se Americanos & Companhia…) para ajudar…, desta vez a “dar porrada” em quem ajudaram a “trepar” para o poder…

  2. Pedro Rezende says:

    E nós demos cobertura a este fundamentalismo. São os media e políticos (da treta ou mal intencionados?) que temos. A seguir o que se passa com os Sírios e os bem-pensantes ocidentais.

  3. é uma casa portuguesa de certeza? գիշեր says:

    igualdade na tunísia só se for no papel
    matam o dobro por ano das que matam por cá…
    podia tirar o hijab mas naas cidades grandes

    ir a um café….deves ter ido de férias…nos lugarejos do sul era cá uma igualdade
    Kef a gueb, nem nos arredores de tunis ou bizerta belif, ras rajel ou in bougrine igualdade só de nome
    basta ver os analfas feminines

    era melhor que noutros estados do norte de africa…ahn
    ligeiramente

  4. edgar says:

    Faz sentido, nestes novos modelos de sociedade.
    Por cá é pior. Mesmo sem proposta de revisão: os trabalhadores e o povo já são considerados complementares (disponíveis) ao capital. Apenas não são obrigados a usar burka, por enquanto.

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