O PCP e o PSD falam entre eles

Deveria, talvez, ter dito que o Presidente da República recebe a Jerónimo de Sousa, Secretário General do Partido Comunista Português na sua qualidade de representante do povo português, como está definido no artigo 120 da Constituição do Estado, que reproduço no texto:

Artigo 120.º
Definição

O Presidente da República representa a República Portuguesa, garante a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas e é, por inerência, Comandante Supremo das Forças Armadas.

Se assim não for, Cavaco Silva, um neoliberal de Smith e Friedman, nunca o teria recebido. Serias dúvidas me assaltam sobre o facto de que um Presidente PSD que advoga pela propriedade privada, tiver ouvido um representante dos que solicitam propriedade coletiva dos meios de produção, salário justo para todos os portugueses e uma soberania para os seus grupos de apoio, como acontecia nos antigos soviets ou grupos autônomos por bairros, aldeias e sindicatos do mesmo estilo de trabalho. Duvido também que o Presidente Português tenha lido nem meia linha do livro de 1865, Das Kapital de Karl Marx. As suas ideologias são absolutamente diferentes e os grupos de apoio também. O povo português é demasiado neoliberal para não querer progredir na posse de bens, apropriar-se dos bens que criam e lutar contra todo princípio que lhes retire a sua obra e o aliene também de salários merecidos pelo seu saber criar, como comenta Bento XVI nos seus três livros sobre Jesus de Nazaré. O povo português, excetuando os proletários, contradiz a sua fé por causa da sua ambição de dinheiro, terras e boa educação para os seus filhos. A ideia é minha, retirada da minha análise em trabalho de campo e das minhas leituras de Ratzinger, Marx e Lenine Sociólogo e Político, que soube orientar a antiga Rússia Romanoff para uma república socialista científica. Se Cavaco recebeu a Jerónimo de Sousa, que nem faz parte do Conselho de Estado por não ser membro da maioria opositora, como o José Seguro do Partido Socialista, quem nem muito certo está da sua liderança da oposição. Jerónimo de Sousa é mais velho e mais astucioso como todos sabemos e teimou e teimou com o PSD Cavaco, para ser ouvido nos seus reclamos contra o Orçamento de Estado, que faz de Portugal um país empobrecido. Assim sendo, a notícia diz:

No seguimento do pedido de audiência que o PCP dirigiu ao Presidente da República para expor, no quadro da grave e inquietante situação do país, aquelas que na opinião do PCP constituem as medidas e opções inadiáveis para responder aos problemas nacionais, que o XIX Congresso do PCP definiu, informamos que a mesma terá lugar amanhã, quinta-feira, pelas 15:30″, lê-se numa nota do gabinete de imprensa do Partido Comunista Português hoje divulgada.

Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, encabeça a delegação que irá a Belém falar com Cavaco Silva. Francisco Lopes, Jorge Cordeiro e Manuela Pinto Ângelo, todos do Secretariado do Comité Central do partido, são os restantes membros da direção que participarão na audiência.

No Congresso do PCP, Jerónimo de Sousa, eleito por unanimidade para um terceiro mandato como secretário-geral, exigiu a demissão do Governo PSD/CDS-PP e a convocação de eleições antecipadas, consideradas “a saída legítima e necessária e para interromper o caminho de desastre do país”.

O secretário-geral do PCP deixou também no Congresso fortes críticas ao PS, avisando que os comunistas procuram a “convergência de esquerda” mas não abdicam da sua identidade: “Ninguém peça ou exija ao PCP que deixe de ser o que é”, afirmou.

Fonte: Agência Lusa do 13 de Dezembro de 2012, outra das instituições opostas ao Orçamento de 2013, publicou esta notícia em todos os jornais semanais do país.

Não foi apenas Jerónimo de Sousa que foi a entrevista. A portas fechadas um PSD não se entende com um PCP. As suas ideologias são diferentes. Bem sabemos também que o líder PCP tem lutado até a exaustão para derrubar o governo e mudar o orçamento de 2013. Foi ouvido? Desconfio que não e temo que o PR vai querer promulgar uma lei inconstitucional por ter sido organizada pelo seu Primeiro-ministro indigitado por ele e em quem confia até mo exagero. Deve pensar que o país está ao bordo da ruina, como todos os da coligação parlamentar maioritária, pensam. Com várias e honrosas exempções. Se Jerónimo de Sousa não consegue, a própria coligação vai conseguir. Não há lei para provar este meu palpite ou premonição. Cavaco tem o futuro já gasto e não se importa do povo, como Passos Coelho arrisca o seu futuro por ter as suas empresas que têm lucrado ao longo do seu pretendido governo. E os jovens deputados PSD, e Paulo Portas e o seu partido popular? Serão extintos por irem todos a correr ou para o PS, o PCP, o Bloco e os Verde. Paulo Portas ou vota contra, o seu cumprido futuro chega ao seu fim antes, muitos antes do que esperava!

Quem vai pagar, somos nós, o povo, se a lei e promulgada como está e as empresas do Coelho serão triunfadoras neste governo. A minha esperança está no PS, no Conselho de Estado, integrado por pessoas opostas ao orçamento na sua maioria.

Não sou homem de fé, mas Fátima fará o milagre do governo cair e de ter que chamar a eleições antecipadas… É a nossa única salvação…

Raúl Iturra

14 de Dezembro de 20l2.

lautaro@netcabo.pt

 

Comments

  1. Terminou o texto com o remate ideal… Apelar à fé… Completamente apropriado…
    No entanto não consigo entender esta parte “A minha esperança está no PS”? Já agora, só por curiosidade religiosa, tem esperança no PS relativamente a quê?

    “Não sabe com quem fala”… Então?!?!?! Fala com “Voz a Zero Bel”… Eu também apenas sei que falo com “Raúl Iturra” e não me faz a mínima confusão apenas saber isto 😎

    Abraço 😉

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