Nomeações destas é merda de garotada. Certa múmia dissertou uma vez sobre a boa e a má moeda. Devia ser disto que falava. Ver também este post.
Putos de 21 e 22 anos
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[…] Controlar a concelhia para dar muitos votos ao líder e chegar a deputado? Abanar a bandeira e ser recrutado para técnico especialista da equipa de acompanhamento do memorando da troika? Todos nós, jovens, gostávamos de ser técnicos especializados do governo, ganhar salários […]
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[…] a caciques locais não habilita ninguém a ser assessor de responsáveis públicos de topo. Mas as elites insistem no método e nós parecemos viver bem com […]
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[…] a experiência ou o mérito não são, na grande maioria dos casos, tidos em consideração. O caso da nomeação de supostos especialistas de 21 e 22 anos para a comissão de acompanhamento ao… é ilustrativo disso […]
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[…] um tal “nunca saiu da bolha”. Nem uma palavra, por exemplo, sobre as contratações dos especialistas de 21 anos, ou quanto ao facto de ter enchido 75% das nomeações para dirigentes públicos com militantes […]
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[…] no poder. Não faltaram empregos para os rapazes, fossem eles o ex-patrão do próprio Passos ou os famosos jovens jotinhas que, com as tenras idades de 21 e 22 anos, eram já grandes especialistas pa…. Fragilizado ou não, Passos sobreviveu, e ainda teve tempo de distribuir mais uns quantos tachos […]
http://youtu.be/d63jKihoYRg
Portanto, jotinhas a fazer trabalho de cola-cartazes nos blogs partidários, com direito a prémio depois de uma licenciatura de 3 anos (independentemente de outros pózinhos pós-licenciatura, esta passagem é notória: «”excelente currículo académico” de Tiago Ramalho e João Vasconcelos Leal, que se licenciaram em Economia com 16 e 15 valores, respetivamente, o que “lhes confere alguma competência”.»
Eu também trabalho com estagiários recém licenciados (que é assim que se deve chamar a estes supostos “especialistas”). Nem é pelo valor salarial que a questão deve ser abordada, apesar de, mesmo assim, estes jotinhas levarem mais uns belos 200 euros brutos só por causa de estarem na política. A questão mesmo é que um recém-licenciado tem um longo caminho a fazer até que adquira conhecimento (técnico e humano – coisas da vida!) que lhe confira o reconhecimento de “especialista”.
O próprio gabinete de Moedas, ao tentar justificar o injustificável falando em coordenação “por técnicos com mais experiência” , acaba por reconhecer que os dois jotinhas não têm o estatuto de “especialista” que foi estampado no DR. http://dre.pt/pdf2sdip/2013/03/056000000/0997509975.pdf
Atitudes como esta a que Moedas deu aval em DR são a antítese de todo o discurso do governo. Falar em sair da zona de conforto, emigrar, estado gordo, pieguices, etc. e depois contratar dois putos para especialistas, sem contar com o exército dos especialistas de 30 anos já contratado (http://aventar.eu/2012/10/06/tem-menos-de-30-anos-e-ja-sao-especialistas-do-governo/), é toda uma política de hipocrisia e que nada difere – parece-me que até piora – do que foi feito pelos governos anteriores.
Atitudes destas é a prova de que quem governa não tem vergonha na cara e nem se esforça por disfarçar. São pessoas coladas ao poder e não há escândalo que as leve à demissão.
Contrariamente ao que a elite política doutrina, o país está como está devido à própria elite e não devido aos cidadãos. Isto é particularmente verdadeiro quando o acesso à escolha da elite política é altamente controlado. Um primeiro ministro é eleitos de entre os lideres partidários. Estes são escolhidos pelas concelhias dos partidos. E as listas de deputados são escolhidas pelos partidos também. Um governo e uma assembleia da república são escolhidos, na verdade, por apenas alguns milhares de militantes partidários. Ao eleitor cabe escolher este ou aquele cardápio. Ah! mas queria um pouco de bacon no ovo? Lamentamos, a ementa que nós fizemos não o contempla.
Pois é! O problema é o cardápio! E por mais voltas que se dê, estaremos sempre nas mãos das elites. Mas há quem tenha muito medo de repensarmos a democracia representativa, talvez porque a participativa dê muito trabalho e teremos que estar disponíveis para a cidadania activa e não a do sofá!