Limitação de mandatos desde Gaia

Vivo em Vila Nova de Gaia há muitos anos e, por isso, conheço o trabalho realizado por Luís Filipe Menezes. Em 16 anos de menezespresença a sul do Douro houve coisas positivas e outras que não correram bem, nomeadamente a dimensão democrática da sua prática política.

O primeiro exemplo que, há uns anos, deixei no Aventar, mostra isso mesmo – freguesias socialistas geridas por Presidentes com coluna vertebral tiveram anos e anos de segura total, até que, um dia, nas urnas, o povo percebeu que a sua freguesia poderia continuar a existir apenas com uma condição: votar em Luís Filipe Menezes.

Assim aconteceu na minha freguesia. A verdade é que 4 anos depois, o cenário é o mesmo, mas a expressão democrática do voto seguiu esse caminho – o da pressão financeira.

E, um segundo exemplo, foi o da  escolha de um dos dois candidatos do PSD a Gaia – perdi a conta a quantos candidatos houve, mas a pressão de Luís Filipe Menezes para que Guilherme Aguiar fosse o candidato foi anedótica (lembro o voto de qualidade numa votação secreta). Curiosamente, depois de escolhido um candidato, o PSD de Vila Nova de Gaia, ou, pelo menos parte dele, vai, esta sexta-feira, avançar com a candidatura oficial de Guilherme Aguiar.

Há, em Gaia, também o recurso a meios municipais para …

Dito isto, quero também deixar claro que, no plano teórico não concordo com a limitação de mandatos – parece-me que é um instrumento artificial de gestão do processo democrático. Em última análise deverá ser o povo a decidir se o candidato A ou B devem ou não continuar.

O problema está, paradoxalmente, nas práticas políticas que tendem a manter no poder, quem lá está – diz-se até que ninguém ganha eleições. Há quem as possa perder…

Percebo, por isso, a existência da Lei de limitação de mandatos e confesso que não tenho opinião se pode ou não pode. Os boys do partido até apelam ao TC no minuto seguinte ao momento em que o criticaram – isto é, o TC é fixe quando dá jeito! É uma porcaria quando está contra. Quando o TC vota contra o orçamento está ao serviço da oposição e até há quem diga que decidem em causa própria, os queques aparecem logo a dizer cobras e lagartos do TC. Mas, depois, confiam ao TC a possibilidade de candidatura ou não dos dinossauros.

É uma contradição que me faz sorrir.

E, mais estranha ainda, é a posição do CDS – em Gaia aplaudem a gestão de Menezes. Atravessam a ponte da arrábida e batem no homem a torto e a direito. Será que dá para se explicarem – o modelo de gestão que defendem é do tipo Menezes ou não? O que defendem em Gaia pode ser diferente do que defendem no Porto?

Agora, minha gente, é por estas e por outras que as pessoas se afastam da política, deixando nos partidos o que há de pior no nosso país.

Comments

  1. Zé Carioca says:

    Ai, adoro Gaia…vê-se maravilhosamente o Porto.

  2. celesteramos.36@gmail.com, says:

    a república portuguesa autárquica virou monárquica – reinar até morrer – morreu o rei viva o rei

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