Crato do dia

EB 2/3 de Gueifães quase a parar por falta de funcionários

Uma ponte contra o esquecimento

Ponte 25 de Abril
© Nuno Saldanha

Há uns quinze anos ou coisa que o valha, a propósito das pontes sobre o Tejo (a Vasco da Gama acabara de ser inaugurada), escrevi um texto defendendo que os nomes das grandes obras de Estado não deveriam mudar de nome com a mudança dos regimes. Fui muito atacada, e o editor fez questão de se livrar de toda e qualquer responsabilidade relativamente ao que escrevi, publicando uma caixa de texto dizendo isso mesmo. Defendia eu que não se deveria ter renomeado a ponte anteriormente designada por Ponte Salazar, não para celebrar a obra do ditador, Deus me livre, mas para que a memória de quem foi e do que fez ao povo português durante perto de 50 anos não fosse assim apagada, por renomeação decretada por impulso revolucionário, e pudesse dessa forma sobreviver ao esquecimento.

Continuo a pensar que estava certa, embora hoje não me passasse pela cabeça assinar semelhante texto, porque tenho sobre a memória histórica dos portugueses uma outra ideia, que deriva do que aprendi sobre a sociedade portuguesa. [Read more…]

Ricardo Rodrigues, o verdadeiro artista

Afinal não foi eleito presidente da Câmara. Houve chapelada. Alguém esperava outra coisa?

Nunca mais acaba o início do ano lectivo

Escolas continuam sem docentes de educação especial mas há 3560 disponíveis

A ver se entendem

Conhecem aquela expressão “Estás a perceber ou queres que te faça um desenho?”. Estão a ver qual é, não estão? Não é preciso fazer um desenho, certo? Ok, então para aquelas que ainda não perceberam as críticas à lógica dos cortes deste Governo, aqui está algo ainda melhor do que um desenho:

Vamos mesmo espingardar

Troca de nome da ponte Salazar

Há textos belíssimos na sua forma, escritos de uma forma que apetece beber as palavras uma a uma e saboreá-las, devagarinho, como a um bom vinho de décadas. Ora, eu sou abstémio e é uma pena que quem escreve tão bem desperdice talento a espingardar em todas as direcções e mais algumas que surjam, à espera que um dia tudo passe.

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Prémio tese mais estúpida da semana

daniel bessa
Vai para Daniel Bessa, com grande vantagem sobre os outros candidatos, o que é uma proeza assinalável numa semana em que a estupidez produzida deu razão a Einstein sobre o assunto.

Afirmou o economista que, se inscrevermos na Constituição da República um défice máximo apertado (3%, para ser generoso) o Tribunal Constitucional não poderia ter tomado ou, se tal proposta vingasse, jamais viria a tomar decisões como as que tem produzido. Porquê? Porque poria em causa o défice “constitucionalizado”! Este passaria a ser o núcleo central perante o qual todos os preceitos constitucionais se vergariam. A tese é tão estúpida – e por tantas razões – que deixo à imaginação dos meus amigos todas as barbaridades que tal possibilidade libertaria. Eleições marcadas? Não pode ser, prejudicam o défice. Pagar o ordenado aos funcionários públicos no dia estabelecido? Idem. Despesas do Serviço Nacional de Saúde? O mesmo. Queixam-se ao Tribunal Constitucional ou a qualquer outro Tribunal? Tenham paciência, não pode haver decisões que prejudiquem o sacrossanto défice. E a Democracia? O défice. E os direitos? O défice.

Lembrar que este idiota foi, em tempos, promovido de comentador a ministro! Os deuses todos nos valham, se não formos capazes de nos valer a nós próprios.

Quem não quer a manif na ponte?

O Ferreira do Amaral, perdão, a Lusoponte, a PPP nº1. Andas com as piores companhias, Joaquim.

O senhor 33 e outros 3

Santana Castilho *

1. Há declarações de políticos que me deixam perplexo. Verdadeiramente baralhado. Subestimam a inteligência alheia? Perderam a deles, a mínima? Escabrosa atrapalhação argumentativa para justificar o injustificável? Mentalidade monárquica onde devia reinar probidade republicana? Ou simples sinais da miséria moral em que a política parece mergulhada? Como é possível que pessoas de farta experiência profissional e política caiam no absurdo que resulta da comparação do que dizem com o que disseram ou fizeram? Exemplos? O senhor 33 (contei 33 cargos em órgãos sociais de empresas portuguesas, a maioria da alta finança, antes de ser ministro) não pode desconhecer, muito menos violá-la gravemente, a autonomia do Ministério Público. Porque é advogado. Porque foi professor de Direito. Porque é ministro de Estado. Em escassos dois meses, Rui Machete deu azo a demasiadas manchetes: a eufemística “incorrecção factual”, a trapalhada do preço das acções da SLN e, agora, o despudor de comentar um processo judicial e pedir desculpa pela sua existência, com que aviltou a dignidade do país e da sua magistratura. Foi de mais. É inaceitável. [Read more…]

Em França começaram a morrer idosos

que estavam a ser tratados com anticoagulantes. Parece que os médicos prescritores não estavam suficientemente informados sobre os riscos hemorrágicos associados a essa medicação. E também que os idosos não estão suficientemente representados nos “estudos de viabilidade terapêutica” desse medicamento.

Acorda, Seguro!

E anda Seguro a engonhar: «… manutenção do actual regime de pensões só é possível com uma economia saudável, baseada na produtividade e emprego.»

Arménio, o Espingardador Radical

A hora oportunista da CGTP, isto é, do PCP, chegou e é a da radicalização, seja na ponte Salazar-25 de Abril, seja em outra ponte qualquer. Radicalizar o risco. Erigir o patético. Criar espectáculo. Imitar a escala brasileira do protesto e talvez do descontrolo. Eis tudo. E porquê esta sanha nova, fase seguinte, do PCP-CGTP pelo patético e a pantomina nas manifestações rotineiras de Outubro-Novembro-Dezembro? O que é possível mudar nas Políticas Europeias e do Governo em Funções sem o poder de ruptura de uma invasão extraterrestre, sem a força transformadora de um assassínio político, sem o virar de tabuleiros de uma guerra continental?! Nada. Porém as coisas correram muito bem ao PCP nas autárquicas. Portanto, a manif rotineira de 19 de Outubro quererá subir de tom, provocar o Governo, confrontar as polícias, engendrar vitimas involuntárias, levar o protesto minoritário ao patético e ao truque da maioria minúscula que tornou célebre o desvanecente Bloco. Em suma, Arménio passou-se e aí vai ele, de peito feito, na sua fantasia vã e caprichoso aventureirismo. A tradicional disciplina manifestante da CGTP-PCP não é um dogma religioso nem uma fatalidade papal.

A Ponte é um Symbolo. Foi na Ponte e graças à Ponte que o último Governo Cavaco tombou fragorosamente graças a um erro do animal ávido-BPN Dias Loureiro. Portanto, nada mais auspicioso que o PCP regressar à Ponte em nome das massas populares, dos trabalhadores contra as Políticas de Direita. [Read more…]

Como cão e gato

A minha cadela aceitou partilhar casa com um gato. Eu não tive nada a ver com o assunto, nem fui consultada, o que me pareceu normal porque a Rita já é uma cadela menopáusica, com idade suficiente para saber o que quer. O gato é novinho, suponho que um dos muitos órfãos que vagueiam pelo bairro, e começou a rondar o pátio com passinhos furtivos, olhos vivos de pequeno reguila, e aquele ar de desamparo que os gatos podem ter mas só quando querem. Começou por roubar pedacinhos de comida, foi ganhando coragem, aproximou-se dela e, como ela permanecesse refastelada, a fazer de conta que não o via, ele fez-se atrevido e não só comeu tudo o que estava no prato dela, como lhe foi dando pancadinhas leves com as patas, esfregando o dorso na sua barriga, roçando a cabecita no focinho indolente dela. [Read more…]

Moscas da época

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Tenho uma colónia de moscas da fruta na cozinha. Chegaram com o verão logo a seguir às formigas, estabeleceram-se ao contrário do formigueiro que não suportou o anunciado mais fresco estio (ou será estilo?) de sempre, já são da casa.

Obrigam a algum cuidado, tratando-se de açucares à solta, sacodem-se e cá vamos convivendo fraternalmente, o meu franciscanismo sempre foi muito dado aos insectos.

Quero crer que se trata de familiares Drosophilidae. Não por convicção zoológica mas porque sempre que as vejo, em bando experimentando uma bravo-esmolfe (aliás bravo, que esmolfe desapareceu das frutarias) sorrio pelo menos um bocadinho: ah Sarah Palin, que saudades. Muito gosta a extrema-direita da ignorância.

Paulo Portas:

“Na quinta-feira, na conferência de imprensa, não me referi ao corte das pensões de sobrevivências porque a medida não estava completamente desenhada”.

desenho

S. João da Madeira com produção de escravos

Está tudo a preparar-se para que os Chineses não precisem de pagar mão-de-obra Portuguesa. Viva o futuro!

“O que significa ser escritor num país situado na periferia do mundo,

um lugar onde o termo capitalismo selvagem definitivamente não é uma metáfora? Para mim, escrever é compromisso.” O brasileiro Luiz Ruffato, na abertura da Feira de Frankfurt.