Felizmente percebo mais de bola do que de economia e por isso, continuo pobre. Não há aposta desportiva que resista a tanta ignorância. Ora, nas questões económicas sou mestre em procurar que no fim do dinheiro sobrem poucos dias, mas estou longe de ser um Jesus da alta finança.
Mas, não é preciso ser grande bisca nestas coisas para perceber que não é possível pagar a dívida do país e por isso os verdadeiros objectivos dos laranjinhas são outros: privatizar saúde, educação e água; baixar o custo do trabalho e refazer o estado salazarento.
Entendo e subscrevo o Manifesto dos 70, mas palpita-me que nem assim a coisa lá vai. Se eu só conseguir ganhar 100 euros por mês e tiver 20 meses para pagar a minha dívida, segundo contas de alguns dos subscritores, seria necessário que a economia gerasse um crescimento de 7% todos os 20 meses, ou seja, seria necessário que em vez dos 100 euros eu conseguisse ganhar 107 todos os meses. Acontece que isso é praticamente impossível e quase nunca aconteceu. Logo, por maioria de razão, não vai acontecer.
Assim, a dívida não pode ser paga. Assumir a sua reestruturação é um primeiro passo que me parece acertado e equilibrado. É este o caminho. É por isto que o BE, o PC e o PS devem lutar. Desde já.
pena que o PS tenha estado tantas vezes do lado errado…
Como alguém do PS sempre disse “só os burros…”
O PS sempre esteve do lado da banca e vai continuar a estar…
O João Proença balbuciou na TV que o PS não gosta da reestruturação da dívida por causa da reacção dos mercados além de que pode ser confundido com o não pagamos, o que seria um berbicaxo do caraças.
Reestruturação da dívida é mesmo não pagar(pelo menos parte dela), não vale a pena eufemismos…
Dívidas que foram criadas com o intuito de gerar uma renda infinita de forma a sustentar um sistema financeiro obsoleto/ parasitário nunca serão pagas, a não ser que as populações aceitem a escravidão de outros tempos…
De acordo com o que está no manifesto e com o que têm dito os seus apoiantes, a questão não passa pelo não pagar.
É bom realçar que o PCP é por a soberania nacional, logo, soberania monetária, logo, bye bye €uro.
O PS e BE são pelo o €uro e “mais Europa”.
O PS é a favor da reestruturação dia sim, dia não é a favor de cumprir mas mais lentamente. O discurso duplo é intencional e a razão explica-se com a narrativa que vai ser propagada até à exaustão nos média depois que o PS voltar ao poleiro:
“Que horror! Que tragédia! O dr. Passos deixou isto tão escavacado, e nem pensar em desistir do €uro, por isso, NÃO HÁ ALTERNATIVA a não ser continuar a austeridade, mas como somos socialistas agora a austeridade vai valer a pena”.
O 3º parágrafo do seu comentário é, infelizmente, uma grande possibilidade.
Faz-se um rewind do filme e lá vamos nós outra vez…
Como dizia a minha avó, “Não há cu que aguente!”