Expulsar ciganos com música

O autarca de Landen (Bélgica), Gino Debroux, queria expulsar um grupo de ciganos que acampou na cidade. A conversa com o líder da comunidade não correu bem e o autarca lembrou-se de contratar um DJ para pôr música a tocar a 95 decibéis junto do acampamento.

Acontece que o DJ escolheu começar com o “Sultans of Swing” e o resultado foi pôr a criançada toda do acampamento aos pulos.

Constata-se que este autarca, que diz que queria usar “um método não-violento”, não percebe nada acerca de ciganos, muito menos sobre crianças, muito pouco sobre não-violência, e contratou um DJ que não sabe afugentar pessoas, até porque não é para isso que habitualmente lhe pagam.

Se isto tivesse sido em Portugal, o resultado teria sido outro. Autarca luso, em condições semelhantes e dado a iguais delírios criativos não estava com meias medidas. Ligava à Joana Vasconcelos e encomendava-lhe um sapo gigante, todo de renda em croché, aplicações de poliéster, olhos de farolim, que se pudessem avistar dos aviões, e, no mínimo, uns quatro metros de altura. Com a vantagem adicional de que ficaria bem em qualquer rotunda.

Comments

  1. Em toda a Europa mais que 50% dos ciganos são evangélicos, portanto nem a Joana Vasconcelos e algum sapo de renda afugenta ciganos, mas comprem sapos de barro ou de renda e ajudem essas empresas a sair da crise! Se vivemos 500 anos de perseguição e nem um holocausto nos derrubou, não são este artigos e posts desfazados da realidade que nos afecta! Sejam felizes com a vossa ignorância…

    • mottinni says:

      Compreendo a “brincadeira” implícita no texto de carla romualdo. No essencial, carla e bg até concordam.Assim como o DJ não funcionou para afugentar ninguém, também a “instalação artística” dos sapos não funcionaria. Seria a “forma criativa” das mentes lusas, por comparação com a “forma criativa” da mente do autarca da bélgica. A finalidade dessa “forma criativa” é o qu está a ser criticado. Enquanto ñ funcionar, estamos nós bem. Neste caso, a ignorância é uma coisa boa. O problema é existir essa vontade de afastar comunidades, famílias, pessoas. O problema é pessoas a desempenharem cargos públicos, implementarem medidas com o objectivo de excluir, expulsar uma parte da população. O problema é as sociedades civis aceitarem isso como um preconceito que já é normal.

  2. Atrás de um monitor todos têm coragem e os tomates no sítio…

  3. Ciganos?! São pessoas maravilhosas…Um pouco excêntricas, talvez. Mas fantásticas. E as fêmeas?! Só não caso com uma porque os pais dela não deixam as gajas casar com quem não seja cigano. Se calhar são racistas…

  4. se calhar é mesmo por aí, pelas “fêmeas”. Quanto (mas quanto!) preconceito tem na basezinha o ressabiamento de quem levou uma tampa.

    • E se eu tiver uma filha e não a deixar (é uma forma de expressão porque isso seria impossível) casar com um cigano?! O racista sou eu?!

      Esqueça lá isso do preconceito, do ressabiamento e da tampa…Não se deite a adivinhar. Nem se ponha a ofender porque isto é como diz o outro acima: atrás de um monitor têm todos muita coragem.

      • Ó KK, eu não me deito a adivinhar, só lhe respondo. Você é que faz generalizações sobre ciganos e “fêmeas”. E quanto à coragem atrás do monitor, e sendo certo que eu não ando aqui para comprar guerras, respondo-lhe o mesmo que já respondi a outros: eu dou o nome e a cara e nunca me escondi atrás de pseudónimos.

        • Carla se calhar nao percebeste bem, se calhar teras tb k aprender a ler, eu sou cigano sim, e felizmente sei ler e escrever ao contrario do estereotipo criado, talvez ate tenha mais instrucao do k tu, mas nao vou perder o meu tempo. A ironia com k escreves pode ter mt de positivo para os ciganos, so k o teu artigo e aproveitado ate ao osso para nos desancarem em comentarios como podes verificar. Mete te na nossa pele e dp reagirias da msm forma com k eu estou a reagir. Seja positiva ou ironica isto e aproveitado para sermos motivo de ultraje

          • BG: quiseste ler neste texto um ataque à comunidade cigana e não há aqui nada disso, antes pelo contrário. E parece-me que, mais do que a instrução, que nunca esteve em causa aqui, conta a intenção com que se lê e interpreta, e sobre isso pouco posso fazer, a não ser clarificar que nunca escreveria nada com a intenção de humilhar ou denegrir a comunidade cigana ou qualquer outra. Quem aproveita para fazer os comentários que referes não muda em nada o que escrevi, só se revela a si próprio.

  5. off topic
    Quando vejo um desses sapos na porta de uma loja nem entro. E não sou cigano. Acho ridículo.

  6. Quanto barulho nestes comentários! Creio eu, estão a trocar farpas por nada, ou por equívocos da comunicação; a entender ironia por apologia e por aí vai… Aqui, no Brasil, há algum tempo, um certo prefeito quis espantar os homossexuais da sua cidade e baixou um decreto proibindo-os de entrar lá; resultado: acabou por chamar a atenção da mídia e daí a ter sua cidade transformada em ponto turístico para os gays do país, foi um salto (eu mesma quase fui lá conhecer a pitoresca cidadezinha)…

  7. Conto-lhe a realidade: uma família cigana chega a uma vila em tempo de colheitas. Faz pela vida. O autarca da terra reúne com o patriarca e arranja-lhes uma zona para o acampamento. Manda colocar um ramal de água com torneira. Com contador, para promover o sentido cívico e facilitar-lhes a vida. Acaba a época das colheitas e a família vai embora. Ninguém pagou a água. A matéria prima de uma fábrica perto foi toda queimada na fogueira do acampamento. Um rasto de lixo e destruição marca o local. Agora explique lá ao autarca como é que os há de receber na próxima época!

    • Xico, isso não é “a” realidade, é só parte dela. E tão parcial que não chegamos a saber o que conta a família cigana sobre a experiência – foram pagos? a preço justo? etc, etc.

  8. mario says:

    coloquem cuecas ferro as crianças porta dos infantários e das escolas pode ser que assim os da raça perfeita(branca) nao façam mal crianças

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