Vai um tirinho, freguês?

Pronto. Nós não nos queremos meter na vida interna do PS, mas não há como ficar calado perante a provocação pública de António José Seguro.

É que levo a sério – e levo a mal! – a proposta de redução de deputados da Assembleia da República para 181. O demagógico embrulho com que é apresentada não esconde o seu conteúdo essencial: diminuir a representatividade regional, atacar a força parlamentar dos partidos à esquerda do PS, reduzir a proporcionalidade, forçar o “voto útil” dos incautos. Como o proponente quer esta alteração legislativa antes das próximas eleições legislativas – isto é novidade! -, propõe-se fazê-la de braço dado com o PSD e Passos Coelho. Como a prostituta que procura aliciar o cliente mostrando a perna, Seguro oferece ao PSD o extermínio eleitoral do CDS. Revoltante.

Deslocados climáticos

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© Arif Ali/AFP

19 de Agosto de 2013: um grupo de paquistaneses caminhando por uma estrada inundada perto de Lahore. Segundo a ONG Norwegian Refugee Council, 2013 registou mais 22 milhões de pessoas deslocadas em razão de desastres naturais causados pelas alterações climáticas. Trata-se do dobro de ditos «refugiados climáticos» no Mundo relativamente aos anos 1970, e do triplo se comparados com os deslocados resultantes das zonas em guerra

 

A negação ao direito da cópia privada

Ontem houve programa sobre a cópia privada no Prós e Contras. É curioso que tenha sido este o tema de lançamento do programa, em vez dos temas quentes como o BES ou os desastres em curso na Justiça e na Educação mas isto é assunto para outra ocasião.

O facto é que houve debate e os autores fizeram claque. Curiosamente, de novo, pareciam mais numerosos do que os restantes mas, enfim, o programa foi o Prós e o Contras e as singularidades são frequentes. O debate era sobre a actualização da lei da cópia privada, com a introdução de um novo imposto sobre produtos que contenham capacidade de memória ou armazenamento. O pretexto? Dizem que os consumidores podem fazer cópia privada do produto comprado e que isso traz prejuízo para os autores. Se bem que esse prejuízo não foi demonstrado. Mas adiante.

Acontece que o consumidor está proibido de fazer a sua cópia privada, como se pode ver na imagem abaixo de um dos DVD que comprei (e que é chapa sete nos DVD em geral). E como se pode ler nos CD áudio. Aliás, quanto a CD áudio, as editoras portaram-se tão mal quanto os produtores de vírus informáticos ao imporem sistemas anti-cópia, entretanto abandonamos devido à pressão mediática, os quais criaram sérios de problemas de segurança nos equipamentos informáticos.

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O lado sombrio da emigração

Jornais de Lisboa fizeram-se eco do discurso assertivo que o deputado socialista Andrew Cash fez no parlamento federal, em Otava, contra sucessivos surtidas de agentes do CBSA (Serviço de Fronteiras do Canadá) em estaleiros de construção, centros comerciais, bilhares, padarias e cafés, em busca de emigrantes ilegais portugueses. O parlamentar, indignado, atribui estas acções a “discriminação racial” contra os portugueses. Compreendo o seu ponto de vista mas a minha experiência de 30 anos obriga-me a adiantar que o caso é ainda mais grave do que isso.

Na verdade, estas acções de força policial são sempre originadas por denúncias, muitas delas anónimas. E quem faz as denúncias? Pois aí é que está o grave e doloroso da situação: são sempre feitas por pessoas do mesmo país das pessoa que são denunciadas. Portanto, portugueses denunciam portugueses. Há mais mulheres denunciantes do que homens mas em ambos os casos, por infeliz coincidência que psiquiatras e sociólogos haviam de estudar para alertar as autoridades canadianas, trata-se de pessoas que foram sexualmente abusadas por familiares e/ou vítimas de violência doméstica. A perversão moral coze em caldo de inferioridade, despeito e inveja, saltando para o crime da denúncia quando apanha o mínimo pretexto. Vou dar-vos um exemplo. Uma jovem açoriana, a Ana, viu-se coagida pelo mau passadio e falta de trabalho em S. Miguel a entrar em Toronto como turista, deixando-se depois ficar e arriscar. Felizmente, encontrou trabalho de cozinha no restaurante dum português do continente. O processo de emigração foi iniciado, e demora sempre, mas ela trabalhava com gosto e ganhava bem a vida. Um dia, sentiu umas dores esquisitas no peito e como não tinha direito a assistência médica por ser ilegal, o patrão pagou generosamente essa assistência que se saldou, de imediato, por uma biopsia. Nessa mesma altura uma mulher da sua freguesia insistiu para que fosse viver em casa dela e do marido. De boa fé, Ana aceitou. Logo de seguida, a tal encostou-lhe facas ao peito: ia abrir um restaurante e contava com ela para ali trabalhar. Decente e bem formada, Ana recusou alegando que o patrão não merecia uma coisa dessas, pois lhe tinha dado trabalho, pagava-lhe bem e respeitava-a. A resposta da outra veio de recochete: ai era assim?, pois ela ia ver o que era bom. Ao amanhecer, a chamada polícia de imigração apareceu na casa, levou a Ana, em roupão e chinelos, para o hotel-prisão junto do aeroporto e deportou-a. Meia dúzia de dias depois desta brutalidade, o médico ligou para o restaurante à procura da Ana e ficou siderado quando lhe disseram que ela tinha sido deportada. Quis falar com o patrão e pediu-lhe que avisasse imediatamente a moça porque ela tinha um cancro da mama. Ana viveu o calvário da cirurgia nos Açores, da quimioterapia e radioterapia em Lisboa, tem uma saúde precária e vive dum magro subsídio da assistência social e de ajudas de pessoas de boa vontade, entre as quais se contam o antigo patrão e colegas do restaurante. Nada aconteceu à criminosa que a pôs nesta situação e é facil de calcular que esteja muito satisfeita com a façanha. [Read more…]

Contentores

contentor
Você é ministro da saúde, fez uma reorganização de serviços, fechou Centros de Saúde e Hospitais e agora descobre que os sítios para onde os deslocou não têm condições? Não há problema. Permita-me que sugira uns contentores. Você é ministra da justiça, reorganizou o mapa judicial, fechou tribunais, deslocou pessoal, fez, numa palavra, uma daquelas “reformas estruturais” e agora não há edifícios para alojar os resultados da sua ousadia reformista? Não há problema. Sugiro uns contentores.

Você é ministro da educação, fechou escolas, reorganizou, empandeirou serviços e agora não tem onde meter alunos, professores, funcionários, recursos? Não há problema. Nada como uns contentores. Você é ministro dos assuntos sociais e não tem estruturas de apoio para disfarçar a miséria que você e os seus colegas andam a espalhar? Não há problema. Sugiro uns contentores.

Você é cidadão, o seu governo esfarrapou-lhe a vida, sente-se roubado, agredido, traído e tem vontade de se atirar a tal governo mas não sabe o que fazer aos patifes que o compõem? Não há problema. Permita-me que sugira uns contentores…

They think you’re too stupid to connect the dots.

Hoje fica um pequeno documentário sobre a crise ucraniana. Visitem o canal do StormCloudsGathering onde poderão encontrar vários vídeos sobre outros embustes que os verdadeiros men behind the courtain nos impõem todos os dias através de uma comunicação social manipulada em função dos interesses do costume.

Investiguem, questionem-se e questionem. A verdadeira revolução começa por aí! Está muito mais em jogo do que à primeira vista poderá parecer…