Lamento muito dizer isto como social-democrata mas a honestidade intelectual obriga-me a reconhecer que António Costa ganhou claramente o debate televisivo. Mas atenção que ganhar debates não significa vencer eleições.
O Debate: comentários em directo
Car@s leitor@s,
mais uma vez queremos abrir o Aventar a quem nos acompanha. Está a ver o debate? Deixei as suas notas na caixa de comentários deste post.
O grande dia
Hoje, segundo o Expresso, “é o grande dia”:
É o debate de ideias, de políticas, de objetivos, de perspectivas.
Efectivamente: “de objetivos, de perspectivas”.
Exactamente: “de perspectivas“.
Aliás, as ‘perspectivas’ são extremamente pertinentes, considerando que a “perspetiva prospetiva“, anunciada nas linhas de orientação do PSD e do CDS, destrói a tese da “ortografia comum“.
Como o PS tem o objectivo de “Implementar as ações [sic] necessárias à harmonização gráfica da língua portuguesa”, convém saber se os “sectores transacionáveis” e a “adequada reafectação dos fatores produtivos” fazem parte dessas *ações.
Serão capazes de perceber?
É por aqui que os grunhos deveriam ter seguido, ao invés de tentarem proibir a concorrência, perceber as razões que levam muitos clientes a preferir a UBER, modernizar e oferecer novos serviços. Lavar o interior dos carros, cuidarem da apresentação e mudar de linguagem, também poderiam representar mais-valias…
A UBER sem investir um cêntimo já colhe frutos.
A carta que António Costa não escreveu
Santana Castilho *
A menos de um mês das legislativas, António Costa vai para o debate de logo à noite com uma pressão sobre os ombros bem maior que a do seu opositor. Porque a mensagem do PS não tem passado, apesar de ter um favorável cenário para que passasse: quatro anos de aplicação de uma receita de austeridade, que gerou sofrimento generalizado e famílias inteiras lançadas na pobreza e que não conseguiu cumprir um só dos objectivos.
Não foi elegante o processo que trocou António José Seguro por António Costa. Mas assentava num argumento forte: face a um Governo desgastado, a curta margem com que Seguro acabava de vencer as eleições inquietava. As sondagens mostram agora a coligação PSD/CDS-PP quase a par do PS. Para quem a tinha, o mesmo argumento deve tornar essa inquietação bem maior. [Read more…]
Repórter agride refugiados. Vamos generalizar?
Não, esta idiota não representa nem os repórteres nem os húngaros. Representa apenas o preconceito, o ódio, a xenofobia e o racismo. Representa também a crueldade e a mentalidade fascista instigada pelo ditador Viktor Órban, o radical de extrema-direita que, por ser do PPE, a mesma família política europeia onde têm assento PSD e CDS-PP, é referido pela imprensa europeia como sendo um “conservador”, por oposição, por exemplo, a Alexis Tsipras que é, para a esmagadora maioria das mesmas entidades, um radical. Talvez se Tsipras sugerir a criação de campos de trabalho forçado ou regresso da pena de morte na Europa o discurso amacie.
A idiota, essa, foi imediatamente despedida pelo N1TV, o que demonstra que, apesar da forte presença fascista, ainda existe bom senso naquele país. Por falar em bom senso, quem é que soltou esta malta recém-radicalizada, que tem usado casos isolados ou pontuais para fazer generalizações estúpidas? Alguém se lembra de semelhante onda de preocupação com os sem-abrigo? Será desta que o PNR elege um deputado para defender a supremacia da raça ariana no Parlamento?
Calados que nem ratos
Depois de anos a gritarem que o PS não tinha ideias para o país – e do PS a cair na esparrela, eis que há meses não se ouvem os ministros desastre deste governo e que o PM se recusou a mudar. Onde andam Crato, Paula Teixeira da Cruz e aquela da administração interna? E que é feito do ministro da propaganda, Poiares Maduro, quando é a altura em que esta mais se intensifica? E porque razão fugiu Passos Coelho a uma entrevista (RAP) e a um debate com todos os candidatos? A razão é simples. O governo não quer prestar contas sobre o que fez durante quatro anos nem apresenta um programa concreto para os próximos quatro.
A contra-medida para este esconder-se e esperar que passem despercebidos? É aparecer, dar entrevistas, falar e lembrar que a outra parte está calada que nem um rato. É preciso tirá-los da toca.
O governo é o responsável pela solução BES
Sem o aval do representante do accionista para isso mandatado, o governo, nunca a CGD teria entrado com os milhões para a solução BES. Caem por terra os argumentos do governo sobre ter sido responsabilidade do Banco de Portugal a escolha da solução BES.
Miguel Macedo com visto para Évora?
Miguel Macedo foi ontem interrogado pelo Ministério Público no âmbito do caso dos Vistos Gold. Oficialmente arguido, o ex-ministro do actual governo é suspeito de três crimes de prevaricação de titular de cargo público e um de tráfico de influências.
Fazendo uso da retórica subterrânea que alimenta as Marias Luz desta vida, poderíamos iniciar um processo de colagem de Miguel Macedo a Pedro Passos Coelho, na exacta mesma medida em que José Sócrates vem sendo colado a António Costa. Mas não vale a pena ir por aí. Passos Coelho já terá muito com que se preocupar quando a imunidade que o protege deixar de existir e a Tecnoforma voltar à ordem do dia. Até lá, o julgamento a que o primeiro-ministro estará sujeito prende-se mais com o exercício das suas funções e não tanto com o que os seus correlegionários supostamente fizeram. Ainda que, é certo, Macedo sempre tenha sido um dos homens mais próximos de Passos Coelho. [Read more…]
Paulo Portas, mestre do bluff e da evasão
Num debate onde a moderadora Ana Lourenço e Catarina Martins procuraram debater a situação real do país, Paulo Portas socorreu-se de um discurso evasivo dedicando seguramente metade da sua intervenção a empurrar a sua adversária para a situação grega e para o Syriza. O resto foi o auto-elogio do costume, com indicadores manipulados aqui e ali, e a tão sua dualidade de critérios que lhe permite refugiar-se por trás do memorando para justificar o desastre social em que o seu governo mergulhou o país para de seguida ignorar o impacto crise internacional no crescimento desenfreado da dívida pública portuguesa durante o mandato socialista ou até afirmar que nada podiam fazer contra a agenda imposta pelos credores no que a reformas laborais geradoras de precariedade diz respeito para depois dizer que conseguiu contrariar essa mesma agenda para que a TSU dos idosos não avançasse. [Read more…]
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