Ricardo Araújo Pereira na TVI


Adoro humor inteligente, com qualidade. Ricardo Araújo Pereira é do melhor que temos em Portugal nestes dias, sem medo de afrontar as vacas sagradas do regime nem fazendo favores ou servindo qualquer agenda. Da esquerda à direita do espectro político nacional, varreu tudo e todos. Imperdível!

Bolsominions estão enlouquecendo no Brasil

Luciana Junqueira fez essa bela descrição da má fé dos bolsominions (apelido dado a quem elegeu Jair Bolsonaro a presidente do Brasil), após enxurradas de noticias de movimentações millionarias a integrantes do clã.

Quem metia o pau no Lula pelo “enriquecimento” do Lulinha ta falando: “Votei no pai e não no filho”;
Quem apoiava o MP pelas denúncias contra o PT ta dizendo: “Isso é uma armação com documentos forjados”.
Quem apoiava o MBL pelas criticas ao Lula tá falando: “Vcs deviam falar do BNDES. Novamente batendo no Flávio?”
Quem defendia o Moro por ter dado publicidade aos áudios da Dilma ta dizendo: ” Moro fez certo em proibir divulgar o relatório do Coaf”
Quem cobrava transparência do governo petista tá dizendo: “Presidente não deve se meter na história do filho”
Quem sempre disse que a Dilma tinha que ser presa ta dizendo ” tem que investigar mais isso”
Quem descia o pau no foro privilegiado ta postando #flavioinocente
Quem orou no dia da eleição por um país sem corrupção ta fazendo corrente de oração pelo Flávio.
Quem acreditou num power point, ta duvidando de um relatório oficial.
Quem queria abrir a caixa preta do BNDES apoia o sigilo do COAF.
MBL ta postando que um Bolsonaro é corrupto.
E pra fechar com chave de ouro: Malafaia ta calado.”

Assino embaixo e digo mais; se começarem a investigar empresários, pastores e outros marajás que o apoiaram na eleição, descobrirão muito mais. A familia Bolsonaro intriga até Wallstreet, dada a rapidez que aumentaram o patrimonio.

Parece que não, mas interessa: ISDS

Não é nada mais, nada menos, que uma prova acabada da subalternidade dos estados ao poder das multinacionais: ISDS (sigla em inglês de Investor-State Dispute Settlement), uma “justiça” privilegiada e exclusiva para os mais poderosos actores globais.

Uma “justiça” à qual elas, e só elas, têm acesso;

Uma “justiça” que lhes outorga direitos superiores para processarem os estados: nova legislação que possa afectar “as suas legítimas expectativas de lucro” é considerada “expropriação indirecta”, dando direito a indemnizações astronómicas;

Uma “justiça” que podem usar além, ou em simultâneo, com a Justiça nacional do país em causa;

Uma “justiça” feita por “tribunais” arbitrais privados, compostos por três árbitros escolhidos pelas partes, de entre um pequeno grupo de advogados ou juristas principescamente pagos e que podem assumir rotativamente o papel de acusação, defesa ou decisão;

Uma “justiça” que se tornou um modelo de negócio, com o número de casos a aumentar vertiginosamente;

Uma “justiça” à porta fechada (com sessões frequentemente realizadas em quartos de hotel) e de cujas decisões não há apelo nem agravo, pois não existe instância de recurso;

Uma “justiça” que interfere no próprio processo democrático até pelo seu simples efeito intimidatório;

Uma “justiça” em riste contra regulamentação em prol do ambiente e dos direitos dos cidadãos;

Uma “justiça” tão inconcebível que centenas de juristas de renome internacional se posicionaram publicamente contra ela;

Uma “justiça” tão absurda que o parlamento europeu a recusa;

Uma “justiça” tão injusta que urge erguermo-nos contra ela, nós, cidadãos. Amanhã é o lançamento da campanha “Direitos humanos primeiro. Justiça igual para todos”.

P.S. O Jovem Conservador de Direita não quer que se fale no ISDS 🙂