Morreu o aventador Norberto Pires

Faleceu Norberto Pires, vítima de acidente rodoviário.
Entre as muitas actividades que mantinha, era também autor no Aventar. O jornal Diário As Beiras relata as circunstâncias e fala um pouco sobre o Norberto.

Engenheiro Físico, Norberto Pires doutorou-se em Engenharia Mecânica, especialidade de Automação e Robótica, em 1999. Atualmente, era professor associado, com agregação, na Universidade de Coimbra. A sua grande atividade de cientista e investigador levou-o a publicar inúmeros artigos em revistas especializadas e a desenvolver projetos inovadores de transferência de tecnologia, nomeadamente, na área da robótica.
Norberto Pires era também conhecido pela intensa intervenção social, nos meios de comunicação social convencionais (imprensa e rádio), mas também nos novos media, quer colaborando com o canal web Coimbra TV quer, sobretudo, recorrendo às redes sociais para tomadas de posição de grande desassombro e profunda independência, política e intelectual.
No plano político, foi nomeado presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), em 2012, um ano após ter deixado a presidência do conselho de administração do Coimbra iParque. Em 2013, concorreu à Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, tendo sido eleito vereador.

[Diário As Beiras, 2021/08/11]

Como Aventador, recordamos a sua postura cordata e de intervenção pública na sociedade.
A maior parte de nós, aventadores, não chegou a conhecê-lo pessoalmente. Mas o respeito não é menor por causa disso. Era um de nós.
As nossas sinceras condolências à família e amigos.

Até sempre, Norberto.

PSG, Messi e o autoritarismo que toleramos em nome do futebol

O Paris Saint-Germain, um dos maiores clubes de França, detentor do mesmo número de campeonatos que o Saint-Etienne (9), menos um que o Marselha e um percurso mediano nas competições europeias, é hoje o ícone maior do lamaçal em que chafurda o futebol moderno. Bilionariamente financiado por um fundo controlado pelo monarca absoluto do Qatar, Tamin bin Hamad Al Thani, o PSG é o exemplo acabado, mas não o único, de como a Europa se deixou colonizar pelo dinheiro mais sujo e corrupto que circula no planeta. A mesma Europa do futebol patrocinado pela Gazprom e por outras empresas controladas por ditaduras, onde qualquer oligarca russo, chinês ou saudita adquire um clube, lava a imagem e o dinheiro manchado de sangue. Não admira que Messi lá tenha ido parar. Mais barril de petróleo, menos barril de petróleo, mais mulher lapidada, menos mulher lapidada, tudo se compra, pelo preço certo em euros, na Europa da liberdade e da democracia, onde tantos vêm uma ameaça nos desgraçados dos migrantes que dão à costa na Grécia, e tão poucos se preocupam com os tapetes vermelhos que se estendem para personagens sinistras como o Emir do Qatar.