Terrorismo ataca nos jornais

Esta manhã ainda não tinha visto a manchete do I. É uma obra-prima do terrorismo jornalístico nacional:

Como quem semeia colhe frutos, é passar os olhos pelas caixas de comentários, por exemplo do Público. Debaixo de um título ao nível desta manchete, versão aspas:

Suspeito detido é um “fundamentalista cristão”

(encontrem-me no mesmo jornal fundamentalismo islâmico escrito com as mesmas aspas, sff) nascem teorias fantásticas, ao pé das quais a ressurreição de Lázaro é uma brincadeira de putos. Vejam esta:

pode um muçulmano invocar, de um modo legítimo e ortodoxo, a sua fé para cometer actos de terrorismo? Sim, pode!: os seus textos religiosos estão cheios de apelos ao “dar a morte” a quem não segue a sua fé… Pode um cristão invocar, de um modo legítimo e ortodoxo, a sua fé para cometer actos de terrorismo? Não, não pode!: nada nos textos cristãos o permite… Mais: este acto foi justificado por este bárbaro como tendo a base na sua crença? não! são os actos cometidos por terroristas islâmicos justificados pela sua fé? Sim. Donde a questão é: porque é que, por exemplo no Público, se omite aquela e se refere esta?

Pode sempre invocar-se a ignorância, sendo a religião coisa da fé contra a razão não podem saber que o cristianismo é historicamente muito mais terrorista que o islamismo. Aliás é escusado explicar-lhes: não acreditam. Guerras santas, inquisição, ou coisas bem mais próximas de nós como a invocação do catolicismo para defender o império colonial, é escusado explicá-lo a fundamentalistas: a fé cega, ensurdece e provoca a emissão sistemática de disparates. Esperemos que fiquem por aqui. Quando em Portugal também pegarem em explosivos e espingardas a coisa ficará muito mais complicada.