Manuel Pinho, mais uma volta ao bilhar grande

Lisboa, 23 abr 2023 (Lusa) – A defesa do ex-ministro Manuel Pinho quer a nulidade da decisão instrutória no caso EDP por a considerar inconstitucional, argumentando que o arguido não teve uma efetiva oportunidade de defesa nesse processo, segundo um recurso apresentado.

Segue para bingo, mais uma rodada. Além de tudo o que já nos custou, este senhor continua a sair-nos caríssimo, num processo que irá chegar ao fim no dia de são nunca à tarde ou tarde demais. Aguentar este espécime na entrevista dada recentemente à RTP com vozinha mansa a armar em coitadinho por estar a ser investigado há 11 anos, é uma prova de força interior, não dele, como afirma, mas nossa.

Portanto agora a Juíza considerou que há indícios de ter sido corrompido por RS/BES. Concede agora o espécime que sim, lá acordo com o espécime RS existiu, e deu-lhe uma série de direitos e prémios; e diz ele que,  quando foi para ministro, disse assim para o colega : “vamos fazer aqui as continhas”;  Ouviram bem ? “vamos fazer aqui as continhas”, diz um ex-ministro da Economia, transbordante de significado, mas com fala de taberneiro; Continhas, 500 mil euros, mais a tal avença de 15.000 euros da qual se esqueceu, não se esqueceu mas não percebeu que continuava a receber avença,- pois, é que era uma conta offshore; “não vamos dramatizar aqui a questão dos offshores”, “era uma conta no estrangeiro”.  Um problema fiscal, diz o espécime, uma coisa sem qualquer importância que não é para dramatizar, apesar de ser um ministro da Economia a burlar o próprio país à grande e à portuguesa.

Portanto só viu passado um ano e mandou parar, não se preocupou mais… E até podia ter recebido 5.000 euros por semana, foi um prémio do passado, foi a forma que combinámos. E ademais altruísta, decidiu servir o país para ser ministro, onde é que isto já se viu!!! Jornalista: “MP fala em favorecimento nos projectos de interesse nacional, fala da Herdade da Comporta, do Pinheirinho, no caso da Herdade da Comporta, até anuncia que foi um PIN mesmo antes de haver uma decisão… “eu era livre de fazer o que quisesse”…  Jornalista: foi visto em eventos com Ricardo Salgado; mas não era próximo! “não tinha proximidade, não tive e não tenho”. A minha mulher é uma mulher extraordinária… Então rejeita ser um agente infiltrado do Grupo Espírito Santo? Rejeito e provarei isso um a um. Teme em julgamento ser condenado? Não, não temo.

Atão sr. Espécime, vá lá provar em julgamento, quer recurso para quê, mais uma valsa para deixar correr tempo e nos custar os olhos da cara que já nos arrancou?

Pode alguém explicar-me por que raio há cá esta coisa da instrução, que é como um julgamento, só para atrasar tudo e deixar estes espécimes incólumes e a gozar o resultado das continhas que fizeram?

Não há maneira de perceber como o povo português aceita tudo isto. Não há maneira.

Manuel Pinho, criminoso assumido

É a impunidade a bater recordes olímpicos. Manuel Pinho, socrático e avençado de Ricardo Salgado, assume, com a leveza de quem acordou e se lembrou de se ter esquecido da roupa na máquina por estender, que afinal cometeu vários crimes de fraude fiscal, prática comum – garante – no universo BES.

Mas está muito arrependido.

E ainda vai aparecer um idiota útil qualquer a louvar o arrependimento do criminoso.

Há sempre um idiota assim. É o irmão mais novo do idiota do “rouba, mas faz”.

Muito pior

Arresto provisório de bens em três casas do antigo ministro Manuel Pinho, no âmbito do processo EDP/CMEC

A corrupção é nojenta, mas quando é perpetrada por um responsável político, é-o ao cubo.

Desabafo

Nesta investigação, Manuel Pinho — que exerceu funções governativas entre 2005 e 2009 – é suspeito de ter sido corrompido pela dupla de executivos, que controlou a EDP entre 2006 e 2020, António Mexia e João Manso Neto. O antigo banqueiro Ricardo Salgado, também é, segundo a tese do Ministério Público, corruptor activo do antigo ministro da Economia. O antigo governante é suspeito de ter tomado várias decisões que terão beneficiado a EDP e prejudicado em 1200 milhões de euros o erário público.”

Mesmo sem ter ainda sido condenado, dá vontade de ir em manifestação para a frente da quinta onde Manuel Pinho cumpre prisão domiciliária exigir que devolva aos portugueses o valor que já transferiu para as contas em Espanha, na Alemanha e no Brasil. E mais, que peça publicamente perdão aos portugueses. Um ministro corrupto é do mais miserável que pode haver.

Custa-lhes muito a entender, mas estão lá para nos servir.

E, claro, há que boicotar a EDP, pelo menos dentro do possível (a parte comercial).

Na quarta-feira, saberemos como ficou Manuel Pinho, depois de passado pelo coador

«Medidas de coação conhecidas na quarta-feira». Efectivamente, coação≠coacção. Lembrai-vos da *quação. Já dizia Voltaire, «Ce n’était qu’en Italie qu’on avait élevé des temples dignes de l’antiquité».

A ganância e a rédea solta que lhe dão, ou seja, a questão é: porque é que as offshores são legais?

Foi publicada ontem uma nova investigação internacional pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) – do qual o jornal Expresso é parceiro -, sobre evasão fiscal e branqueamento de capitais. As revelações são baseadas na maior fuga de dados fiscais de sempre, 600 jornalistas de 117 países colaboraram na investigação. O enorme conjunto de dados inclui 11,9 milhões de documentos de um total de 14 fornecedores de serviços financeiros. Dele constam os nomes de numerosas celebridades, políticos e bilionários, demostrando que a evasão fiscal e a criminalidade financeira continuam em grande escala, através de empresas de fachada e trusts.

Entre os visados, destacam-se figuras como o antigo primeiro-ministro britânico Tony Blair, o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelenskiy, o rei Abdullah II da Jordânia ou o primeiro-ministro checo, Andrej Babis.

Também os ministros das finanças do Paquistão e Holanda têm laços com empresas offshore, assim como ex-ministros das finanças de Malta e da França – incluindo o ex-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn.

E claro, também há portugueses envolvidos nos Pandora Papers, como Manuel Pinho, ex-ministro da Economia de José Sócrates, Nuno Morais Sarmento, vice-presidente do PSD e ministro nos Governos de Durão Barroso e Santana Lopes, e Vitalino Canas, secretário de Estado nos governos de António Guterres. [Read more…]

Os milhões de Mexia e “as melhores práticas do mercado”

António Mexia, Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações do XVI Governo Constitucional, chefiado por Pedro Santana Lopes (é sempre importante recordar estas coisas, que parece que só são tema quando os visados são antigos governantes do PS), posteriormente presidente do conselho de administração da EDP, cadeira à qual chegou exactamente um ano após abandonar funções governativas, que ocupou até Julho de 2020 e da qual foi obrigado a abdicar após ter sido acusado de subornar Manuel Pinho, Ministro da Economia de Sócrates, o seu Assessor, João Conceição, o ex-Secretário de Estado Artur Trindade e o antigo Diretor-Geral de Geologia e Energia, Miguel Barreto, está novamente nas bocas do mundo.

Felizmente – para ele, não para nós – não foi embora de mãos a abanar. E, seguramente, não lhe faltarão recursos para tentar o habitual brilharete das elites quando enfrentam a frágil justiça portuguesa: protelar, protelar e protelar, até à prescrição final. É que, graças ao acordo de cessação de funções e de não-concorrência, assinado com a empresa que geriu durante 14 anos – how convenient is that? – Mexia irá receber qualquer coisa como 800 mil euros por ano (mais uma série de extras, como um generoso seguro de saúde e um PPR gordinho), até 2023. Os valores envolvidos, sublinha a EDP, estão alinhados com “as melhores praticas do mercado”. E o que seria de nós, plebeus economicamente iletrados, sem o mercado e as suas melhores práticas?

Sabes que cheira (ainda mais) a esturro

quando José Sócrates sai em defesa de Manuel Pinho. Birds of a feather…

Manuel Pinho: a minha humilde homenagem a um trabalhador singular

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No dia em que se celebra o Trabalhador, poucos portugueses serão tão dignos de homenagem como Manuel Pinho. O homem, o académico, o político independente, que se entregou de corpo e alma às funções ministeriais para as quais foi chamado, que desempenhou com mérito e distinção.

Porém, o ex-ministro foi mais do que um político excepcional. Durante o seu mandato, conta-nos a revista Visão, Manuel Pinho não se rendeu ao ócio ou à preguiça, nem nos raros momentos que lhe restavam, depois de toda a azáfama governativa e das coisas do dia-a-dia de um homem normal. Não. Nos tempos mortos, tão mortos que quase não se encontrava registo deles, Manuel Pinho trabalhava para ajudar a desenvolver e a elevar a banca portuguesa. Ministro durante o dia, consultor do BES nas horas vagas. Pela módica pechincha de 14 mil e tal euros mensais. O Ronaldo faz isso em duas horas. E o Capelo Rego está ali no canto a rir-se. [Read more…]

As rendas excessivas da EDP no país da imprensa comunista

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Fotografia: Paula Nunes@ECO

António Mexia é o exemplo acabado de um homem de sucesso em Portugal. Deu aulas, foi para a política, daí para organismos e empresas públicas, com a passagem da praxe pelo BES, e regressou à política, de onde em bom rigor nunca chegou a sair, para integrar o executivo Santana Lopes, entre Julho de 2004 e Março de 2005. Dai seguiu directo para a cadeira de presidente do Conselho de Administração da EDP, onde continua, hoje sob a batuta do regime chinês. Em 2014 recebeu de Cavaco Silva a mais alta condecoração da Ordem de Mérito Empresarial. Três anos depois, foi constituído arguido no caso relacionado com as rendas excessivas da EDP. Aquele percurso clássico.  [Read more…]

Rendas EDP/CMEC: Manuel Pinho constituído arguido

Enquanto se multiplicam os pedidos de demissão de alguns ministros deste governo, recordamos hoje um ministro que incorreu na palermice ilustrada pela foto em cima, acabando no olho da rua, despedido pelo messias do século XXI, José Sócrates. Depois de ter voltado à ribalta mediática nos últimos dias, Manuel Pinho volta a fazer manchetes, uma vez mais pelos piores motivos, ao ter sido constituído arguido no processo que investiga as rendas da EDP e a aprovação do regime remuneratório dos CMEC. [Read more…]

O “Alzheimer” não perdoa

Após ter perdido o rasto a 5,7 mil milhões de Euros, o administrador do BES África e antigo ministro do governo PS, Manuel Pinho, provavelmente esquecido do cargo que ocupava, pois invoca apenas 10 anos em que ocupou o cargo de administrador executivo do BES, coloca agora um acção judicial para ser pago pelo contribuinte ser indemnizado pelo Novo Banco. E de preferência pagos numa única tranche em vez da reforma que tinha negociado com Ricardo Salgado. Não vá esta ser colocada no Banco mau…

A força das convicções

 Note-se a posição correcta do corpo, optimizada com vista a atingir a máxima eficiência. Delicioso o pormenor do deputado pugilista ter o cuidado de ter, anteriormente, tirado a gravata, de forma a conseguir maior alcance, precisão e força

Note-se a posição correcta do corpo, optimizada com vista a atingir a máxima eficiência. Delicioso o pormenor do deputado pugilista ter o cuidado de ter, anteriormente, tirado a gravata, de forma a conseguir maior alcance, precisão e força

Rui de Brito Mendes

A expressão “força das convicções” ganhou um novo significado na primeira sessão da nova legislatura, resultante das eleições na Ucrânia – país onde o presidente do principal partido da oposição, o ex-primeiro-ministro Yulia Tymoshenko, está preso, condenado a uma pena de prisão de sete anos por razões políticas, segundo diz a União Europeia.

Faltam ocupar 5 dos 450 lugares do parlamento após acusações generalizadas de fraude. Em cinco distritos eleitorais haverá repetição da votação.

Por cá, o máximo que se conseguiu (e de que me recordo), em tempos recentes foram o já clássico “manso é a tua tia pá” ou os chifres daquele ministro da economia, cujo nome se esvaiu da minha memória, só restam as estórias: desde a do anúncio do fim da crise (ahhhhhhhhh… saudades dos tempos das vacas gordas aos quais, ingenuamente, chamávamos crise), até à tal (a dos chifres) no parlamento.

Que partido estava no governo…

… quando Manuel Pinho foi à China vender a ideia da mão de obra barata?

Relvas está para Pinho


Como o PSD está para o PS

Manuel Pinho sugere novo Bloco Central

RobalosDepois de ter saído do BES para ser ministro e de ter saído de ministro para ir dar umas aulas nos states, pagas pela EDP, Manuel Pinho sugere que ele merece continuar a ter emprego. Depois há quem se irrite por causa de certos desagrados.

E armado em Frei Tomás, Pinho falou numa “crise moral muitíssimo maior do que a crise económica.” Não faço ideia do que é que ele estará a falar.  É que não estou mesmo a ver.

Mas estou com ele quando brama que “agora parece que o governo fez tudo mal, parece que o PS fez tudo mal”. É um exagero. Tirando aquela coisa da banca rota, dos ajustes directos, das PPP, das SCUT, da desavaliação docente, do fecho de centros de saúde, dos cortes das pensões e dos subsídios de emprego, do desemprego record e da fachada Novas Oportunidades, nada há a pontar a este brilhante governante que, pelas próprias palavras, afirmou ainda estar para nascer um primeiro-ministro que mais tenha feito pelo défice.

Más notícias para o BES (ou não)

Depois da lata de baixar o IVA do golfe (o desporto; não estamos a falar do carro) para 6% e das facilidades concedidas à Herdade da Comporta, duas benesses ao banco do ministro BES, hoje recebeu o Grupo Espírito Santo uma má notícia: «Portugal perde organização da Ryder Cup 2018 para a França».

É a vida. Mas o Estado continua a ser bom encosto: «BES pede financiamento de 1,25 mil milhões com garantia do Estado».

Não deixa de ser curioso como a aproximação de eleições acabou por recentrar o BES na agenda económica, algo bem patente com a repetida aparição pública de Manuel Pinho na última semana em diversos órgãos de comunicação social (RTP, TSF, Expresso). Coincidências? Sim, seguramente. Sem dúvida. Obviamente.

O orçamento Manuel Pinho

Ao minuto 1:30.

Somos uma país competitivo em termos de custos, nomeadamente os custos salariais são mais baixos do que na média da União Europeia

O resto também tem piada.

Ex-ministro, a melhor profissão em Portugal

Manuel Pinho vai ensinar energias renováveis para uma universidade americana. E agora descobre-se que a cadeira é paga pela EDP (3 milhões, ao que consta).

Deve ser a isto que eles chamam um investimento estratégico.

Manuel Pinho na Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva

Segundo o noticiado por órgãos de comunicação social, Jornal Digital por exemplo, Manuel Pinho foi nomeado Presidente do Conselho de Administração da Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva, por decisão da Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas. Substitui, no cargo, António Vitorino.

Manuel Pinho é descrito como coleccionador de arte e além disto, acrescente-se, um homem deveras exigente em matéria de decoração das paredes do gabinete de trabalho. Mas, desta feita, no que respeita à selecção da fotografia mais apropriada, a tarefa ficou muito facilitada. Optou-se naturalmente pela imagem do gesto tão taurino quanto magistral e solene que imortalizou a última presença de Pinho na AR, como ministro da economia.

Encimar este ‘post’ com a imagem em causa é a nossa singela homenagem a Manuel Pinho.