Os comentários que não comentam

Às vezes tenho dúvidas sobre se vale a pena os jornais nacionais terem comentários livres nas notícias que colocam na internet. O caso do Público é gritante e nem é novo. É um fenómeno que leva já uns bons anos, embora, por vezes, pareça recrudescer de impacto.

Nos últimos tempos, o pensamento alarve voltou a sair da caixa e a espalhar perfume por um sem número de notícias. Veja o caso de hoje, na notícia sobre as vítimas de confrontos em Teerão. Em menos de duas horas surgiram (na altura em que escrevo) 43 comentários, quase todos sem o mínimo sentido.

Há trocas de recados, de piadas e de insultos entre comentários, há os que dizem que a Mossad está infiltrada em todo o mundo, que os judeus até podem ser superiores, que digam que os judeus sionistas são “homosexuais, satânicos…”, que peça desculpas por “ter nascido assim tão aborto, sempre tive azar na vida”.

Estes são exemplos curtos e apenas de uma notícia. Mas parvoíces deste género são habituais no site do Público. Outros jornais são também afectados, embora em menos número, por excrementos deste género.

Confesso que não sei se a culpa é do Público, por permitir comentários sem moderação, se é dos comentadores que poderia dar outro rumo à sua vida ou minha, por perder tempo a lê-los.

Comments

  1. Luis Moreira says:

    Comentários de quem tem pouco para dizer.

  2. maria monteiro says:

    José Freitas, pelo menos no Aventar os comentários que não comentam sempre ajudam à imaginação de “A” para as cenas dos próximos capítulos da telenovela aqui na TVA

  3. Boas… Gostaria apenas de deixar a minha experiência pessoal com o Público: por duas ou três vezes escrevi aos responsáveis editoriais do site a chamar a atenção para, em particular, comentários de teor nitidamente racistas, fascistas (escrevi também ao SOS Racismo), em suma ilegais e também (espantem-se!) por usurpação de identidades! Sem qualquer resposta até hoje… Interprete-se como quiser, mas tenho quase a certeza de que também não terei sido o único. Bem haja. Liberdade sempreps – http://portugalavista.blogspot.com/ sorry, :D.

  4. Mais uma pequena nota… desde manhã que tento editar este texto nos comentários do Público sem sucesso, já fiz re-boot, já desliguei, já liguei, já procurei, enfim, faz-me espécie. Acredito que seja só coincidência, pois não vejo razão:”A Hipocrisia OcidentalHá democracias ocidentais que acham que atirar ovos a governantes é anti-democrático, que incendiar carros e afins não é solução… As mesmas democracias hoje encorajam e ignoram, a revolta e violência fora do seu quintal em nome de interesses já bem conhecidos. Sou pela liberdade e pelo confronto construtivo mas tenho noção que há limites para o tolerável ou aceitável neste tipo de lutas. Nunca, em qualquer país, se muda um “sistema” de governação pela violência esperando que pela manhã será tudo cor-de-rosa como os portugueses bem sabem… Nós tivemos a melhor experiência possível numa transição de regime e isto numa altura de guerra. O Irão não é bem o “país do eixo do mal” que nos querem pintar…Parece-me que a mudança está em curso, mas precipitaram-se e como não conseguiram dar a volta da melhor maneira, agora vai à “força”… e para variar a “força” são os cidadãos comuns, carne para canhão… Os países ocidentais deviam ser mais honestos nas responsabilidades que têm na subida ao poder do actual regime. Espero que não haja um banho de sangue pois isso só interessa às “sanguessugas” ocidentais não ao povo iraniano. Bem haja. Liberdade Sempre.”enfim… só sei que nada sei…

  5. Carlos Fonseca says:

    José Freitas, quem usa a liberdade de expressão de forma tão incivilizada deveria pura e simplesmento ficar interdito de comentar. Até porque geralmente se trata de comentadores disfarçados por auto-pseudónimos e por meios insondáveis a esconder a identificação. Costumam usar, portanto, a cobardia como capa.

  6. Bom…pelo sim, pelo não: Eduardo Fernandes. 🙂

  7. O texto, Eht Refrus, não deve ter entrado por qualquer problema técnico. Não deve ter sido censurado. Esperemos é que não o tenham colocado na “lista negra”.

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