MORALES NÃO QUER A IGREJA CATÓLICA

MORALES NÃO QUER A IGREJA CATÓLICA

Evo Morales não quer a igreja católica na Bolívia, ou, pelo menos, quer que a sua actividade seja controlada pelo Estado e reduzida ao mínimo. Diz ele que a igreja católica é um “símbolo vivo” do colonialismo europeu. Mas não é só isso. A igreja católica é um símbolo, infelizmente vivo, da apoplexia mental, da epidemia da ignorância, da anulação da razão, do agrilhoamento das liberdades e da exploração dos povos em qualquer parte do mundo. Se tivesse havido e houvesse muitos Morales a pensar como este, o mundo era outro, e bem melhor, não tenhamos dúvidas.

               (adao cruz)

(adao cruz)

Comments

  1. carla romualdo says:

    Concordo inteiramente. Mas esta atitude não irá gerará menos anti-corpos do que as que visavam os monopólios económicos europeus ou as elites locais.

  2. Miguel Dias says:

    E aproveite-se para incendiar as igrejas, imolar os padres e violar as freiras. Um Torquemada de calças precisa-se. O amigo Adão parece ser um belíssimo candidato. Está disponível?

  3. Carla Romualdo says:

    Não, Miguel, esses são os métodos que a igreja tem inspirado ao longo dos séculos, mas não é preciso ser violento. Aliás, na Bolívia podem inspirar-se na belíssima espiritualidade dos seus povos nativos, que a igreja pisoteou durante séculos.

  4. Miguel Dias says:

    Bem, Carla, isso de substituir uma espiritualidade por outra por muito belíssima que seja, não me parece que seja o que o Adão tem em mente. Nem ele nem o Morales. Quanto à violência não vejo como não se se quiser cumprir tão nobre propósito civilizacional. Sinceramente, não estou a ver o Morales chegar ao pé de um bispo: sua eminência faça a fineza de despir a batina e de informar o seu rebanho que Deus não existe mais. Foi comprar cigarros e nunca mais voltou. Ah pois concerteza senhor presidente, por quem sois.

  5. Carla Romualdo says:

    Bem, Miguel, eu confesso que não sei o que o Adão e o Morales têm em mente. Mas não acho que a Bolívia, ou seja que país for, esteja condenado à dicotomia igreja-todo-poderosa ou “incendiar as igrejas, imolar os padres e violar as freiras”. Também não alinho com um tipo de discurso que tende a tratar qualquer proposta não-violenta como tonta.

  6. Miguel Dias says:

    Carla, as teorias não são tontas por serem violentas ou não-violentas. No caso, a do Morales é bem tonta e violenta. Não estou a ver que num país como a Bolívia, onde para além do imenso poder da igreja, o catolicismo está tão enraizado na população, a ideia de estripá-lo por decreto não é desde logo uma violência. E não vejo como se conseguirá fazê-lo sem a dita.repara que o laicismo nos estados europeus não se conseguiu com luvas de pelica. Em causa está para todos efeitos uma luta entre duas formas de poder a do Estado e da Igreja, que não querem perder o seu quinhão. permite-me então não escolher nenhum dos lados da barricada mas que vai haver molho vai, quer queiras quer não.

  7. Adão Cruz says:

    Inteiramente de acordo com a amiga Carla Romualdo, que entendeu perfeitamente o que o grande amigo do Miguel quis dizer. Quem conhece o Miguel da mesa do café, sabe que ele iria reagir assim. Mas o Miguel é fino de mais para não entender o que eu quero dizer e o que a Carla comenta. Isto é apenas um alimento do seu sorrisinho maroto. Falando a sério, eu sou inimigo figadal da violência e nunca a preconizaria, a não ser in extremis, eu sei lá, num contexto revolucionário sangrento. Aqui trata-se apenas de pôr ordem nos desmandos de uma privilegiadíssima instituição, dentro de um estado laico, o mais pacificamente possível, dentro de todos os cânones democráticos. Não é caso para violar freiras…a não ser que elas queiram.

  8. Adão Cruz says:

    Caro MiguelCá em Portugal, há muito que a igreja devia estar no seu lugar. Ninguém a quer tirar do lugar que lhe pertence, dentro de um estado laico democrático. Sejamos sérios. Ninguém quer mandar a igreja para a fogueira, como ela sempre fez. E hoje, apesar do vaticano ainda o fazer, por outros meios, a igreja não o faz às escâncaras porque não pode, senão a inquisição era de novo realidade. Ninguém tenha dúvidas sobre isto. Há neste momento uns laivos medrosos de intenção governamental de definir os dois papéis. É um passo, muito pequenino mas é. A igreja esperneia, como qualquer um esperneia se lhe mexem nos privilégios. Que esperneie à vontade. Veja-se o que aconteceu em Espanha. É necessário firmeza, razão, compreensão e humanidade por parte do estado, e aceitação da mais democrática lógica por parte da igreja. Sem qualquer tipo de violência. E eu acredito piamente, que a haver violência ela não virá de um estado cauteloso em matéria tão delicada, mas será, não tenho dúvidas, instigada pela própria igreja. David Yallop, um dos mais creditados jornalistas de intervenção, diz, na última página do seu livro, e após inúmeras provas, que é prática corrente do vaticano”encobrir, mentir, prevaricar e negar” para atingir os seus fins.

  9. Miguel Dias says:

    Como não tinha lido as declarações do Morales, tive agora o cuidado de o fazer sendo certo que a transcrição do Adão é fidedigna.”Evo Morales não quer a igreja católica na Bolívia, ou, pelo menos, quer que a sua actividade seja controlada pelo Estado e reduzida ao mínimo”.Ora bem, significa isto que a partir de uma posição maximalista de total proibição ( não querer) está disposto a aceitar, pronto vá lá, um controlo do Estado.O ideal era proibir, mas como é um bocado chato para malta que gosta de santinhos, podem rezar um poucacinho desde que o Estado controle. Como conseguir isto num país profundamente católico e dominado pela Igreja, ou seja num país em que grande parte da população não quer essa proibição e esse controle, ” o mais pacificamente possível, dentro de todos os cânones democráticos” é algo que escapa ao meu sorrisinho maroto. Quanto ao tema da violência, que é para onde estes comentários têm vindo desembocar, suscitam-me considerações que justificam um post. Bom apetite e até logo.

  10. Carla Romualdo says:

    Miguel, sintetizo a minha posição: parece-me justo e necessário limitar o poder da igreja salvaguardando a liberdade de culto religioso. A justeza, oportunidade e a boa aplicação das medidas que vierem a ser tomadas serão seguramente avaliadas pelos bolivianos.

  11. Adão Cruz says:

    Mais uma vez de acordo com a justa síntese da Carla Romualdo: “Limitar o poder da Igreja, salvaguardando a liberdade do culto religioso”. E limitar o poder da igreja, porque é um poder meramente terreno, mafioso, político e promíscuo. O culto religioso não deveria ter nada a ver com isto.

  12. dalby says:

    A espiritualidade da Igreja Católica também operou verdadeiros milagres nas pessoas..e através dela..Leonardo Da Vinci trabalhou para NÓS! Foram horríveis sim sr mas também provocaram beleza nas pessoas que souberam não deixar entrar a parte má, a parte obscurantista e agressiva

  13. Dalby: lembraste das últimas palavras do Orson Welles no” terceiro homem”:Quinhentos anos de democracia na Suiça e que é que eles fizeram : O relógio de cuco. Cinquenta anos de Bórgias no Vaticano? O Renascimento.

  14. Carla Romualdo says:

    Alto lá, caro Miguel, que agora falaste de alguém que me é muito caro. Deixa-me só esclarecer aqui esse equívoco: o Graham Greene escreveu isso, como bom católico que era, não foi o Welles a dizê-lo.

  15. Foi sim senhor.

  16. Luis Moreira says:

    Carla, essa frase dava um poste à altura do teu talento.

  17. espera aí que eu já te mostro?

  18. Carla Romualdo says:

    Miguel, eu expressei-me mal. Eu sei que o Harry Lime (era esse o nome da personagem, não era?) diz isso, tal como o Greene o escreveu, mas não atribuas a autoria ao Orson Welles.De qualquer forma, gosto do Greene.

  19. Carla Romualdo says:

    Luís, obrigada pela parte que me toca, mas prefiro deixar de lado o tema da Igreja. O Adão já disse o que eu tinha para dizer.

  20. Pronto aqui está ao minuto 6.26 http://www.youtube.com/watch?v=mZg8a0nqjTE&feature=relatedDeu trabalho mas bendita youtube.

  21. temos os dois razão. melhor assim.

  22. sendo certo que eu não atribui a autoria ao Orson. apenas disse que ele dizia isso no filme.

  23. Carla Romualdo says:

    Não evocarás o nome do Orson em vão

  24. steven says:

    que dizer da dobradinha igreja-nazismo?http://anticlerical.multiply.com/photos

  25. Adalberto Mar says:

    Mas igreja não é = a cristinanismo nem = a cristo

  26. Sérgio says:

    Qual Evo Morales? O analfabeto e agricultor de plantações de coca? Deve ter estudado profundamente no intervalo das festas locais para ganhar esta autoridade de pensamento sobre a Igreja católica. São assim os esquerdistas, uns estudiosos, todos eles.

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