Santarém, Capital do Gótico (XII)

(primeira parte e explicação do «bodo aos pobres» aqui)

PRESENTE E FUTURO

Actualmente, o concelho de Santarém, virado para o futuro, vai-se assumindo cada vez mais como um concelho moderno, desenvolvido, que aposta na qualidade de vida das suas populações como motor fundamental para o desenvolvimento. Uma cidade do mundo, afinal, em que é bom viver e onde as pessoas se sentem bem.
Haverá, como é evidente, lacunas a resolver. Nem tudo estará perfeito nos mais diversos indicadores sócio-económicos. Mas a evolução registada no nosso país e no concelho faz crer que o caminho mais correcto é seguir em frente. Assim se fará, por certo, num território que disputa a liderança de toda esta região do Médio Tejo. Ou não fosse, afinal, a capital de um distrito que ocupa uma extensa área territorial.
A cidade de Santarém, capital do concelho e do distrito, será o espelho de tudo o que acabamos de afirmar. Em termos urbanísticos, se até 1930 a cidade de Santarém foi crescendo em número de pisos dos seus prédios, e a partir dessa data em extensão, para oeste e norte, a década de 60 do século XX vai marcar uma tendência de construção maciça de novos edifícios em altura.
Essa tendência, que se prolongou até à actualidade e que tem os seus expoentes nos lugares de Galhardos, Eirinhas ou Sacapeito, obrigou mesmo a população a começar a ocupar os vales e as várzeas até aí preservados. O plano de urbanização da cidade, elaborado em 1977 pelo arquitecto Tomás Taveira, previa, entre outras directrizes, o crescimento da cidade para norte e para sul, a criação de uma área industrial e a deslocação da via ferroviária para o planalto. O facto de a Administração Central nunca ter homologado este plano tolheu, em grande parte, a sua execução. Em 1995, seria aprovado oficialmente o Plano Director Municipal de Santarém, vulgo PDM, que está actualmente em fase de revisão, como, de resto, está a acontecer em todo o país.
Um exemplo dos espaços actualmente em transformação, porque não os podemos citar a todos, é o largo Cândido dos Reis. A criação de uma placa central de grandes dimensões, que irá reorganizar o trânsito daquela zona, é uma necessidade que se tornou premente desde a construção do centro comercial. Uma maior atenção aos peões, com o aumento dos passeios e a colocação de mobiliário urbano, é uma das directrizes fundamentais do projecto, que terá em atenção, de igual forma, a qualidade dos materiais. Pela sua importância, a igreja de Jesus Cristo, com a sua fachada maneirista, ditou desde o início o rumo das intervenções a realizar.
De resto, o respeito pelo património edificado e pela tradição histórica de Santarém tem sido observado por aqueles que têm por obrigação decidir. É pena que não se tenha feito o mesmo nos séculos anteriores, mas a esperança de que ainda se vá a tempo de salvar algo, essa, permanece em Santarém.
«Se, entre 1940 e 1960, os apelos à salvaguarda do património já se tinham sentido, levando à criação de áreas de protecção dos monumentos administradas pela Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, é apenas nos finais da década de setenta que a cidade se movimenta no sentido da defesa do património monumental, histórico-cultural e urbanístico. Motivo de reunião de algumas camadas da população em volta da salvaguarda do património da cidade, a influência do movimento patrimonialista reflecte-se na própria sede das ideias transformadoras da cidade – a Câmara Municipal.
Depois de um período de indecisão (1980-1988), a administração autárquica resolve, em 1989, criar o Gabinete de Planeamento Municipal (GPM), tentando dar ordem a um certo caos urbanístico, criando, ao mesmo tempo, as regras para o seu Centro Histórico, através de uma postura específica.» (Jorge Custódio)

Dados demográficos

Façamos um breve retrato da evolução demográfica ao longo do século XX. Em 1911, no primeiro recenseamento do século XX, Marvila tinha 3963 pessoas, S. Nicolau 2387, Salvador 3547 e Santa Iria 1595. Eram estas as freguesias mais povoadas do concelho. A meio do século, mais concretamente em 1950, o censo desse ano dava para aquelas freguesias, respectivamente, 6849, 5156, 5130 e 2060 pessoas.
No concelho, a diminuição demográfica desde 1960 não foi tão significativa como noutros locais – apenas 1,8%. A cidade tinha 63777 residentes em 1960, 62621 em 1991. Ao invés, o centro urbano de Santarém registou um crescimento de 43,9% no mesmo período, de 16449 para 23678 pessoas.
Em termos de estrutura etária, a população da cidade era mais nova do que no resto do concelho. A percentagem de jovens era de 26,6%, os adultos 54,6% e os idosos 18,8%. O índice de envelhecimento é de 70,6%, enquanto que no resto do distrito essa percentagem é de 95%.
Para os dados demográficos actuais, utilizaremos os números mais recentes, os do Recenseamento Geral à População de 2001. As freguesias mais povoadas são, obviamente, as que se situam dentro da cidade. É o caso de Marvila, Salvador e S. Nicolau, com 9584, 9211 e 9036 habitantes, respectivamente. No pólo oposto, Azoia de Baixo é a freguesia com menos indivíduos residentes – 278, seguido de Vaqueiros (317) e Pombalinho (530).

Economia e indicadores sociais

A localização geográfica de Santarém, nomeadamente a proximidade de Lisboa, e a curta distância das principais infra-estruturas de transportes contribuem para um forte dinamismo económico. Senão vejamos: a nível rodoviário, a auto-estrada Lisboa-Porto passa bem perto; a nível ferroviário, a linha do Norte tem estação em Santarém; a nível de transporte aéreo, Santarém dispõe de um aeródromo, enquanto que o aeroporto da Portela, em Lisboa, fica apenas a trinta minutos; em termos de transporte marítimo, a quarenta e cinco minutos encontra-se o porto de Lisboa e a cinquenta o de Peniche.
Para que uma empresa, seja ela qual for, cumpra os objectivos para os quais foi criada, não se basta a si própria. Mesmo com excelente matéria-prima, a preços competitivos, e com uma mão-de-obra qualificada, fica a faltar um sem-número de determinantes, sem o qual a rentabilidade máxima nunca será possível.
Integram-se nestes factores os acessos, que, consoante a sua qualidade e quantidade, possibilitam ou afastam inúmeras possibilidades de negócio. E neste caso, algumas das firmas que compõem o tecido económico do concelho debatem-se com problemas. Na parte norte do concelho, por exemplo, ressalta à vista o mau estado da Estrada Nacional n.º 362, que liga Santarém a Alcanede. A Estrada Nacional n.º 361, no troço Alcanede – Alcanena, sofre dos mesmos problemas, facto que se torna ainda mais grave se pensarmos que é uma via primordial para o desenvolvimento económico de toda a região.
Outro dos exemplos que pode ser dado quando se fala de qualidade de vida das populações versus tráfego automóvel/poluição é o do atraso na construção da variante à Estrada Nacional n.º 3, na Portela das Padeiras e no Vale de Santarém, no sul do concelho. A freguesia de Salvador tem sido uma das mais afectadas pelas sucessivas dilações de prazos a que se vem assistindo.
A beneficiação da Estrada Municipal n.º 506, em execução, é um bom exemplo do que pode ser feito a este nível. Para o futuro, aguarda-se a ligação da A1 à A13, com um evidente desafogo para a ponte Salgueiro Maia e para a rua 0, e a concretização da estrada do campo que faz ligação ao Pombalinho.
O peso económico da agricultura e da criação de gado, no concelho, é inferior ao peso cultural e simbólico que encerra em si próprio. Nos últimos anos, tem-se assistido a uma renovação dos métodos de cultivo e a produção, obviamente, tem tido tendência para aumentar. Neste ponto, os modernos sistemas de regadio têm contribuído sobremanei
ra
para o novo estado de coisas a que se tem assistido. Novos agricultores abrem novas fronteiras e Santarém ressente-se, positivamente, desse facto.
As seculares oliveiras, cujas primeiras informações remontam à época romana, continuam a ser a cultura predominante. A par da nobre azeitona, as searas de melão, os tomateiros e os campos de cereais, com destaque para o milho, detêm papel económico relevante.
Em termos de pecuária, é sabido que o Ribatejo é um grande centro de produção. Santarém incluído, como é óbvio. Em primeiro plano, a criação de bovinos em pasto extensivo, com destaque para os touros, que assim vão subsistindo. Em segundo lugar, alguns núcleos de produção leiteira. Na margem direita do Tejo, sub-região do bairro, a criação de ovinos merece uma palavra importante. A pecuária intensiva pratica-se no norte do concelho a nível da suinicultura e dos aviários.
Na silvicultura, existem importantes manchas de pinheiros na zona norte do concelho e na zona integrada do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. São zonas em que, devido à fraca qualidade dos solos, se apostou mais no pinhal. O eucalipto representa um desses casos. Recentemente, o pinheiro manso, os sobreiros e as espécies nobres nacionais têm surgido, por força de alguma reconversão e também da elevada procura destas madeiras.
Obviamente, há uma diferença muito significativa entre a cidade de Santarém e o resto do concelho. Dentro da sede municipal, a percentagem daqueles que se dedicam ao sector primário é de apenas 2,1%.
Na indústria extractiva, a indústria de barro vermelho conta com a preciosa ajuda da excelente argila extraída nos mananciais do concelho. Na povoação de Xartinho, freguesia de Alcanede, encontra-se em exploração um jazigo de caulino. No sector da construção civil, a pedra – calcário, mármore e outras – regista um grande desenvolvimento.
Em termos de indústria transformadora, o sector agro-alimentar conta com algumas unidades de grande dimensão, caso de uma das maiores fábricas portuguesas de cerveja, outra grande de sumos e refrigerantes, uma unidade de congelação e transformação de legumes e uma outra de transformação de carne. Para além destas, existem os tradicionais lagares de azeite e lagares de vinho e algumas unidades pequenas e médias de bolachas e bolos de tipo tradicional.
O sector das madeiras conta com algumas serrações e carpintarias. Existem também unidades de aglomerados e fabricação de móveis, algumas das quais com uma grande produção e exportação.
A pedra é matéria-prima para a construção civil e também para o fabrico de cal, sector onde existem duas grandes unidades e algumas outras mais pequenas. Os elementos decorativos em pedra, revestimentos, lareiras e outras, estão também em crescendo.
Na indústria das peles, um organismo desponta: o Centro Nacional de Curtimento, na freguesia de Alcanede.
Segundo os últimos dados, 19,3% da população da cidade de Santarém dedica-se ao sector secundário.
Na sede do concelho, a actividade predominante, como é óbvio, é o comércio, que conheceu uma grande explosão na década de 60. Aliás, Santarém é quase um verdadeiro centro comercial, ao ar livre e não só. A coexistência entre o comércio tradicional e as grandes superfícies faz-se sem grandes problemas, a despeito dos dois hipermercados existentes.
Um dos sectores importantes no que ao comércio diz respeito é o ramo automóvel. Aqui chegados, não poderíamos deixar de referir a Santagri, empresa fundada em 1980 e que tem a sua sede na freguesia da Várzea. Está integrada no extenso Grupo Entreposto – Gestão e Participações SGPS.
A par do comércio, a vinda para Santarém de filiais dos principais bancos portugueses e de vários organismos de administração local e central e empresas com capitais públicos, como a Portugal Telecom, a EDP ou o Instituto da Juventude, contribuiu para que, a nível dos serviços, a cidade passasse a servir a sua população de forma mais eficaz e completa. A possibilidade que existiu de instalar em Santarém, neste ano de 2004, a Secretaria de Estado da Agricultura, embora abortada, demonstrou bem a importância que a sede deste concelho já adquiriu no panorama político e económico nacional.
Dentro de Santarém, o peso do sector terciário é esmagador, com 78,6% da população activa. «Foi por isso e desde sempre uma cidade encruzilhada, de rotas históricas e de auto-estradas, na actualidade, onde se peregrina, passeia e negoceia; cidade de feiras e «trocas», desde o chão da Piedade, na Idade Média, ao CNEMA – Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas, edificado no século XX, passando nesse percurso pelos Campos de Fora de Vila e Chão das Padeiras ou S. Lázaro.
A dinâmica da oferta e da procura foi sempre de tanto relevo em Santarém, que se impôs constantemente a deslocação do espaço da Feira, na procura de mais amplas áreas.
Cidade que foi é e de serviços e comércio, cidade que foi de conventos e hospitais, para quem nesse «trânsito», sobretudo medieval, procurou o além ou a cura, acabou por marcar sub-repticiamente nos seus habitantes uma apetência nómada ou peregrina.» (Pedro Canavarro)
Santarém é um destino turístico importante em Portugal. Milhares de pessoas, todos os anos, visitam a cidade e o concelho em busca das belezas naturais do Ribatejo e dos principais monumentos.
A configuração topográfica de Santarém, com as suas sete colinas, permite que as paisagens de excelência abundem em todo o perímetro urbano. As praças, os jardins e sobretudo aqueles que dispõem de miradouros aproveitam essas características únicas e emprestam aos santarenos e a todos os visitantes momentos de verdadeiro sonho.
O jardim das Portas do Sol, como é óbvio, teria de estar no topo das nossas atenções. É a sala de visitas de Santarém, o «ex-libris» da cidade, a «majestosa entrada da grande vila» como lhe chamou Almeida Garrett. Sobre este espaço verde e, sobretudo, sobre tudo o que o rodeia, das muralhas em seu redor e da esmagadora paisagem envolvente, já nos referimos com abundância anteriormente.
O jardim da República é o típico jardim citadino. Bancos para descanso, baloiços para as crianças, mesas para piqueniques e um coreto de ferro forjado dão um toque muito especial a um espaço verde muito concorrido pela população. Em redor, os paços do concelho, a Escola Prática de Cavalaria e o convento de S. Francisco tornam esta zona uma das mais importantes da cidade.
O campo Sá da Bandeira conta a história da cidade através do seu pavimento em calçada portuguesa. É escolhido por muitos santarenos para a prática de desportos radicais. O mercado, de um lado, e a igreja do Hospital de Jesus Cristo, do outro, balizam esta área verde.
O jardim da Ribeira fica na Ribeira de Santarém, freguesia de Santa Iria. Junto à margem do Tejo, é um espaço de enorme aprazibilidade. Embora de pequenas dimensões, é fortemente arborizado e florido.
A praça de Sá da Bandeira ou do Seminário é o espaço mais central da cidade e um dos que viveu mais momentos marcantes da sua história. No centro, a estátua de Sá da Bandeira, que homenageia a memória desse extraordinário combatente pela liberdade. A ele se dirigiu Humberto Delgado, aquando da sua passagem por Santarém, como já referimos antes. Do lado direito, encontra-se o Seminário, do lado direito a igreja da Piedade e a famosa janela manuelina.
Em termos de alojamento, a oferta de Santarém é vasta e inclui vários hotéis, residenciais, pensões e unidades de turismo de habitação.
Durante o Verão, percorre as principais artérias da cidade um comboio turístico, gratuito, que mostra aos visitantes do burgo o que de melhor tem Santarém. Obviamente, o programa está aberto a todos aqueles que, apesar de viverem por aqui, não conhecem tanto quanto deviam sobre a sua cidade.
A Feira Nacional da Agricultura, que se realiza em Junho,
é a expressão máxima da capacidade agrícola de Santarém e um dos pontos de maior interesse turístico para quem visita o concelho. O local da sua realização é o Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas.
O Festival Nacional de Gastronomia decorre no mês de Outubro, durante cerca de quinze dias, sob a organização da Câmara Municipal de Santarém e da Região de Turismo do Ribatejo. O local da sua realização é a Casa do Campino, no campo Infante da Câmara.
Referência ainda para as feiras do Milagre (segunda e terceira semana de Abril) e da Piedade (segunda e terceira semana de Outubro); para a Lusoflora, certame realizado em Outubro e que se dedica às flores; e para a feira das Velharias, realizado no quarto sábado de cada mês no largo Padre Chiquito, no centro histórico de Santarém.
Destes e doutros certames daremos conta mais pormenorizada no capítulo dedicado ao património humano de Santarém.
Olhando agora para o quotidiano dos santarenos, dedicaremos a nossa atenção a alguns indicadores que revelam a qualidade de vida de uma população. Estão entre esses indicadores a educação, a saúde, as infra-estruturas culturais ou o ambiente.
Todos os graus de ensino estão presentes em Santarém. Especialmente importante, pela movimentação que empresta à cidade e pelo dinamismo económico que acarreta, é o ensino superior, com as suas diversas escolas, muitas delas voltadas para as necessidades locais.
Em termos de ensino pré-escolar, os últimos dados apontam para uma abrangência de mais de oitocentos alunos, num total de cinquenta salas. No tocante à componente de apoio à família, 33% daquelas crianças tinham acesso ao almoço e ao prolongamento das actividades. Um número que, desde os cinco anos anteriores, não parou de aumentar.
No que diz respeito ao primeiro ciclo do ensino básico, antiga escola primária, estavam inscritos em 2002 mais de 1300 alunos, que estavam distribuídos por cerca de 150 salas de aula. Neste caso, a tendência dos cinco anos anteriores foi de descida, num ritmo que acompanhou a situação verificada no resto do país. É que menos nascimentos equivalem, invariavelmente, a menos alunos.
O segundo e terceiro ciclo e o ensino secundário contam no concelho de Santarém com nove estabelecimentos de ensino público. São eles a Escola do Ensino Básico de 2.º e 3.º Ciclo de Alcanede, a Escola do Ensino Básico de 2.º Ciclo de Mem Ramires (freguesia de Marvila), as Escolas do Ensino Básico de 2.º e 3.º Ciclo D. João II e Alexandre Herculano (freguesia do Salvador), a Escola Básica Mediatizada de Alcanhões e de Vale de Santarém, a Escola Secundária Dr. Ginestal Machado (Marvila) e a Escola Secundária Sá da Bandeira (Salvador). No total, frequentam estas escolas mais de 3500 alunos.
O ensino recorrente tem uma boa cobertura no município. É o sistema de ensino ideal para quem já deixou de estudar há algum tempo e para todos aqueles que trabalham, porque assim podem estudar ao seu ritmo através do sistema das unidades capitalizáveis. Combate o analfabetismo e promove a qualificação escolar e profissional.
Dentro do concelho, há estabelecimentos de ensino que leccionam o recorrente nas freguesias de Alcanede, Alcanhões, Casével, Marvila, Pernes, Santa Iria da Ribeira de Santarém, Salvador, S. Nicolau, S. Vicente do Paul, Tremês, Vale de Figueira e Vale de Santarém. Segundo os últimos dados, frequentavam o ensino recorrente de primeiro ciclo 202 alunos e de segundo e terceiro ciclo quase trezentos.
Como garante do bom funcionamento de todo o sistema, temos o recentemente criado Conselho Municipal da Educação, organismo previsto na lei de bases e que é uma inovação recente em todo o país. Tem como objectivos estruturar e definir políticas e prioridades e envolve todas as escolas dos vários grupos e sectores de ensino, professores, associações de pais, associações sindicais e associações de estudantes.
O ensino superior, no concelho, está bem representado por dois institutos politécnicos: o Instituto Politécnico de Santarém e o Instituto Superior de Línguas e Administração. Um pólo universitário que procura satisfazer as necessidades das empresas da região e que conta com cerca de três mil alunos. Com mais uma ou outra escola, quase se poderia dizer que estaríamos na presença de uma verdadeira cidade universitária.
O Instituto Politécnico de Santarém é composto pelos seguintes estabelecimentos: a Escola Superior Agrária de Santarém, a Escola Superior de Educação de Santarém, a Escola Superior de Gestão de Santarém e a Escola Superior de Enfermagem.
A Escola Superior Agrária de Santarém, especificamente dirigida ao meio social e económico em que se insere, é uma das mais antigas do país dentro deste sector. Tem uma oferta constituída por vários cursos, alguns de bacharelato e outros de licenciatura bietápica. Os cursos são os de Engenharia Agro-Alimentar, Engenharia de Gestão do Ordenamento, Engenharia da Produção Animal, Equinocultura, Engenharia da Produção, Engenharia Agrária e Qualidade Alimentar. Tem mais de mil alunos.
A Escola Superior de Educação de Santarém dirige-se essencialmente aos futuros professores, como o próprio nome indica. Pouco mais de mil alunos distribuem-se pelos seguintes cursos: Animação Cultural e Educação Comunitária, Educação Social, Educação de Infância, Professores do 1.º Ciclo do Ensino Básico, Professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico (quatro variantes), Complementos de Formação Científico-Pedagógica e Complementos de Formação para Professores do 1.º Ciclo.
A Escola Superior de Gestão de Santarém é o estabelecimento que conta neste momento com mais alunos, quase 1300. Os cursos de Gestão de Empresas, Informática de Gestão, Marketing e Consumo, Administração Pública e Autárquica e Contabilidade e Fiscalidade dirigem-se essencialmente a uma comunidade em crescimento que só necessita dos instrumentos básicos da gestão para se impor em definitivo no panorama empresarial português.
Por fim, a Escola Superior de Enfermagem tem cerca de 270 alunos e cobre uma daquelas que, na área da saúde, é considerada uma grave lacuna. Oferece tanto a licenciatura como o bacharelato em Enfermagem.
Quanto ao Instituto Superior de Línguas e Administração, vulgo ISLA, oferece aos seus quase oitocentos alunos seis cursos de licenciatura: Tradução e Interpretação em Línguas Modernas, Comunicação, Gestão de Empresas, Gestão de Recursos Humanos, Informática de Gestão e Engenharia Electrónica Industrial.
A nível da investigação, referência ainda para a Estação Zootécnica Nacional, em Vale de Santarém, o maior instituto português em termos de pecuária.
No que concerne à saúde, o Hospital Distrital de Santarém assegura a maioria dos cuidados básicos, tanto no que diz respeito às valências de internamento como de consultas de especialidades e de urgências. Em termos de necessidades prementes, refira-se a criação de uma extensão do Centro de Saúde de S. Nicolau, visto que os equipamentos existentes até à data não cobrem, de maneira nenhuma, a totalidade dos utentes inscritos, que totalizam cerca de 50% da população total da cidade. A inexistência de climatização no hospital e a falta de uma extensão de saúde na maior freguesia de Santarém, Alcanede, são outros dos problemas com que o concelho se debate.
A nível social, a breve prazo existirá um lar para a terceira idade em Amiais de Baixo; um centro de dia e lar de idosos na serra do Alecrim, que servirá a envelhecida população daquela zona do município; e uma creche e lar de terceira idade em Vale de Figueira.
A nível cultural, urge a construção da nova Biblioteca Municipal, cujo projecto já está pronto a começar. Quanto à actual, cumpre com uma extrema dignidade as suas funções desde 1926, cinco anos depois de Anselmo Braamcamp Freire ter entregue à Câmara Municipal todo seu espólio literário. De resto, a sua
colecção é o mais importante fundo bibliográfico da instituição – no total, são cerca de quinze mil volumes, datáveis do século XVI ao primeiro quartel do século XX, incluindo alguns incunábulos de 1498 e 1499. Para além desta, existe ainda a Biblioteca Camões, fundada a 13 de Junho de 1880; e várias outras que, em conjunto, contribuem para o impressionante número total de setenta mil volumes. Referência ainda para uma vasta colecção de pintura, que inclui obras de Josefa de Óbidos, José Malhoa ou Alfredo Keil.
A Casa do Brasil/Casa Pedro Álvares Cabral é um dos espaços de exposições mais importantes de Santarém. Aqui têm lugar diversas actividades culturais ligadas ao Brasil. Possui uma biblioteca especializada e uma base de dados sobre as temáticas da expansão, dos descobrimentos portugueses e dos escalabitanos ilustres. Para além da Casa do Brasil, funcionam como sala de exposições o posto de turismo, a sala Virgílio Arruda, na Biblioteca Municipal de Santarém, e o Fórum Actor Mário Veigas.
O auditório do Instituto Português da Juventude, o auditório da Casa do Brasil e o grande auditório do Centro Nacional de Exposições, este com uma capacidade para 1200 pessoas, são espaços multiusos que permitem a realização de várias actividades ligadas à cultura.
O mesmo se dirá das nove salas de congressos existentes: no Arquivo Distrital, na sala Virgílio Arruda, no Coríntia Santarém Hotel, na Escola Superior Agrária, na Escola Superior de Educação, na Escola Superior de Gestão, na Estação Zootécnica Nacional, no Hotel Alfageme e no Hotel do Prado.
Na comunicação social, encontram-se em publicação, actualmente, quatro jornais semanários. O mais antigo é o «Correio do Ribatejo», antigo «Correio da Estremadura. Existem ainda «O Mirante», «O Ribatejo» e «Terra Viva». Ainda a nível de imprensa escrita, o «Fórum Santarém» é um boletim informativo da Câmara Municipal, de distribuição gratuita, publicado de dois em dois meses. Com uma tiragem média de trinta mil exemplares, começou a ser publicado em 1993.
Em termos de rádio, há duas emissoras a funcionar: a 2000 FM, em rede com a «Rádio Cidade», iniciou-se ainda no tempo das rádios piratas, chamava-se então Rádio Piranha.
A Rádio Pernes nasceu a partir de um grupo de amigos que nos anos 60 fazia espectáculos de luz e de som, crescendo como uma empresa familiar.
Em termos museológicos, são vários os espaços existentes na cidade. O Núcleo Museológico de Artes e Arqueologia Medievais está instalado na igreja de S. João de Alporão. É o primeiro núcleo museológico do Museu Municipal de Santarém. O edifício, um daqueles que ostenta mais tradições, foi remodelado em 1876 para a instalação do espaço museológico e inaugurado treze anos depois. Algumas das mais valiosas peças de tumularia estão aqui expostas, bem como peças arqueológicas de grande importância (das quais se salientam duas aras romanas e um relógio de sol). Em relação aos túmulos, o de D. Duarte de Meneses, os dos conselheiros do rei D. João I e a arca tumular de D. Afonso de Portugal são os mais importantes.
A Casa-Museu Braamcamp Freire ocupa o piso nobre do edifício que pertenceu àquele historiador e que hoje está ocupado com a Biblioteca Municipal. A sua colecção foi constituída através do legado do primitivo proprietário. Dos vários objectos expostos, destaquem-se algumas peças de mobiliário, como um cadeirão de canto de tipo inglês do século XVIII e um armário almofadado e entalhado com a data de 1644; peças de cerâmica, caso de um serviço de porcelanas da China e artigos da Fábrica Bordalo Pinheiro; pinturas; e livros e manuscritos raríssimos, onde se incluem o erroneamente chamado foral de D. Fernando (1369) e o foral de D. Manuel I (1506).
O Museu Ferroviário – Núcleo Museológico dos Caminhos-de-Ferro, localizado na freguesia de Santa Iria da Ribeira de Santarém, encontra-se na estação da CP, na velha cocheira de carruagens. Considerado um dos mais importantes do país, foi inaugurado em 5 de Outubro de 1979 por iniciativa de Armando Ginestal Machado. Da colecção exposta ao público, saliente-se um conjunto de locomotivas, carruagens e salões-carruagem, tanto da linha do norte e do leste como da história da circulação ferroviária em Santarém. O salão Maria Pia (1858), a locomotiva D. Luís (1862), a primeira a chegar a Santarém (1862), o salão do Príncipe (1877), a locomotiva das minas do Pejão e o salão presidencial são algumas das jóias deste núcleo.
O espólio do museu integra ainda utensílios usados na reparação e conservação da via férrea, nomeadamente ferramentas e veículos para inspecção da mesma, caso de um quadriciclo a pedal, um quadriciclo motorizado e uma dresine de inspecção; faróis, lanternas, telefones, marcadeiras de bilhetes, aparelhos instalados nas locomotivas e outros. O equipamento móvel encontra-se assente em via larga, linha algaliada e via reduzida de minas.
«A secção museológica da CP de Santarém afirma-se como um museu de sítio, tanto através do património construído para uma função específica da actividade ferroviária, como pela natureza da sua colecção, ligada à história da empresa e da sua actividade no âmbito da circulação e transporte. A história e o património ferroviário que nele se expõe (numa arrumação sem projecto museográfico coerente), todavia, extravasa o mero conceito de local de interesse ferroviário, para constituir um núcleo central, regional e inter-regional da explicação da história dos caminhos de ferro em Portugal.» (Jorge Custódio)
Existe ainda o Núcleo Museológico do Tempo, na Torre das Cabaças, e o Museu Salgueiro Maia, na Escola Prática de Cavalaria, o mítico local de onde, como já vimos, partiu a revolução do 25 de Abril.
Uma galeria de arte (na rua 15 de Dezembro), dois cinemas e três teatros completam a oferta cultural existente na cidade.
Para além do que existe em boas condições, e para que um vasto património edificado não se perca definitivamente, como já aconteceu no passado, é vital que se restaure e se reconstrua. A exemplo do que se faz na Europa civilizada – salva-se o que já existe antes de construir mais.
É o caso, apenas para dar dois exemplos, do mosteiro de Almoster e das muralhas e barreiras de Santarém. O projecto de valorização e requalificação urbana de Santarém, integrado no programa POLIS, será um suporte fundamental para a concretização das mais diversas iniciativas ligadas à recuperação patrimonial.
No desporto, uma palavra importante para as modalidades ligadas à água. Porque, neste sector, o concelho está muito bem servido. O complexo aquático municipal de Santarém, sediado na freguesia de Salvador, abriu ao público no ano de 2002. É composto pelas piscinas descobertas (piscina de forma livre, escorregas e piscina de ondas) e pelas piscinas cobertas (piscina de 25 metros, tanque de aprendizagem e tanque de iniciação). Funciona neste complexo a Escola Municipal de Natação, com as seguintes modalidades: natação, hidroginástica/pré e pós-parto, pólo aquático e natação desportiva e deepwater.
Em Marvila, as piscinas municipais do Sacapeito, construídas em 1977, completam a oferta municipal no que toca à natação. Dispõe das modalidades de natação, manutenção, hidroginástica (pré e pós-parto) e natação desportiva. As actividades realizam-se numa piscina interior com 25 metros e num tanque de aprendizagem.
O complexo desportivo municipal de Santarém será uma realidade em breve. Prioritária é também a construção de pavilhões desportivos nas freguesias de Alcanede e de Pernes e na Escola E B 2/3 Mem Ramires, na cidade.
A ecologia é outro dos sectores que, em grande parte, se destina aos mais novos. São eles, os pequenos, que aprendem desde cedo, na escola e não só, a valorizar as questões do ambiente de da reciclagem.
Obviamente que Santarém não poderá fazer tudo so

zinho, mas desde que cumpra o seu papel, então poderá dizer que cumpriu as suas obrigações. Neste sentido, todas as campanhas que se realizem são óptimas oportunidades de sensibilização da população para uma realidade que até há muito pouco tempo lhe passou ao lado, sobretudo das camadas etárias mais idosas. Se as crianças desde muito cedo tomam contacto, na escola, com estes assuntos, como anteriormente se disse, o mesmo já não acontece, por exemplo, com a geração dos seus pais. É o caso do projecto «Ocupação dos tempos livres no ambiente», iniciativa organizada pela Câmara Municipal em conjunto com os alunos da Escola Superior de Educação de Santarém; e do projecto «Descobrir a Compostagem», que visa estudar o processo de valorização orgânica e o aproveitamento de todos os resíduos daquele género para posterior utilização na adubação das terras.
A existência de Ecopontos um pouco por todo o concelho, para a deposição de materiais recicláveis, desde o vidro ao papel, passando pelo plástico e pelo metal, é uma infra-estrutura à qual, cada vez mais, os tomarenses aderem de forma lenta mas tendencialmente generalizada. O mesmo se dirá, em termos de importância, da recolha de «monstros» que a Câmara leva a cabo regularmente.
No que concerne à recolha de resíduos urbanos e do destino final dos lixos domésticos e industriais, Santarém está integrado no Sistema Intermunicipal da Resitejo desde Abril de 1998. A Resitejo – Associação de Gestão e Tratamento dos lixos do Médio Tejo – é uma associação de dez concelhos do Médio e Lezíria do Tejo. Para além de Santarém, conta com a participação de Alcanena, Torres Novas, Entroncamento, Chamusca, Golegã, Constância, Vila Nova da Barquinha, Ferreira do Zêzere e Tomar.
Após a adesão ao Sistema Intermunicipal da Resitejo, os resíduos urbanos sólidos não valorizáveis deixaram de ser depositados em lixeiras e passaram a ser tratados na estação de transferência, sendo encaminhados para o seu destino final, o aterro Sanitário. Aqueles que podem voltar a ser aproveitados são encaminhados para reciclagem. A estação de transferência fica situada na zona industrial de Santarém, junto ao estaleiro municipal.

Comments

  1. dalby-o-calmo says:

    Avé Maria cheia de graça o Senhor é Connvosco Bendita sois Vós entre as Mulheres e bendito é o FRUTO do vosso Ventre JESUS.Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós e livrai-nos do pecado agora e na hora da morte amén.SAI-TE SATANÁS DE RIO TINTO!

  2. dalby-o-calmo says:

    Contra ataque ao Gótico: dalby dedica a Carla e maria e Belina UM ESTILO Rócócó:Justin Nozukahttp://www.dailymotion.com/video/x8j08i_justin-nozuka-after-tonight-live_musicThere’s something in your eyesIs everything al right?You look up to the skyYou long for something more, Darlin’Give me your right handI think I understand, follow meAnd you will never have to wish againI know that after tonightYou don’t have to look up At the stars no no no noAnd I know by the end of tonightYou don’t have to look up at the starsAnd I know if the love is alrightYou don’t have to look upAt the stars no no no noI know by the end of tonight You don’t have to look up at the starsNo no no no no no no no noTell me how you feelAnd if I’m getting nearI’ll tell you where to steerYou tell me where to steer, D-D-D-Darlin’ Way above the cloudsAnd high above the starsThrough the unknown black holesNoone knows where we areBut we’ll return to earthAnd do it all over againCause I know that after tonightYou don’t have to look up At the stars no no no noAnd I know by the end of tonightYou don’t have to look up at the starsAnd I know if the love is alrightYou don’t have to look upAt the stars no no no noI know by the end of tonight You don’t have to look up at the starsNow come away with meCome fly away with meJust for one night Noone will ever knowNo no no, Darlin’I will leave you satisfiedForever past timeYou don’t have to hideYour free to flyI know that after tonightYou don’t have to look up At the stars no no no noAnd I know by the end of tonightYou don’t have to look up at the starsAnd I know if the love is alrightYou don’t have to look upAt the stars no no no noI know by the end of tonight You don’t have to look up at the starsSaid I know that after tonightYou don’t have to look up At the stars no no no noAnd I know by the end of tonightYou don’t have to look up at the starsAnd I know if the love is alrightYou don’t have to look upAt the stars no no no noI know by the end of tonight You’ll be looking down upon them From heaven yeah yeahOh no no, oh na na na na na naYeah yeah ooh na na na-oh”After Tonight”

  3. maria monteiro says:

    “A”, obrigada pelo estilo rócócó e… sua música

  4. dalby-o-calmo says:

    de nada

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