SERMOS CIDADÃOS GOVERNADOS PELOS AUTARCAS

Lautaro (del mapudungun Lef-traru o Lev-Traru, «Traro veloz», n. Tirúa, ca. 1534 – Peteroa, 1557) fue un destacado líder militar mapuche en la Guerra de Arauco durante la primera fase de la conquista española.Levtraru o Leftrarü, hijo del lonco de la zona llamado Curiñancu (KuRü: Negro, Ñangkü: Águila, en Mapudungún) vivió una vida normal hasta que en 1546 y teniendo alrededor de 11 años de edad, fue capturado por las huestes de Pedro de Valdivia en las inmediaciones de Concepción. Tras la captura se le hizo yanacona. Permaneció como prisionero de los españoles durante seis años, en los que llegó a ser paje personal de Valdivia. Como era difícil para los españoles el pronunciar su nombre original, se le dio el nombre de Felipe Lautaro, finalmente se le llama Lautaro. Fonte: os meus livros de Historia, as minhas lembranças, as minhas pesquisas e o meu convívio.

Nos dias que correm, todo o ser humano tem uma nacionalidade (1). Ou por outras palavras, pertence a uma Nação (2), para bem ou para mal. Se digo para bem, é porque essa pessoa está protegida por um grupo de pares, como defini na nota 2. Não há apenas nações Estado, há também os grupos clânicos que se agrupam dentro de um mesmo território, como acontece com os Mapuche do Chile, os Kwakitul do Canadá, ou os Esquimós da Groenlândia e outros grupos que, sendo uma Nação própria, são governados pelos gestores do estado que os acautelam, governam ou, simplesmente, tomam as suas terras, passando o nativo desses parâmetros, praticamente a escravo dos que se apoderam dos seus territórios. O exemplo mais flagrante, é o dos Quechua, antigos súbditos dos Inca do Peru. Os Quechua, como define Ciro Alegria (3) em El mundo és ancho y ajeno (4), texto impar, que não se pode deixar de ler, uma e outra vez. Retrata de forma romanceada, a constituição de um país cheio de raças e costumes diversos que, no entanto, constituem uma nação. Constituem-na, como defini antes, por ser um conjunto de indivíduos habituados aos mesmos usos, costumes e língua.

A língua dos Quechua é quase impenetrável, nunca aprenderam castelhano, ou, se o aprenderam, aprenderam-no à sua maneira, misturando as formas de língua dos Aimara do Chile, Bolívia e Peru, às formas antigas do Castelhano colonial, especialmente pelos textos escritos em quechua e aimara, preservados desde o Século XVII, época em que governou o derradeiro Inca Garcilazo de la Vega (Cusco, Peru, 12 de Abril de 1539 – Córdoba, Espanha, 23 de Abril de 1616), escritor e historiador peruano, dito o Príncipe de los escritores del nuevo mundo (príncipe dos escritores do Novo Mundo), pertenceu à época dos cronistas pós-toledanos, durante o período colonial da História do Peru. Baptizado com o nome de Gómez Suárez de Figueroa, trocou-o anos mais tarde durante a sua estadia em Espanha, para Inca Garcilaso de la Vega.

Tido como o peruano mais insigne da colónia, soube expressar a sua exaltada nacionalidade na obra-prima: Comentários Reais dos Incas, a qual chegou a ser vetada, nos Vice-reinos do Peru e Buenos Aires, pela coroa espanhola por ser considerada judiciosa e perigosa para os seus interesses, devido ao levantamento de Tupac Amaru II (5), de 4 de Novembro de 1780.

captura

Captura de Tupac Amaru por Felipe Guamán Poma de Ayala (também Felipe Guamán Poma).

Ser nacional é uma salada de hábitos e costumes, especialmente, quando se luta pela independência que, no caso do Chile, foi liderada em 1556 pelo Toqui (6) Lautaro, que tinha aprendido com os espanhóis todos os mistérios por eles introduzidos naquele território sul-americano, nomeie-se, a título de exemplo, o do ser de quatro patas e duas pernas, metade humana, metade animal desconhecido (no Chile) nesses tempos: um cavalo. Soube usá-lo, montá-lo e sublevar centenas de Mapuche para se libertarem de 12 estrangeiros que lhes tiravam a liberdade.

Não eram nacionais, eram prisioneiros subordinados a estrangeiros que, para além de lhes tirarem as terras, os mais novos eram tornados escravos e os mais velhos levados para trabalharem nas sementeiras por saberem e dominarem as tecnologias de produtos diferentes das dos europeus.

Como Portugal fez com as antigas Colónias, actualmente países livre e independentes, com os seus grupos clânicos dentro de cada Estado: os Handa em Angola, estudados por Rosa Maria Melo comigo para a sua tese de doutoramento; os Nalu da Guiné-Bissau, sítio onde morou vários meses, quase um ano, a minha discípula, hoje doutora em etnobotânica, a Professora Universitária Amélia Maria Frazão Moreira ou os Maconde de Moçambique, estudados por Jorge Dias e, mais tarde, pelo seu discípulo José Manuel Viegas Guerreiro, os dois académicos, doutores e etnógrafos, como as senhoras anteriormente nomeadas.

Mulheres cidadãs, fortes e sem medo. Nacionais dos povos que estudaram, como Darlinda Moreira, Professora Doutora em Etnomatemática, na Guiné.

Nalu da Guiné-Bissau, em: http://www.aup.org/lista/pr8236.htm

São cidadãos? Na Grécia antiga, já havia, em Tróia, em Esparta, na Antiga Roma, bem como autarcas que governavam para a sua conveniência, sem saber muito da história dos concelhos que presidiam, a maior parte das vezes.

Ser cidadão está definido em todas as Constituições e ninguém desfaz essa noção. Ainda os povos subordinados são cidadãos da Comunidade de Camões e é responsabilidade do autarca e da autarquia, tomar conta dos nacionais que um dia conquistaram, para depois libertarem, como Salgueiro Maia fez com o movimento das forças armadas.

Diz a constituição:

Artigo 4.º – Cidadania portuguesa

São cidadãos portugueses todos aqueles que como tal sejam considerados pela lei ou por convenção internacional.

Estes, Senhores Autarcas, são os que passam a governar em grupos pequenos, como fizeram os antigos autarcas dos vários grupos clânicos que habitaram no nosso país, todos com pronúncia diferente e que procuram essa orientação de que ontem falei.

Esperamos de vós paz, igualdade e justiça, como procuraram, no seu tempo, os invadidos grupos que, hoje em dia, são cidadãos.

1) O que constitui o carácter de nacional, Independência política, Pátria, naturalidade.

2) Conjunto de indivíduos habituados aos mesmos usos, costumes e língua. Estado que se governa por leis próprias. Casta, raça, naturalidade, pátria.

3) Ciro Alegría Bazán, conhecido como Ciro Alegría, (Hacienda Quilca, Huamachuco, 4 de Noviembre de 1909 – Chaclacayo, 17 de Febrero de 1967), escritor, político y periodista peruano.

4) Obra que reflecte as bases de um Perú moderno, mestiço, rico em regiões, culturas e costumes. As suas personagens vêem-se obrigadas a abandonar a sua comunidade andina (Rumi) depois da injusta expropriação das terras preconizada por um cruel fazendeiro (Don Álvaro Amenábar), disseminando-se por todo o país na procura de trabalho. Os dois personagens centrais da história são Rosendo Maqui, que representa o indio sábio, ancião e tradicional e Benito Castro, um joven que regressa à sua Comunidade (depois da morte de Rosendo), envolvendo-se na defesa dos direitos dos nativos, nomeadamente no direito à terra.

5) Tupac Amaru I (morto em 24 de Setembro de 1572) foi o último líder indígena do povo inca da época da conquista espa
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ola.

Filho de Manco Inca Yupanqui (também conhecido como Manco Capac II) foi feito sacerdote e guardião do corpo de seu pai. Depois de o seu meio-irmão, o Inca Titu Cusi, morrer em 1570, Tupac Amaru assumiu o título de supa inca, na época em que o Império Inca já havia perdido a capital Cuzco e resumia-se apenas à região de Vilcabamba, dezenas de quilómetros ao norte de Cuzco.

Durante um ataque dos espanhóis a Vilcabamba, Tupac Amaru fugiu em direção à Amazônia, sendo capturado e depois assassinado pelo vice-rei espanhol.

O seu nome e sua história inspiraram o movimento revolucionário Tupamaro.

6) Toqui palavra mapudungun, língua dos Mapuche, denominados erradamente Araucanos, que significa El-rei.

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