Liberdade

Sei que será difícil encontrar uma área, dentro da nossa sociedade, onde as coisas funcionem como deve ser, uma área onde não haja incompetências, corrupções, fraudes, crimes, mercado de influências, arbitrariedades, obstruções, subornos, perseguições, discriminações, subserviências e conformismos. Seja na medicina e na saúde, no ensino e na administração, no obscuro mundo do dinheiro e das religiões, no seio dos governos nacionais ou estrangeiros, em tudo o que é poder, a fasquia do homem pode ser, com efeito, muito rasteira. Arrepia-me que o seja, em qualquer circunstância, nas instituições tidas como as mais nobres, dignas e honrosas.

 

O meu respeito cresce na nobreza e na verdade das atitudes mas não se esgota nos erros e nas fragilidades da natureza humana. Perde-se sim, na hipocrisia, na mentira, no obscurantismo e na cobardia de figuras políticas, intelectuais e religiosas, quando falam e se apresentam como sábios e íntegros, aos considerados bacocos deste país. Não tenho estofo para admirar homens em quem não acredito, mas tenho a humildade suficiente para não me considerar mais do que um cidadão responsável. Bacoco nunca.

 

 

Por isso me indigna o que descaradamente se passa, todos os dias, com o beneplácito público, na esfera política, social e religiosa.

Na minha maneira de ver, qualquer tentativa de esconder, camuflar ou conduzir a opinião pública à escamoteação e anulação de factos gravíssimos é ultrajante. A ofensiva contra a liberdade, contra a liberdade de expressão e independência do pensamento, é um mal imperdoável.

 

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