Ministros não contam – quero saber é de política

Não me interessa saber quem é a nova Ministra e estou ainda menos interessado em saber o que vai acontecer à velha. Ministra, pois claro.

Quero saber é se o Estatuto vai ou não ao ar.

Quanto à avaliação continuo a achar que andar com ela a fazer de bandeira é um erro.

Ministra só há uma, o fim do estatuto e mais nenhuma!

FUTaventar: BENFICA – São números que metem medo

A 16 de Agosto o Benfica começou oficialmente a época. São mais de dois meses de futebol a sério. Desde esse dia, o Benfica:

 

– Empatou um jogo: Marítimo, Campeonato;

– Perdeu dois jogos: Vorskla e AEK (Liga Europa);

– Ganhou 8 jogos.

 

Marcou 42 golos e sofreu 7.

 

 

A isto, que reconheço, significa muito pouco, respondem os do costume, que são todos fraquinhos, que é como quem bate em mortos, etc… e tal…

 

Para o campeonato ganhou em Guimarães, em Belém, em Leiria e em Paços de Ferreira.

Goleou o Setúbal, o Belenenses, o Leixões para o campeonato, o Everton e  o Vorskla para a UEFA…

 

Temos 138.301 espectadores na Luz e só para o campeonato (3 jogos)! Batemos o record de assistências em Leiria, enchemos Guimarães, levamos  gente a Belém e a Mata Real ficou a deitar por fora.

 

Continuo a achar que tudo isto significa muito pouco, mas que são números que fazem tremer os adversários, ai isso fazem.

Ainda Saramago

Tinha prometido a mim mesmo não tocar mais no assunto. Mas o que li nestas últimas 24 horas foi de tal ordem, que a gente, por mais sereno que seja, não resiste. Ainda que amargurado, não por Saramago, que tem as costas bem mais largas do que eu, mas pelo facto de me ser custoso viver no meio desta vergonha e desta falsidade, voltei às teclas do computador.

 

Saramago foi insultado da forma mais vil que há. Chamaram-lhe ignorante, ingénuo, interesseiro, imaginação doentia, malandreco, cretino, traste, biltre, odioso, odiento-mefistofélico, reles, pouco sério e outros mimos de que não me recordo. Nenhum escritor, que eu saiba, recebeu algum dia tais "elogios". Pelo facto de ele ter escrito um livro, que ainda ninguém ou quase ninguém leu, e ter dito aquilo que disse, não vale a pena repetir, sobre a bíblia, dando a entender a sua visão sobre o conteúdo de uma obra histórica, que a despeito de ser tabu, é perfeitamente contestável em todos os sentidos. Saramago é livre de dizer o que pensa. E, na minha opinião, é uma pessoa que diz o que pensa, mas com uma grande capacidade para pensar o que diz. Já cá ando há muitos anos, conheço razoavelmente o mundo para dizer que, muito provavelmente, os que o etiquetam desta forma não lhe chegam aos calcanhares, no que quer que seja.

 

O que hoje tenho lido permite-me concluir que, se Saramago fosse inglês e fizesse o que fez em Inglaterra, ou se fosse francês e o fizesse em França, ou mesmo em Espanha ou até nos Estados Unidos, a estupidez desta reacção à portuguesa não teria lugar nesses países, que não sendo grandes exemplos, têm, contudo, outra estrutura cultural. O que aqui se passou é fundamentalismo primário, igual ou quase igual ao fundamentalismo islâmico. Horror a novos paradigmas éticos, políticos e religiosos, intolerância absurda, asfixia democrática e total falta de respeito pela diferença. “Viva a liberdade” mas morra quem não pensa como eu. Diálogo intercultural, apenas quando estão garantidos, à partida, os privilégios e a certeza da nossa verdade. A avaliar pelo que hoje li e pelo ódio destilado, se fosse possível à igreja e aos seus apaniguados, nesta altura, uma inquisiçãozinha, Saramago iria para a fogueira, com milhares de pessoas a bater palmas.

 

Uma segunda conclusão é a de que, neste país, não adianta nada ser culto, (ou pseudo-culto!), intelectual, político com responsabilidades, com canudo, professor universitário (que professores, que universidades!), ou teólogo ou filósofo. É destas áreas que a gente vê sair as maiores bacoradas e os maiores dislates. Tenho ouvido, com admiração minha, pessoas simples, sem credenciais de grande cultura, manifestarem opiniões muito mais sensatas e equilibradas acerca deste assunto.

 

A terceira e última conclusão é a seguinte: não tenho a mais pequena dúvida de que tudo isto acontece pelo facto de Saramago ser comunista e ateu. Se, eventualmente, Saramago tivesse ido a Fátima agradecer à virgem o prémio Nobel, era hoje o melhor e mais sério escritor do mundo.

 

Isabel Alçada: Um «post» óbvio

 

 Será que Isabel Alçada já estava a pensar neste dia quando escreveu «Uma Aventura na Casa Assombrada»?

E qual será a alma penada que vai assombrar aquela casa de má fama a partir do dia de hoje? 

O fim do "Semanário", enquanto fim de mais um ciclo da diversidade: em breve, a Orbe será dominada pela Informação Única

TEXTO DE ARREBENTA

 

O "Semanário" já há muito que era uma sombra. Contudo, num país desértico, qualquer sombra é inestimável.

Acontece que o "Semanário" vai fechar as suas portas, já na sexta.

Não sei o que perdemos, assim como não é quantificável saber-se o peso de que se extinguiu mais uma espécie de borboleta, que nunca pudémos ver, por estar distante, algures, sei lá, na Nova Zelândia.

Ao "Semanário" devemos textos importantes, como o desta lista da Corja Portuguesa de Bilderberg, que vos aconselho a gravar, porque irá desaparecer, eventualmente,  já esta semana.

A crise não se extingue aqui, porque parece que o monopólio do Senhor Balsemão, o Patriarca dessa porcaria que veio, lenta e silenciosamente, a destruir o Mundo da Diversidade, está a dar prejuízo, desde 2001.

 

 

 

Coitado, vai ter de poupar na coca.

 

 

Não se espantem que viva hoje de subprodutos, como "Gatos Fedorentos" e Claras Ferreiras Alves.

Ao contrário do "Semanário", a obra da Seita de Balsemão foi uma das enormes responsáveis pelo obscurecimento da Realidade, durante décadas, em Portugal. Teve muitos rostos, a maioria execráveis, como o panasca mal assumido, Alexandre Melo, que, entre engates de sanitário, andava a ditar, nas folhas do "Expresso"- pasquim o que era e não era Arte.

 

Era Arte quem lhe dava quadros e quem lhe ia ao cu.

 

A Ferreira Alves, essa ignorante profunda, fazia o mesmo peneiro na Literatura, e, quando a coisa ainda baixava mais de nível, entregava a tarefa ao maçon António Guerreiro (e aos seus pseudónimos sem face e de má escrita), outro dos rostos conhecidos do circuito das retretes, sobretudo na Avenida de Berna. Quando queriam subir de nível, vinham então as merdunças do Júdice, o amigo dos pedófilos, e votante no PS e em António Costa, e os gestos de polícia sinaleiro da Marcela-quer-morcela, que já só fala para si própria.

A Blogosfera, em parte, é responsável pela destruição deste circuito fechado de comadres, a falarem umas para as outras, e reservo-me o direito de me poder orgulhar por ter contribuído, quanto pude, para isso.

 

Por estranho que pareça, a SIC já está agora penhorada por bancos, e o próprio "Expresso", o pior antro de vaidades e fábrica de ficções da Cauda da Europa, também já caiu na mão da Maçonaria que ora domina o Millennium/BCP, depois de ter sido corrida de lá a Opus Dei.

 

 

 

Sim, leitor, já sei que, neste momento, já está com vontade de vomitar, mas não vomite ainda: guarde-se para o próximo Governo do Vigarista de Vilar de Maçada, que deve estar para dar à luz em breve, numa maternidade de Badajoz, ou numa ambulância de faróis fodi… perdão, fundidos, muito perto de si.

 

 

Há Governo

Gosto particularmente da ideia de nomear uma senhora chamada Dulce Pássaro para o Ambiente. Ao contrário de algumas previsões Mário Tostão não foi para as Finanças.

A aventura da Educação segue como previsto.

Saramago diz de sua justiça

Temos falado aquí muito de Saramago e do seu novo livro «Caim». Deixemos Saramago dizer alguma coisa. Este é um excerto da conferência de imprensa que deu ontem.

 

 

A Bíblia foi o primeiro blogue colectivo

Do que percebo do assunto, e não é muito, parece-me que a Bíblia foi o primeiro Blogue Colectivo da história da Humanidade. Cada autor ia escrevendo uma parte sobre a sua área de especialidade e, no fim, reuniram tudo e ficou um livro todo janota.

Mesmo sem Sitemeter, estou em crer que a Bíblia não tem rival no que diz respeito às audiências.

Perdoem-me se incorro em Blasfémias…

Eles Falo, Falo, Falo, E Num Dizem Nada

TODA A GENTE FALA E DIZ, MAS SÓ O DIALOGADOR SABE

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Não há nenhum comentador que se preze que não diga que sabe ou julga saber quem vão ser os ministros que o nosso Primeiro vai escolher. Dada a demora também já dizem que muitos convites foram recusados .

Agora, depois de muito se falar na sra dra Alçada, vem ela dizer-nos que nem convidada foi.

Que pena! O telefone da sra não terá chegado a tocar.

Bem, a ver vamos, quando será anunciado o novo governo, e quem fará parte dele.

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A máquina do tempo: traduttore, traditore

 

Hoje, a nossa viagem vai fazer-se por uma região pouco conhecida e ainda menos valorizada do planeta da literatura – a tradução. Nesse mundo mágico da criação literária, onde acontecem prodígios como a «Eneida», o «D. Quixote de la Mancha», o «Hamlet» ou a «Guerra e Paz», movem-se, quase como invisíveis duendes, os tradutores que, «à force de reins et de sueur», como disse Gustave Flaubert, conseguiram que muitos milhares de milhões de leitores fossem ao longo das gerações conhecendo a Ilíada, Dante, Cervantes, Tolstoi, Kafka, o que não é proeza pequena, sobretudo se nos lembrarmos que é cometida por seres praticamente invisíveis.

Invisíveis, porque, tal como acontece com os árbitros de futebol, o melhor que pode acontecer a um tradutor é passar despercebido. Quanto melhor tiver feito o seu trabalho, menos consciência deverá o leitor ter da sua intervenção. A tradução ideal, portanto, assemelhar-se-ia a um vidro muito perfeito, transparente e limpo, através do qual se pudesse ler o original, mas na língua de chegada. Um vidro que não distorcesse as imagens. Que não se visse, a bem dizer.

 

Na maioria dos casos, a tradução empobrece o texto original. Há casos, porém, como na tradução que Blaise Cendrars fez de «A Selva», de Ferreira de Castro, ou a que Jorge Luis Borges fez de «The Wild Palms», de William Faulkner. Que são exemplos em que o vidro que se interpõe entre a língua de partida e a de chegada não está limpo nem sujo, mas sim esmerilado pelo estilo genial dos tradutores. No caso da tradução de «A Selva», com a sua ironia cáustica, Almada Negreiros, aludindo ao estilo rude e primário dos primeiros livros de Ferreira de Castro, dizia que o ideal teria sido pegar na tradução em francês, feita por Cendrars, arranjar um bom tradutor e verter então a obra para português.

Gabriel García Márquez foi ao ponto de declarar que a versão inglesa de «Cien años de soledad», feita por Gregory Rabassa, ultrapassa a sua obra em qualidade literária. Tradutor, traidor, como diz o famoso aforismo italiano: estaremos nestes casos, como o de Cendrars ou o de Rabassa, perante boas obras literárias, mas más traduções, ou apenas em face de excelentes traições?

O catalão Joaquim Mallafré coloca o problema da tradução através de uma regra de três simples: «a obra original está para o leitor da obra original, assim como a tradução para o leitor da obra traduzida» e acrescenta – «o tradutor assume o papel do autor, repetindo a mesma obra noutra língua». É uma boa maneira de ver o problema.

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Sou um leitor compulsivo e tenho sido, ao longo da minha vida profissional, tradutor compulso – isto é, numa certa fase da minha vida, compelido pela necessidade de ganhar a vida, e noutra compulsado pelas circunstâncias – as mais de as vezes por ser necessário executar o trabalho com urgência e não haver ninguém à mão capaz de o fazer dentro do prazo exigido. Como leitor sofro muito com as más traduções, com as trapaças, com a falta de brio profissional; como tradutor, sofro com a perpétua e justificada desconfiança do meu saber. Mesmo quando se trata de um vocábulo estrangeiro milhares de vezes por mim usado, vou sempre verificar se não haverá qualquer acepção menos vulgar que me tenha escapado. Sofro, sobretudo, quando, depois de editado o trabalho, descubro erros que deveria ter evitado.

Não vou aqui referir erros de tradução, pois isso obrigar-me-ia a falar de nomes, coisa que não quero. Depois, sei em que circunstâncias muitas vezes as traduções são feitas. Prazos exíguos, pagamentos parcos e ainda por cima incertos. Até há duas décadas atrás, as traduções eram geralmente pagas à página (30 linhas de 70 caracteres = 2100 caracteres). Hoje, com o trabalho feito em computador, usa-se mais como unidade de referência os conjuntos de 2000 caracteres. Mas, de uma forma geral, continua a ser um trabalho mal pago. Isto, quanto a mim, não desculpa que se façam as traduções que por aí aparecem. Já trabalhei por todos os preços desde o zero até ao bastante bem pago. O cuidado que ponho nos meus trabalhos é sempre o mesmo. Com esta afirmação, não pretendo ser modelo de coisa nenhuma, até porque conheço muita gente que procede exactamente como eu. O pior são os outros.

Estas reflexões sobre a tradução foram-me sugeridas por um livro que acabei de ler. Não vou dizer o título, pois isso poria em cheque o tradutor. Apenas um pormenor. Na obra, um romance, aparece repetidamente um sótão que se verifica pela descrição romanesca ficar no subsolo. Como o livro é traduzido de um original norte-americano, a confusão seria entre «attic», «loft» ou «garret» e «cave» (verifiquei, depois, compulsando o original, que a palavra usada foi «cave»). Embora não fosse exactamente o que se pretendia, a palavra portuguesa «cave» serviria razoavelmente, não se verificando o clássico problema dos «falsos amigos» – o ideal seria talvez «caverna».

O que se teria passado para que uma caverna subterrânea aparecesse transformada num sótão? Muito simples: a tradução não foi feita do inglês, como expressamente se indica na ficha técnica, mas sim do castelhano. Em castelhano, cave diz-se «sótano» e «sótano» – está-se mesmo a ver, não está? – só pode ser sótão! Temos, portanto, um tradutor que por ignorância ou preguiça substitui o original por uma tradução espanhola, mas que não sabe castelhano (o português da tradução é muito razoável, no entanto). Exemplos como este, de más traduções e de trapaças como esta são às centenas.

Por tudo o que fica dito e pelo muito que aqui não cabe dizer, se entende como é difícil traduzir. E como é difícil avaliar traduções, pois já tenho deparado com traduções globalmente mal feitas onde há problemas muito bem resolvidos. O contrário também acontece. Não entendo, por isso, como por vezes são atribuídos prémios de tradução, usando talvez critérios jornalísticos (falo de prémios atribuídos por jornalistas), mas sem a intervenção de especialistas, nomeadamente universitários. Como sabem eles que as traduções estão bem feitas? Mistérios.

 

 

 

Um momento raro de televisão

Hoje, em directo na SIC-N, no programa "negćcios da semana" juntaram-se o Prof. Catroga, Prof. Ferreira do Amaral, Eng Avilez e o empresário Henrique Neto. O tema da conversa, as contas públicas e a sua transparência, as PMEs exportadoras, o governo que aí vem e, por último, a corrupção.

 

Alguem deu o exemplo dos negócio dos "contentores de Alcantara". Foi espantoso que aqueles homens, todos com a vida feita e com provas dadas e que não precisam do governo para nada, institivamente baixaram a voz. Henrique Neto ainda foi dizendo que os marroquinos já tinham construído um porto de águas profundas, outro que em Sines havia as condições já reunidas, e tudo morreu num murmúrio envergonhado.

 

A Helena Roseta já apresentou uma declaração aos partidos da oposição para declararem nulo aquele contrato, na Assembleia da República.

 

Não esperava ver isto, 30 anos depois do 25 de Abril!