Três Cantos no Coliseu: Fez-se História

Fez-se História no Coliseu do Porto, ontem à noite, e eu estive lá…

José Mário Branco, Sérgio Godinho e Fausto começaram pelas canções actuais (de destacar, de José Mário Branco, o Onofre, a palavra portuguesa para o botão On/Off), e, com o decorrer do espectáculo, foram desfiando os êxitos mais antigos – aqueles que, como sempre, motivam mais o público.

José Mário Branco falou: «Estou tão contente. Podem continuar a contar connosco para cantar… e para o resto». Sérgio Godinho, depois das «4 Quadras Soltas», soltou o maior aplauso da noite: «Zeca Afonso não devia estar ausente esta noite». Isto depois de dizer com a ironia do costume, a propósito de «O Charlatão», que felizemente é uma espécie que hoje em dia já não existe em Portugal. Fausto, com o «low profile» que o caracteriza, pôs milhares de pessoas a cantar a sua Rosalinda.

Foi um espectáculo belíssimo. Cada um cantou as suas canções e as canções dos outros dois. E as canções dos outros que cantavam, parece que se apropriavam delas num instante e que toda a vida tinham sido suas.

A certa altura, José Mário Branco disse que iriam dizer e cantar naquela noite o que andavam a dizer há 40 anos. E foi isso mesmo. Sobretudo isso: um espectáculo de memórias, de recordações. De alguém faz parte das nossas vidas. Crescemos ao som das músicas deles.

É como dizia Sérgio Godinho: só faltou mesmo o Zeca!

Comments

  1. maria monteiro says:

    eu acabei por oferecer os meus bilhetes a quem andava um bocado desiludido da vida por estar em lay-off… as canções ajudaram-nos a recuperar o espírito de luta…

  2. São três figuras incontornáveis da nossa música de intervenção, três herdeiros da enorme herança que o Zeca deixou. O Zé Mário, o Sérgio Godinho e o Fausto são magníficos.

  3. Foi um espectáculo brutal…e eu estive lá. Simplesmente fantástico!

  4. MARGARIDO TEIXEIRA says:

    Também estive lá. Espectáculo a recordar. Inédito. Pena que o som (ou a sua distribuição) não fosse o melhor. Mas quanto aos intérpretes, estão em forma. É preciso que difundam, cada vez mais a sua excelente música. Dá-la a conhecer a mais pessoas, porque os media em geral não os difundem como deveriam – pois são nomes incontronáveis – e se fosse em França ou em Espanha eram ídolos. Dever-se-á, particularmente ter em conta todo o trabalho de arranjo musical – obra do JM Branco, que aliás já vem de muito longe. Não digo que seja um génio, mas que está acima da média, musicalmente falando, não restam dúvidas.

  5. Foi sem dúvida uma noite genial. A recordar para sempre.

  6. Foi realmente genial, Egídio. Tivemos oportunidade de estar juntos no fim do espectáculo. É um prazer ter-te aqui.Abraços.

  7. Ricardo, que coincidência! Não percebi que eras tu o autor do post! Mundo pequeno, não?

  8. Pois é, Egídio. Seria muita coincidência haver dois Egídios Santos no Coliseu naquela noite. :)Sabes o que faz falta ao Aventar? As tuas fotografias. Manda para cá algumas. Abraçosricardosantospinto@gmail.com

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