Como se temia o PGR nada revelou acerca do conteúdo das escutas. Isto não é bom para ninguem. Antes de tudo, para o próprio Sócrates, que vê adensar à sua volta as suspeitas que o juiz de Aveiro tem razões substantivas para fazer o que fez.
Depois para o PGR que funciona como alguem que não está seguro do que tem em mãos, nenhum interesse em deitar gasolina para a fogueira, disfarça, esconde, encolhe e nada disto é saudável para a democracia que não pode viver nesta clausura de segredos e de meias verdades.
Penalistas de mérito já deram o exemplo da Alemanha, onde decorreu um caso rigorosamente igual, com a diferença de que lá, o povo teve direito a saber o assunto que tinha sido escutado, não as escutas elas mesmas, evidentemente. O que leva que dois magistrados em Aveiro considerem que Sócrates cometeu " um crime grave contra a segurança do Estado"?
Este medo que se adivinha no PGR, no Presidente do STJ e nos socialistas confirma, em pleno, que os dois magistrados de Aveiro não são dois loucos que um dia de manhã acordaram e se lembraram de lançar estas terríveis suspeitas sobre o Primeiro ministro!
Ninguem acredita em tal "espionagem política" e na " decapitação do PS e do governo" as mesmas patranhas que foram usadas no caso "Casa Pia" e em todos os outros casos em que o PS se envolveu ou se deixou envolver.
O PGR devia ser nomeado pelo Presidente da República, ter um mandato igual ao dele, entrar com ele e sair com ele, com as mesmas prerrogativas, de poder ser apeado nas mesmas condições do PR, não poder ser reconduzido mais que uma vez, para o bem e para o mal, irmão gémeo do PR.
Mas ter um PGR que é nomeado pelo PR sobre proposta do governo e que este pode demitir quando bem entende, dá nesta pocilga onde chafurdam a credibilidade e a decência do Estado de Direito!
Nao revelou nada AINDA mas revela ..ah isso te garanto! espera um pouco! daç
E eu que ainda acreditei, de início, neste PGR.