Exmo. Senhor
Prof. Dr. José da Cruz Policarpo
Cardeal Patriarca de Lisboa
vigararia.geral@patriarcado-lisboa.pt
Lisboa
Excelência:
A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) vem manifestar a V. Ex.ª o seu apreço pela grande melhoria do estatuto do ateísmo aos olhos da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR).
Em 2008, no dia 13 de Maio, o senhor cardeal Saraiva Martins presidiu em Fátima à «peregrinação contra o ateísmo na Europa». No mesmo ano, V. Ex.ª, Sr. Cardeal, considerou o ateísmo o «maior drama da humanidade», maior ainda que a fome, as doenças, as guerras e o terrorismo religioso. Foi por isso com agrado que notámos o tom mais conciliatório desta última Homilia de Natal e da mensagem de V. Ex.ª por essa ocasião. Tal como V. Ex.ª, também a AAP defende que «Ser crente ou descrente não pode transformar-se em conflito, um motivo mais para as tensões e agressões mútuas entre os homens.»
No entanto, a AAP lamenta ainda que V. Ex.ª considere os ateus, os agnósticos e todos os que são indiferentes à Vossa religião como oponentes a vencer em vez de interlocutores a considerar. Afinal, se as certezas de quem crê são verdadeiramente humildes, como afirma V. Ex.ª, deveriam abrir-se à possibilidade de serem os outros quem tem razão ou, no mínimo, da crença ser igualmente legítima como opção pessoal sem precisar do aparato religioso e de representantes oficiais dos deuses.
Apesar destas reservas, a AAP encara com satisfação o progresso na atitude da Igreja Católica em Portugal. Despedimo-nos com votos de Boas Festas e o desejo de que, em 2010, V. Ex.ª opte por usar a posição privilegiada que a comunicação social lhe concede para afirmar mais claramente a falta de fé, tal como a fé, como opções individuais às quais todos têm direito.
Esperando que deixe de ver os ateus como oponentes a vencer.
Apresentamos-lhe cordiais saudações.
Associação Ateísta Portuguesa – Odivelas, 28 de Dezembro de 2009
Aproveitando para desejar a todos um feliz 2010, dou conhecimento da carta que a direcção da AAP acaba de endereçar ao Sr. Patriarca Policarpo,
Saudações ateístas.
Carlos Esperança
Com muita elevação.
Concordo. Mas José Policarpo podia agora agarrar na carta, trocar-lhe os nomes e reenviá-la para a AAP. Porque estes portam-se como aqueles sobrinhos vega que chegam à casa das tias no Natal e dá de cuspir no cabrito, no perú, nos sonhos, em tudo que é tradição sagrada das tias, fazendo as velhas ficarem à beira de um ataque de nervos, quando elas, até tinham feito um delicioso esparregado e um arroz doce sem ovos, para os sobrinhos rebeldes.
correcção: sobrinhos vegan e não vega. Peço desculpa.
Não acreditar? em factos? não é um pouco estranha a força desta história com 2010 anos vinda de um cantito da galileia de um filho de um carpinteiro? uma História que deu a volta ao mundo todo? que continua a surpreender?
Será intelectualmente razoável? será não querer ver o óbvio?
Cá vão uns videozinhos feitos por mim, fruto de inverstigação que fiz questão que fosse imparcial e o mais cientifica possivel…e ainda não está completa: