Crónica de Paris, ou a árdua tarefa de comer e beber

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Mercado de Aligre

Por ser a sexta vez que estou em Paris, ainda não senti necessidade de revisitar os principais monumentos da cidade. Ao invés, os primeiros dias têm sido ocupados a visitar uma família numerosa, que, no fim de contas, é quem nos tem permitido vir tantas vezes. Basicamente, não tenho feito outra coisa senão comer, beber e dormir sempre que me sento num sofá. Sempre adorei a gastronomia francesa, mas desta vez fiquei deliciado com a Sopa de Peixe vinda directamente de Biarritz, e, claro, com as inevitáveis tábuas de queijos e os deliciosos vinhos de Bordéus.

Pelas ruas da cidade, descobri, numa transversal do Faubourg Saint-Antoine, o Mercado de Aligre. Ali se vendem, desde o sec. XIII, todos os produtos hortícolas e frutícolas a preços que não são nada de especial se pensarmos no salário médio dos franceses.

Goosto de caminhar à noite pelas ruas desertas da cidade. Foi assim que descobri, cá como aí em Portugal, a luta dos cidadãos contra o encerramento dos servicos públicos por razões puramente economicistas.
Anteontem, fui pela primeira vez ao Centro. Era o último dia do Mercado de Natal dos Campos Elíseos, que vai na segunda edição e ocupa as duas alas da histórica Avenida, desde a Grande Roda ao Arco do Triunfo. Mais uma vez, os preços eram muito acessíveis, até para os portugueses.

Ontem, meti-me numa aventura e fui de carro emprestado a Fontainebleau, a 70 quilómetros daqui. Mas isso já vai ficar para amanhã.

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Rua Jean Mace                                              Protesto contra encerramento de Posto de Correios

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Sopa de Peixe com croutons, rouille e queijo ralado       Tabua de queijos e Vinho de Bordeus

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Campos Eliseos (a direita, o Arco do Triunfo ao fundo)

Comments

  1. Luis Moreira says:

    Mas auto atribuiste a ti mesmo o prémio Aventar, com a ida a Paris?

  2. Carlos Loures says:

    Paris é a cidade mais bonita do mundo (pelo menos é a mais bela das que conheço). Em 1959, vivi em Paris uns meses e tenho lá voltado com alguma frequência. Não gosto muito da generalidade dos parisienses, embora, como sempre, haja excepções. Acho-os muito arrogantes. Mas a cidade é uma maravilha.

  3. Ricardo Santos Pinto says:

    Acho os parisienses extremamente simpaticos e educados. Quanto a Paris, deve ser mesmo a mais bela cidade do mundo.

  4. Luis Moreira says:

    Mesmo acima do Porto?

  5. Carlos Loures says:

    O facto de eu os achar arrogantes e tu os achares simpáticos e educados, tem muito a ver com as pessoas que tivemos a sorte ou o azar de lidar. Uma amiga minha que vive em Paris, pois é casada com um parisiense, diz o mesmo que tu, que são pessoas, um pouco formais, mas correctos. Devo ter tido azar. Vários azares, aliás.

    • Luís Moreira says:

      Eu tambem acho os gajos um bocado trombudos, mas os piores são os que vieram de “la bas”

  6. Carlos Loures says:

    Entre os portugueses encontrei de tudo, como é normal – do excepcional ao péssimo.

  7. maria monteiro says:

    o que me encanta em Paris é a mistura de gentes, não propriamente da elite parisiense mas sim dos que aí vivem/trabalham. Gosto dos Halles, do Centro Pompidou, Montmartre, do Louvre, de La Villette
    As Gares d’Austerlitz, de Lyon, de l’Est , du Nord deixam-me sempre saudades… porque me levam para outras paragens.
    Há uns anos comprei um livro para fazer o percurso do “Código Da Vinci” mas ainda está por cumprir.

    • Luís Moreira says:

      Londres, no que diz respeito a “gentes” é impressionante. Mas os “bifes” são muito senhores do seu nariz…

  8. maria monteiro says:

    Luís, só fui uma vez a Londres e parecia que andava meia aparvalhada (no bom sentido) a ver tanta gente com cabelo em crista, de todas as cores … quanto aos «bifes» são como o tempo londrino: um bocado a atirar para o horroroso

  9. Ricardo Santos Pinto says:

    “Mesmo acima do Porto?”
    La estas tu com regionalismos, Luis. Nunca perguntarias isso se eu fosse de Lisboa. Como sou do Porto, entao tenho de ser bairrista e cego pela minha cidade, ao ponto de considera-la a mais bonita do mundo.

  10. Carlos Loures says:

    Ricardo, ninguém teria o direito de te levar a mal por considerares a tua cidade a mais bonita do mundo. Só se dissesses que era a maior… O tamanho é um dado objectivo. A beleza, não. Há momentos em que acho o nosso país o mais bonito do mundo, o que é uma tontice, pois só conheço uma parcela do mundo.

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