Não há acordo possível

Com uma proposta que é pior que o pesadelo Maria de Lurdes.

Aroncilhe na Imagem (SEMPRE na frente!)

Aroncilhe na Imagem (SEMPRE na frente!)

O low profile de Isabel parace ter adormecido as coisas, mas com essa capacidade não consegue disfarçar outra – a de que o ME está transformada na maior secção do Ministério das Finanças.
Uma coisa há de positivo – deixaram-se das tangas da qualidade da educação, de que isto tudo é para melhor, etc…
Assumem que é tudo uma questão financeira.
Muito bem. Vamos então à guerra no terreno onde ela tem que ser feita – o da política pura e dura.
A pergunta que todos podemos fazer: a educação custa muito dinheiro? Mas… já não se lembram do que ainda estamos a pagar pela ignorância do Salazar?

Quero com isto avançar um primeiro argumento para justificar o que me parece MUITO evidente – a Educação e a qualificação das pessoas têm que ser a nossa prioridade número um porque é a única coisa que nos pode valorizar quando comparados com outros povos.
Mas, apesar de parecer o Sócrates a falar, quero com estas palavras significar uma mudança TOTAL na realidade presente – na escola quase tudo tem que mudar, nomeadamente os currículos e a sua centralidade: temos, enquanto sociedade, que responder à pergunta:
– o que é que se aprende nas escolas públicas?
Pois… eu nem vos dou a resposta… CEF, EFA… Novas Oportunidades… zero reprovações…
Voltaremos em breve a esta discussão.

Comments

  1. Mas o problema está onde? A avaliação está tão macia que parece quase a inútil avaliação do passado; acabaram os titulares e os outros; sobraram as quotas para progressão na carreira. Os sindicatos não aceitam as regras propostas. Diz João Paulo que o ME assume que é uma questão de dinheiro. Ok, seja. Mas e aquilo que os sindicatos querem é o quê? Tem só a ver com o estatuto profissional? Não, pois não. Ora, assim à primeira vista, será porquê? Dinheiro, talvez? Não, não deve ser que esta malta não pensa só em dinheiro.

  2. Luis Moreira says:

    Eu acho melhor que os sindicatos percebam que há cedências de parte a parte, é que pode acontecer que a população esteja farta de “eu é que tenho razão…”

  3. Fernando Nabais says:

    Caro José Freitas

    A avaliação dos professores nunca foi e continua a não ser a preocupação deste ou de qualquer outro governo. Por isso, desde que se consiga poupar dinheiro, não interessa saber se os professores são bons ou maus, nem sequer interessa ajudar os professores a melhorar a sua prestação. Para os governos, qualquer simulacro de avaliação é bom, desde que haja a garantia de que uma larga maioria não alcance o topo de carreira.
    Avaliar é muito mais do que classificar, é criar condições para que se melhore, o que não tem sido, repito, prioridade de nenhum governo.
    Quanto ao dinheiro, é evidente que se trata de uma questão igualmente importante e não há que ter vergonha de falar nela e a verdade é esta: os professores, como técnicos superiores que são, ganham mal, mesmo no topo de carreira. E não, a comparação não tem de ser feita com quem recebe um ordenado mínimo obviamente miserável. Para além disso, há que ter em conta que estamos diante de uma classe profissional que financia largamente o próprio sistema (nunca ninguém fez as contas ao que um professor gasta em materiais fundamentais para que o sistema funcione, desde lápis a gasolina).

    Caro Luís (cá nos encontramos de novo)

    Sou sindicalizado por inércia, que é o mesmo que dizer que não sou praticante nem especialmente admirador. Não obstante, louvo especialmente a simplicidade com que o Mário Nogueira rejeita qualquer tipo de estrangulamento administrativo na carreira.
    O Ministério quer quotas (com este ou com outro nome), o que os professores rejeitam. É simples: não há acordo. A população está farta? Também eu. Temos de ter todos muita paciência.

    Para finalizar:

    Na Educação, há questões ainda mais importantes do que a avaliação dos professores. Se, até hoje, a Escola Pública tem sobrevivido (com dificuldade) à avalanche de políticas desastrosas, o mérito é dos professores que, no terreno, vão aguentando como podem as asneiras ditadas por contabilistas que ignoram que o melhor investimento é em Educação. Num país por educar, o modo como os professores continuam a ser tratados é um sinal de subdesenvolvimento. Mais um.

  4. Caro Fernando Nabais, concordo quando diz que a avaliação dos professores, por um lado, e a qualidade do ensino, por outro, não foram nem são prioridade do Governo (qualquer Governo nacional desde que me lembro). Concordo que a questão financeira é, nesta actividade, como noutras, importante. Ninguém vive de ar e vento.
    Mas tudo isto não significa que não devam existir escalões (com óbvias repercussões remuneratórias). Numa empresa, mesmo numa empresa com milhares de funcionários, nem todos podem ser directores, sub-directores e afins.
    O que me causa espécie é a razão de não poder haver escalões e uma progressão na carreira que tenha em conta o mérito e a experiência (embora, pessoalmente, valorize menos o segundo que o primeiro aspecto).

  5. Meu caro, é muito simples: o trabalho do director de uma empresa é diferente do trabalho do porteiro. O trabalho de um professor é sempre o mesmo. Não há professores generais e professores soldados, são todos soldados. Os gestores das escolas têm agora uma espécie de carreira própria. E para trabalho igual salário igual.

  6. Caro João José, não me diga que acredita que numa mesma empresa, todos os funcionários do mesmo sector, com as mesmas funções e responsabilidades, ganham o mesmo… Marx defendeu essa máxima e os resultados, como se sabe, não foram brilhantes. Aliás, é sabido que que nem todos os professores correspondem de igual forma. Como em todas as profissões (é melhor salientar isto) há uns melhores e outros piores. Não acredita que têm todos a mesma qualidade e capacidade, pois não?

  7. Luis Moreira says:

    Meu caro Fernando e João, não têm razão nenhuma, neste particular. Continuam a olhar para a avaliação como uma classificação de professores. Nada de mais errado! E o Mário “alucinado” tem tanta culpa que persistam estes erros como os burocratas que são “alçados” a ministros…

  8. Ó Luís, vai explicar ao Ministério a diferença entre classificar com fins meramente administrativos e financeiros, que é o que eles querem, e avaliar como instrumento de gestão. Mas não te enganes: é ao Ministério da Educação, não é ao das Finanças.

  9. Trabalho igual salário igual dizia-se (e infelizmente ainda se tem de dizer) quando uma mulher tem a mesma função que um homem e ganha menos. E o trabalho é o mesmo, não tem categorias diferentes na profissão. Aqui e em qualquer parte da europa, onde este sistema de avaliação não existe.
    Claro que há profes que deviam ser sumariamente despedidos. Com este tipo de “avaliação” são os que se desenrascam primeiro: quem não tiver escrúpulos é mais que beneficiado.

    José Freitas :
    Caro João José, não me diga que acredita que numa mesma empresa, todos os funcionários do mesmo sector, com as mesmas funções e responsabilidades, ganham o mesmo… Marx defendeu essa máxima e os resultados, como se sabe, não foram brilhantes. Aliás, é sabido que que nem todos os professores correspondem de igual forma. Como em todas as profissões (é melhor salientar isto) há uns melhores e outros piores. Não acredita que têm todos a mesma qualidade e capacidade, pois não?

    • Luís Moreira says:

      Não, João, tu não sabes se o trabalho ( enquanto capacidade de produzir resultados) é ou não igual enquanto não fizeres a avaliação. O que tu sabes é que têm a mesma função, que é uma coisa totalmente distinta de trabalho e, ainda mais, de produtivvidade!

  10. Se me explicares como se mede a produtividade de um professor… Pelos resultados dos alunos?

    • Luís Moreira says:

      João, não só mas tambem, depois de tudo devidamebte ponderado. A Avaliação é um processo contínuo, vai-se afinando…

  11. Fernando Nabais says:

    Quem olha para a avaliação como mera classificação é o Ministério da Educação, não somos nós, Luís. Nós sabemos que avaliar deve ter como objectivo melhorar, faz parte do processo de aprendizagem. É-se avaliado para se saber o que está mal e melhorar. Progredir na carreira é outra coisa que pode e deve surgir em consequência disso, mas não se podem confundir as duas coisas.

    • Luís Moreira says:

      Fernando, o que eu acho é que numa escola autónoma, entregue aos professores, tudo seria mais fácil e melhor para todos. O grande problema da educação é que está entregue a quem precisa de “lenha” permanente, para justificar a existẽncia. Os burocratas dos sindicatos e do ministério. E olhem para o que se passa nas outras profissões, como na Justiça, no SNS…e assim por diante. Tudo igual!

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