Não é fácil escolher o melhor álbum de um determinado ano e, 2009, não foge a essa regra. Confesso que ao longo dos últimos anos, sobretudo desde que escrevo na blogosfera, dedico-me sempre a este exercício muito pessoal e subjectivo. De Lhasa a Lilla Downs, passando pelos Sigur Rós ou os Arcade Fire, muitas foram as escolhas de melhor entre os melhores.
O ano de 2009 não foi, na minha opinião, um ano vintage mas esteve perto. Chegados a este ponto, ao final, os dedos de uma mão chegaram para uma selecção: Phoenix, XX, Jonsi & Alex, Moby e Rodrigo Leão. Em qualquer dos casos, trabalhos fabulosos e marcantes. Mas, só um podia ser o melhor de 2009. Uma opinião muito pessoal. Quando olhei para estes cinco e repeti, vezes sem conta, a audição dos seus trabalhos, procurei que a escolha tivesse em conta um factor essencial: qual destes trabalhos será o mais intemporal e que mais marcante será na história da música. Daí não ter dúvidas: o álbum Mãe, de Rodrigo Leão é, sincera e honestamente, o melhor trabalho musical de 2009. Pela sua imensa diversidade musical, pelo bom gosto e qualidade dos arranjos, pela voz da Ana, pelos convidados internacionais e por todo o passado (e o que ele representa na música internacional) de Rodrigo Leão.
É a primeira vez que escolho um autor português. Sendo-o, não podia deixar de ser o Rodrigo Leão. Aqui fica o vídeo e a recordação, AQUI, do que escrevi sobre o seu concerto no Coliseu do Porto (cujo post no Aventar sumiu!!!).
Assim terminam os “nÃO sEJAS dURO dE oUVIDO” de 2009 no Aventar, um espaço que nasceu num outro blogue a que pertenci e que agora está no Aventar. Em 2010 regressa ao Aventar e, se tudo correr como planeado, será transformado num programa de rádio. A ver vamos. Aproveito para desejar a todos os leitores, amigos e companheiros do Aventar, um grande ano de 2010!
Obrigada Fernando, também um bom ano 2010 e que o programa de rádio se torne realidade
… há pelo Aventar pouca gente a gostar de «pop culture» e já que ninguém o contradiz (just kidding)…
… meu caro FMS, aqui fica uma lista 2009 alternativa à sua
… por um lado mais abrangente em estilo, por outro, mais específica em gosto :
DAVID SYLVIAN «MANAFON» (nunca ninguém pensava que chegaria aqui mas chegou e depois de «blemish» e dos Nine Horses era impossível não esperar ainda mais; se não for o melhor para a Wire, estará lá de certeza)
BILL CALLAHAN «SOMETIMES I WISH WE WERE AN EAGLE» (se não fosse sylvian, era escolha óbvia mas fica como uma espécie de «special one»; se a new-folk norte-americana fosse toda assim não havia mais nada no mundo)
TOM WAITS «GLITTER AND DOOM LIVE» (não é um disco de originais ? oiçam e depois digam-me; um disco do tom é por si só um acontecimento e nunca sairá de nenhum «top ten» desde «swordfishtrombones»)
SUNNO))) «MONOLITHS & DIMENSIONS» (steve o’malley e companhia são outros candidatos para a Wire, com toda a certeza ; doom metal? black metal ? darkwave ? por favor, isto é pura arte!)
MAGNOLIA ELECTRIC CO. «JOSEPHINE» (mais um disco perfeito da new-folk, desta vez pelo génio jason molina, quase ninguém conhece o tipo mas este ano suplantou bonnie prince billy, o seu arqui-inimigo)
ST.VICENT «ACTOR» (e se as mulheres não fazem a melhor pop alternativa actual, quem a fará? ; segundo disco, segunda pérola onde tudo começa num pc caseiro)
FEVER RAY «FEVER RAY» (idem, ibidem… a cara metade dos The Knife faz gato sapato da pop electrónica e mistura-a com minimalismos do black metal)
YO LA TENGO «POPULAR SONGS» (se alguém merece o nome de «indie» são eles; cada disco é uma lição de estilos e variações; pró ano cá estarão em terras lusas)
ROME «FLOWERS FROM EXILE» (quando um duo belga faz esquecer o senhor douglas p. está tudo dito; e não se preocupem, oiçam à vontade!)
PORCUPINE TREE «THE INCIDENT» (os fãs do prog-rock, termo muito muito redutor, têm sempre razões para sorrir quando steven wilson e co. decidem editar um album; grande noite no sá da bandeira)
THE ANTLERS «HOSPICE» (pop? não, novo objecto voador não identificado! espera-se muito desta coisa a partir daqui !)
ISIS «WAVERING RADIANT» (quando não há Tool, há sempre Isis; os caminhos desviantes da fonte formal do metal and «beyond»)
… e pronto, são doze, um para cada vez do ano
ass: anarquista do vale
Abraço.
Tom Waits é um dos meus cantautores preferidos mas desde Rain Dogs que ainda não me “levou ao Olimpo”, ehehehe.
Porcupine Tree é muito bom assim como St. Vicent mas eu só escolhi 14 (e devia ter sido 10 mas enfim). Assim como o novo de Antony não entrou…
Abraço!
Maria: Obrigado e Igualmente.
Ah! E Fever Ray tb foi uma das minhas escolhas:
http://www.aventar.eu/2009/12/24/nao-sejas-duro-de-ouvido-dez09-8-fever-ray/