Acordo – o que lá está, não está… Deveria, poderia… parte II

2- A duração das carreiras (cont. do Post I: Dimensão político-partidária)

Em Custóias, algures no fim do século passado, o meu colega Luís diz que a carreira de professor era muito curta. Chegava-se demasiado depressa (26 anos de serviço) ao topo e depois estávamos muitos anos no 10ºescalão. Se calhar ele teve razão antes do tempo.
Com a carreira de Maria de Lurdes, saltamos para mais de 30 anos, isto não considerando que o 7º escalão seria o limite porque 2/3 dos professores ficariam parados. Escrito de outro modo, 2/3 dos professores tinham o seu topo da carreira com 18 anos… mas 3 escalões abaixo do que tinham na carreira Pré-Lurdes.
Com o acordo agora alcançado, ficamos com uma carreira com 10 escalões: 9 de 4 anos e 1, o 5º, de 2 anos. A carreira, a correr “normalmente” fica com 38 anos.

Os 10 escalões da carreira docente
Muito bem a reflexão de António Avelãs (Coordenador do SPGL – o maior sindicato da FENPROF) no Circo Lusitano:
“Acontece porém que a comparação que tem de fazer-se é com a carreira imposta pela equipa anterior. Nessa, traduzida na sua versão final no Dec. 270/09, cerca de 2/3 dos docentes ficariam longamente retidos no topo da carreira de “professor” (na altura, índice 245), esperando amargamente que fosse libertada uma vaga na carreira dos “titulares”, o que poderia nunca acontecer. É essa situação que agora é resolvida: todos os professores com a classificação de Bom chegarão ao topo da carreira (índice 370). É uma boa vitória da luta dos docentes.”

Se quiser, car@ Leitor@, sou obrigado a confessar que na minha cabeça ainda está a carreira Pré-Lurdes: porque durante a ditadura dela sempre me recusei a aceitar um estatuto que não era o MEU! Assim, emocionalmente o que tinha era uma carreira de 26 anos e agora tenho uma de 38 anos… Um mau acordo, neste aspecto.
Mas, se fizer uma leitura mais real, aliás, se fizer uma leitura rigorosa, o que agora tenho é uma carreira com maior – 38 anos, quando antes tinha uma de 30. Mas, agora posso aceder a um índice maior (para professor ler – é como se a carreira anterior tivesse 11 escalões) e, tenho a certeza que vou passar do 7º escalão.
Se conseguir aceitar o acordo assim, então tenho que o considerar um BOM acordo.
Ontem, 5ª feira, o meu topo de carreira estaria alcançado em meia dúzia de anos, por iria ficar “aqui-parado” no sétimo. Agora, posso ir, desde que na Avaliação consiga BOM, até ao 10º.

Comments

  1. Concordo e subscrevo. É um bom acordo embora seja ainda prematuro baixar a guarda.

Trackbacks

  1. […] Acordo – o que lá está, não está… Deveria, poderia… parte II […]

Discover more from Aventar

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading