Na edição de hoje do diário espanhol “El País” publica-se uma reportagem com alguns dos membros do “Clube de Sobreviventes”. Têm em comum dois factos assombrosos: estiveram no “corredor da morte”, a longa antecâmara para a execução pela qual devem passar todos os condenados à pena capital. E estavam, todos eles, inocentes. Quando conseguiram provar a sua inocência levavam, na maioria dos casos, décadas na prisão.
Uma passagem pela galeria de fotos permite constatar o óbvio: quase todos são negros. Nada de espantar num país em que 41% dos condenados à morte são negros, embora a percentagem de negros no total da população seja apenas de 13%. E é nos Estados do sul, herdeiros da tradição segregacionista, e onde há uma maior percentagem de população negra, que em 2009 se concentraram 89% do total de execuções efectuadas nos EUA.
Olha-se para esses rostos e pensa-se inevitavelmente no tempo perdido, pelo qual estes homens nunca serão compensados. E pensa-se em todos os que não conseguiram provar a sua inocência. Se não houvesse nenhuma razão mais, esta já deveria ser suficiente para acabar de vez com a pena de morte.
Completamente de acordo, a pena de morte envergonha-nos.A que titulo um Estado se arroga o direito de tirar a vida a uma pessoa? Já nos tira o dinheiro, não chega?
Boa chamada de atenção à nossa consciência. Este é um exemplo da justiça dos EUA, para a qual eu também já tenho chamado a atenção. Condenações, tantas vezes de inocentes, maioritariamente de negros num população onde os negros são minoria!!!
Essa será uma razão, mas a maior de todas é homens tirarem a vida a outros homens, a coberto da lei.Não consigo compreender como é que a sociedade dá tão grande poder ao Estado!