Não há tarde em que eu esteja a ler a Maria, ou a regar as begónias que a minha falecida comadre me deixou, que não venha uma madame de casaco de peles e carregada de pulseiras com pingentes pedir para ir à borla.
Que se esqueceram da carteira, que só têm cartão de crédito – e eu respondo logo: “Olhe que aqui não há visas, minha senhora!” -, que vem já aí o marido e que ele paga… É sempre a mesma coisa!
A mim não me engana nenhuma! Essas lambisgóias andam mais tesas que um carapau e o que querem é comer-me por lorpa.
Hoje lá me apareceu outra: “Ó minha senhora, deixe-me ir senão ainda faço nas cuecas!” Eu respondi-lhe logo: “Então vá lá para fora que não me pagam para limpar o chão”. E ela lá se foi embora, que remédio. Bufam, e mandam vir, mas saem com o rabinho entre as pernas.
E as que pagam e querem mais papel? Era o que faltava! Isto é igual para todas: 50 cêntimos e têm direito a usar a retrete e a três quadradinhos de papel. Bem recortadinho, pela risquinha. E mais nada!
Tenho o rolo fechado na gaveta e ando com a chave no bolso da bata. A mim é que elas não enganam. Comigo é assim: quem quer mijar, paga!
Oh, Carla , e se ela as pusesse a regar as begónias? Só tu é que me pões a rir. Estou aqui às voltas com o antimalário…
Hummm, isto cheira-me a Rio Tinto, ehehehehehe.
E em relação à necessidade n.º 2, quantos quadradinhos de papel é que a senhora dispensa?
Não há coisa mais fantástica do que as conversas de rua na cidade do Porto. Tenho inúmeras registadas na minha cabeça, suficientes para encher uma noite de conversa e fazer rir de peito aberto. Pena é que não se possam escrever, pois perdem metade da piada se não se usar o sotaque à puârto. De qualquer forma vou contar uma, relativamente recente, num pequeno post.
É Porto, sim senhor.
Ricardo, isto é igual para todos, não há cá necessidades 1 nem 2… três quadradinhos e acabou-se.