O Regicídio (Centenário da República)

Já muita coisa foi dita sobre o Regicídio de 1 de Fevereiro de 1908, data sobre a qual passa hoje o 102º aniversário. As versões do que se passou são muitas e, segundo pude apurar, raramente se aproximam da verdade. As que li nos jornais da época, contradiziam-se entre si. As próprias imagens divulgadas não são aceitáveis. Por exemplo, o desenho que vemos acima, publicado na «Ilustração Portuguesa» (e reproduzido de uma revista de Londres), não é rigoroso. A perspectiva que vemos só poderia ter sido tomada já na Rua do Arsenal. Ora, o Buíça que vemos a ser acutilado pelo oficial da Guarda, ficara ainda no Terreiro do Paço, de onde disparara, aí sendo morto.

Aliás, está errada, como todos as outras reconstituições que foram aparecendo em publicações portuguesas e estrangeiras, dezenas e dezenas de versões iconográficas do atentado. São todas elas mais ou menos fantasiosas. Ou seja, podem ter um ou outro pormenor correcto, mas logo falham, por exemplo, na localização dentro do landau dos quatro membros da família real, no posicionamento dos regicidas ou na correcção do cenário.

Com dois ou três textos, dos quais este é o primeiro e, espero, com a ajuda de alguns comentários que lhes sejam feitos, tentarei, tanto quanto é possível, aproximar-me da verdade factual. Refiro-me apenas ao que se passou no Terreiro do Paço, pois o que esteve por detrás desses dramáticos acontecimentos, temo que seja impossível vir a conhecer-se a verdade. Muitos interesses se mancomunaram desde logo para que essa verdade ficasse sepultada. Monárquicos, republicanos, família real, todos pareceram aceitar apressadamente a explicação dada. A verdade parece não ter sido conveniente para ninguém. Fixemo-nos então no que se passou na tarde de 1 de Fevereiro de 1908. Um sábado de Inverno, mas com um tempo ameno.

Como disse, não existe nenhum documento iconográfico credível. Na época, as fotografias eram feitas com a máquina imobilizada, colocada sobre um tripé. Quando a família real chegou à Estação do Sul e Sueste, junto do Terreiro do Paço, os fotógrafos tinham as suas máquinas montadas e fizeram numerosas fotos, toda elas irrelevantes para a explicação do que depois aconteceu. O barco D. Luiz, vindo do Barreiro, chegou cerca das cinco da tarde à gare do Sul e Sueste. Vinha com atraso relativamente à hora marcada, pois o comboio que trouxera desde Vila Viçosa a família real, descarrilara no apeadeiro da Casa Branca. Um mero acidente, embora se tenha especulado sobre a eventualidade de uma sabotagem.

A família real passara o princípio do ano no Paço de Vila Viçosa, como era seu hábito e um pouco depois das cinco da tarde daquele sábado, chegara a uma Lisboa onde o clima político não podia ser pior. Na terça-feira anterior, dia 28 de Janeiro, tinha havido por parte dos republicanos aliados a alguns monárquicos dissidentes do Partido Progressista, uma tentativa revolucionária (que descrevi em texto próprio). Muitas prisões de altas figuras republicanas. O rei assinara ainda em Vila Viçosa um decreto que ordenava a deportação desses presos para as colónias. Facto que incendiara ainda mais o espaço político, elevando a tensão a níveis insuportáveis.

Quando o rei, a rainha e os príncipes subiram para o landau descoberto e partiram ao longo das arcadas da praça, julgando terminado o seu trabalho, fotógrafos , incluindo o grande Joshua Benoliel, e jornalistas debandaram. Resultado: não há fotografias do atentado e as descrições jornalísticas, baseadas em testemunhos oculares, são contraditórias e, consideradas em conjunto, resultam confusas. O que apurei sobre o drama, foi o seguinte (utilizo parcialmente um texto que escrevi para outro trabalho):

A carruagem, seguida das outras em que vinham as demais personalidades, escoltada por um destacamento da Guarda Municipal, quando passava em frente do Ministério da Fazenda (perto da esquina com a Rua do Arsenal, onde depois se instalou uma estação dos CTT), foi atingida pelo primeiros tiros, segundo algumas testemunhas oculares, disparados de ambos os lados da praça. Houvera uma primeira detonação, talvez o sinal convencionado para desencadear o atentado e, depois, subitamente, escutou-se um intenso tiroteio.

Um homem de estatura meã, moreno e barbudo (Buíça), vestindo um amplo varino, retirou do interior deste uma carabina e, ajoelhando em terra atrás do landau real, atirou as abas do gabão para as costas para libertar os movimentos e fez calmamente pontaria, como se estivesse na carreira de tiro. A gola vermelha do capote do rei oferecia um excelente ponto de referência. Começou a disparar.

Outro, um jovem esguio e alourado (Alfredo Costa), saltou para o estribo do landau e disparou uma pistola (ou um revólver) sobre o rei já inerte, atingido pelo primeiro tiro do homem do varino, com a cabeça pendente sobre o ombro da rainha, sendo logo abatido por um tiro disparado pelo príncipe real. Porém, o atirador do varino (o que atingira mortalmente o rei), voltou a disparar, matando o príncipe com uma bala em pleno rosto.

O regicida do varino e das barbas foi morto à cutilada pelos guardas da escolta. O outro, o jovem louro que saltara sobre o estribo do landau tombou varado pelas balas de Luís Filipe. Tudo se passou em pouco mais de um minuto.

Quando traço uma cronologia dos acontecimentos que conduziram à proclamação da República, o Regicídio sempre me apareceu como um corpo estranho. Não é um elo da cadeia, é um acontecimento marginal. Aquilo que hoje se designaria por um dano colateral. Foi um acto desnecessário. Parece ter sido uma consequência do clima de crescente tensão que perturbava a vida politica portuguesa. E que afectava a população em geral e não apenas os activistas republicanos.

Desde a sua fundação que o objectivo fundamental do Partido Republicano era o da pura e simples substituição do regime, ou seja, a tomada do poder. Esta atitude teve a sua quota parte de responsabilidade no atentado, mas os ânimos foram acirrados, não só pela acção demagógica dos republicanos, como também pelo estabelecimento de uma desastrosa ditadura administrativa, por parte de João Franco, com o apoio do rei, em 1907.

Ditadura que tomou medidas impopulares e que foram ao encontro da propaganda republicana, desagradando inclusivamente a monárquicos, particularmente aos da Dissidência Progressista. E o Regicídio encontra nesta situação criada pelo chefe do Estado e pelo responsável pelo Governo, não uma desculpa, mas uma parte substancial da sua explicação.

O progressivo desgaste do sistema político português, vigente desde a Regeneração, em parte devido à erosão política originada pela alternância de dois partidos no Poder: o Progressista e o Regenerador, agravou-se nos primeiros anos do Século XX com o surgimento de novos partidos, saídos directamente daqueles. Em 1901 João Franco, apoiado por 25 deputados abandonou o Partido Regenerador, criando o Partido Regenerador Liberal.

Em 1905 surgiu a da Dissidência Progressista, fundado por José Maria de Alpoim, que entrou em ruptura com o partido Progressista, do qual se separou com mais seis deputados eleitos pelo mesmo partido. À intensa rivalidade entre os partidos, agravada por ódios pessoais, juntou-se a atitude e acções críticas do Partido Republicano, contribuindo para o descrédito do regime, já de si bastante desacreditado devido às dividas da Casa Real.

Era esta a conjuntura quando D. Carlos se decidiu, finalmente, a ter uma intervenção activa no jogo político, escolhendo a personalidade de João Franco para a concretização do sempre falhado programa de vida nova. Este, dissidente do Partido Regenerador, solicitou ao Rei o encerramento do Parlamento para poder implementar uma série de medidas com vista à moralização da vida política. Este desiderato fora já evidenciado antes, mas D. carlos recusara, estribado no princípio de que o rei reinava, mas não governava. Porém, naquela altura o rei entendeu que era o momento de intervir e fê-lo entregando a chefia do Governo a um homem em que confiava. E encerrou o Parlamento.

As baterias da propaganda republicana, sem deixar de flagelar a figura do monarca, foram assestadas sobre João Franco. Como já recordei noutro texto, Brito Camacho afirmou, relativamente a João Franco, “havemos de obrigá-lo a transigências que rebaixam ou às violências que comprometem”. As críticas dos dissidentes progressistas, embora fossem feitas de uma perspectiva diferente, dirigiam-se aos mesmos alvos.

A vida pessoal do rei e da rainha não escapava à codícia de políticos e de jornalistas. D. Carlos, com inegáveis aventuras extraconjugais, prostitutas por conta em França, amantes, filhos bastardos, era uma mina para crónicas e para a propaganda. Sobre D. Amélia não se pode dizer o mesmo. Porém, um fidalgo, o tal D. António de Albuquerque, com o seu livro «O Marquês da Bacalhoa» veio lançar uma sombra infamante sobre a reputação da rainha. Foi mais uma acha para uma fogueira onde havia já muito material combustível: a questão dos tabacos, o problema dos adiantamentos à Casa Real…

O falhanço do chamado «Golpe do Elevador da Biblioteca», de 28 de Janeiro, de que já aqui falei há dias atrás, tem mais a ver com o Regicídio do que propriamente a marcha da República para a sua proclamação. O Regicídio surge mais como uma compensação para essa tentativa frustrada do que como um degrau de ascensão no caminho para a mudança de regime.

Noutro texto, a publicar nos próximos dias, falarei sobre o que consegui apurar acerca da conspiração do Regicídio quando fazia pesquisa para um outro trabalho. As conclusões a que cheguei, não constituindo surpresa para investigadores deste período histórico, contradiz frontalmente os clichés que se instalaram no imaginário popular. Em síntese que nesse futuro texto irei desenvolver, direi apenas que D, Carlos e D. Luís Filipe foram vítimas de uma conspiração urdida por monárquicos. O Regicídio constituiu um acto marginal à acção política republicana. O que não significa que os republicanos estivessem totalmente isentos de responsabilidades no acto.

Porém, pode dizer-se, o Regicídio não fazia parte dos planos republicanos. O rei e o herdeiro do trono foram mortos em resultado de uma conjura de políticos monárquicos ligados à Dissidência Progressista de José de Alpoim. Com alguma clarividência, o povo logo lhes chamou os «buissidentes». Num dos próximos textos, falar-vos-ei da «Coruja», a célula secreta da Carbonária que organizou e levou a cabo a execução do Regicídio.

Comments

  1. Não tendo eu um grande interesse pela História, leio os teus textos com imenso prazer.

  2. Luis Moreira says:

    Ainda hoje se pode ver impactos da balas nas arcadas .Na 11º arcada há um impacto o que mostra que Buiça disparou do lado do centro da praça e debaixo para cima

  3. Carlos Loures says:

    Muito obrigado, Adão. A História tem importância, não porque se repita, mas porque o passado nos ajuda a compreender o presente.

  4. Carlos Loures says:

    Exactamente, Luís, o Buíça disparou com a estátua do D. José nas costas. Mas esses impactos de bala não são todos da carabina do Buíça. Constituem, aliás, a prova de que houve mais de dois regicidas. Mas não nos antecipemos.

  5. maria monteiro says:

    já mais de uma vez andei a tentar ver isso da balas mas ainda não dei com o local

    • Luís Moreira says:

      11ª arcada a contar da esquina, onde estuveram os CTT…

  6. Carlos Loures says:

    De costas para o rio, o arco em frente, à esquerda, quase à chegada à esquina com a Rua do Arsenal, na parte cimeira da penúltima, ou antepenúltima arcada. Mas não é fácil de ver.

  7. maria monteiro says:

    Como aparte: Joshua G Benoliel Ruah “herdou” do seu familiar Joshua Benoliel a arte de se tornar aprendiz de fotografia http://olhares.aeiou.pt/benoliel

  8. maria monteiro says:

    ao fundo nas arcadas do lado esquerdo está uma pequena placa … tenho que ver melhor

  9. maria monteiro says:

    ok é exactamente desse lado onde estão os painéis com as fotografias e a placa na arcada … tenho que ver agora melhor

  10. Nuno Castelo-Branco says:

    Carlos, o Benoliel perdeu as fotos da sua vida, quando se retirou do Terreiro do Paço logo após a chegada dos reis.

    Dito, isto concordo com praticamente tudo o que o Carlos expõe com tanta isenção. Mas existe um ou outro “no entanto”, como decerto já esperaria aqui do seu sócio.

    1. É totalmente exacto o que afirma acerca das imagens que se conhecem do Regicídio, pois são bastante imaginativas. A melhor de todas é aquela que o Punch publicou. Graficamente perfeita, embora ilusória quanto à disposição da carruagem e dos regicidas. Totalmente.
    Ainda no Sábado passado, o meu pai me dizia que nos anos 70 ainda falara com gente de muita idade e que fora contemporânea do 1 de Fevereiro e a opinião quase geral ditava que o próprio Buíça teria sido executado por enigmáticos colegas. Como o testemunho de D. Manuel diz, foi tudo muito rápido e torna-se difícil de discernir o que verdadeiramente se passou, apenas existindo a certeza de que o grupo era muito mais vasto. provavelmente a família real teria sido atacada mais tarde, devido à espera feita pelo grupo “da rua do Arsenal/Corpo Santo”. Mas aí as condições seriam outras, pois a carruagem – no caso do primeiro tiroteio que “tivesse falhado os alvos” – seria outra e encontrar-se-ia bem escoltado. Enfim, nada se pode dizer quanto a isso. Apenas tem-se a certeza de ter sido Buíça que matou D. Carlos. Ao subir para o estribo do landau para desferir outro tiro no peito do rei, Costa poderá ter sido fatalmente atingido por. D. Luís Filipe. Ao colocar-se na posição exacta para disparar, D. Luís ofereceu-se como alvo a Buíça, ao grande atirador, como aliás o rei também o fora.

    2. A questão política.
    Não existem dúvidas acerca da participação dos Dissidentes, principalmente do famigerado Alpoim, homenzinho truculento e sem particulares talentos, a não ser a fome do poder pelo poder. Aliás, logo após o 5 de Outubro, aderiram em massa ao partido de Afonso Costa.

    A ilusão do “não envolvimento” do PRP. Sabemos quem estava à frente da Maçonaria e da Carbonária. Gente cujos vasos comunicantes com o PRP eram indesmentíveis e bastará apenas citar Magalhães Lima. O próprio “Golpe do Elevador” precipitaria o regicídio, pois o governo planeava actuar “à francesa” e colcar os conspiradores na fronteira.

    O que sucedeu após o Regicídio?
    a) Laudatórias homenagens a Buíça e a Costa, proferidas por gente de enoríssima responsabilidade do Directório do PRP. Chegaram ao ponto de promover as romagens e as fotos são exprssivas, assim como são visíveis as personalidades (e os nomes correspondentes, claro).

    O PRP emitiu uma enorme propaganda em cartazes, ex-votos, pagelas de bolso e postais, onde surgiam irmanados os srs. Bernardino Machado, A. José de Almeida, Afonso Costa, Alfredo Costa e Buíça. Com a bandeira republicana, com coroas de louros e dizeres evocativos.

    O sr. Afonso Costa fez erigir o Museu da revolução, exibindo a pistola Browning – que dizia ser sua! -, a carabina Winchester e o varino de Buíça, além, claro está, do batel da Ericeira que em 1910 levara a família real para o iate Amélia IV. E o que dizer das centenas de páginas publicadas nos jornais republicanos e assinadas por gente conhecidíssima do Partido? Não resistiram à gabarolice, passe a expressão.

    Seria excelente se aparecesse pelo menos uma das cópias do Processo do Regicídio. Existiram algumas (perto de meia dúzia), e Afonso Costa tinha uma na gaveta da sua secretária do Ministério. O que foi feito delas? Por fonte credível, julga-se que uma delas está guardada ali para uma certa sede no bairro Alto. Passados cem anos, o assunto ainda mexe? Têm receio de quê? D. Amélia já morreu (1951) e o rei D. Manuel também (1932, em condições muito estranhas). Que o volume de centos de páginas surja à luz do dia.

    Eu e o Carlos Loures adoraríamos lê-lo e comentá-lo de fio a pavio.

    Nota: como curiosidade da História: a actual Duquesa de Bragança é bisneta de Francisco Herédia, o visconde de Ribeira Brava, Dissidente e posterior membro do Partido Demcrático ( e grande amigo de Afonso Costa e do pai de Mário Soares).

  11. Carlos Loures says:

    Começo pelo fim – o visconde da Ribeira Brava, morto na Leva da Morte, e, segundo apurei, membro da Carbonária e, concretamente, da célula que organizou o Regicídio. Insisto neste ponto – o Buíça e o Costa foram habilmente manipulados. Carbonários, creio que anarquistas, como foram eles executar as ordens de Dissidentes? O Alpoim parece-me ter sido o cérebro; o Heitor Ferreira importou as carabinas Winchester. Creio que o PRP não entrou no esquema. Porém, quando viu a onda de apoio aos regicidas, resolveu capitalizar essa popularidade e deixou que se instalasse a ideia de que o crime fora organizado e cometido por gente do Partido. Houve uma teia de interesses, envolvendo monárquicos, republicanos e a própria família real, que resolveu pôr uma pedra sobre o assunto. É muito estranho.

  12. Nuno Castelo-Branco says:

    Aliás, falamos nos republicanos como co-autores. Pois sim, mas nem todos, como o A. José Almeida garantiu ao bisavô do Miguel Sousa Tavares (o médico do rei, T. Melo Breyner). Viajando no mesmo comboio, o médico admoestou severamente A.J.A. e ele lá balbuciou umas desculpas, mas perante a loucura exibicionista que o PRP demonstrava, o homem ficou envergonhado. Para dizer a verdade, AJA acabaria por ajudar muitos perseguidos monárquicos após 1919, com quem tinha ou não, relações de amizade.

    Somos bem felizes por não vivermos – ainda – tempos desses.

  13. Carlos Loures says:

    Há um discurso do António José de Almeida, creio que no Parlamento, em que ele vivamente condena o Regicídio e demarca o PRP da sua preparação. Na realidade, eu creio que houve a cumplicidade não institucional de alguns republicanos (como o Aquilino Ribeiro, talvez, embora ele tenha negado até ao fim). Não se pode comparar, em termos morais, claro, o AJA com o Afonso Costa. Aliás, entraram, em 1912, creio, em rota de colisão. O AJA parece, pelo menos a esta distância, um homem muito íntegro. Coisa que já não digo do AC.

  14. Nuno Castelo-Branco says:

    O A.J.A. deve ter mordido a língua muitas vezes e a sua presidência – da qual saiu muito alquebrado – provou-o. Embora fosse o responsável pelas bombas do PRP – a tal artilharia civil, como lhe chamava -, também duvido do envolvimento no crime. Até porque era médico e isso diz muito.
    Quanto a ter surgido na propaganda ao lado de Buíça, isso talvez se devesse a excesso de zelo das oficinas tipográficas do Partido. Nada a fazer.

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