Até fazia anos neste dia. Ela, talentosa, caprichosa, namoradeira, linda e eu tinha perdido a minha vida, deixado para trás os meus amigos, as minhas leituras, a minha vida profissional, um completo desvario que me fazia infeliz, como um vício que a que não conseguia escapar.
Naquele dia de S. Valentim, fui a uma “romeira” e comprei um belo ramo de rosas, juntei-lhe um poema e uma prenda que nenhuma mulher como ela esquece, paguei o serviço de tudo entregarem na sua morada, corri à TMN para mudar o número do telemóvel, abri a porta ao apartamento que, há um mês, tinha alugado em morada pouco provável e apanhei um avião e fui passar o fim de semana a Barcelona.
Quando voltei, tinha recuperado a minha vida, S. Valentim segredara-me que eu não conseguia transformar em amor aquela paixão destruidora.
Tornei a ve-la dois anos depois, apanhou-me com um telefonema para um telefone fixo que me esquecera de mudar numa casa de praia onde poucas vezes vou. Jantamos, fizemos sexo como loucos, mas S. Valentim há muito que tinha decidido.
Vivemos perto um do outro, mas passam anos sem nos vermos. Espero que faça muitos anos e seja feliz, hoje seu dia de aniversário, dia bem apropriado para uma criatura como ela.
S. Valentim é sábio e bondoso.
já te tenho dito que escreves bem e que estas pequenas histórias, vividas ou ficcionadas (para o leitor é indiferente) são muito interessantes. Por que motivo não escreves um livro? Um e-book, para começar?
não podia ser dia de S. Valentim sem uma história de “amour fou”
Crazy! E é verdade, debaixo do véu transparente da fantasia…
Carlos, isso vindo de ti é um elogio e tanto…pelo contrário a Carla, classifica-me de previsivel. Ninguem é totalmente feliz…
Previsível? Estás enganado, não era essa a minha intenção. De resto, já te comentei o mesmo que o Carlos várias vezes
Estou a fazer queixinhas, Carla, não leves a sério…