Já foi tornado público, aquilo que há algum tempo eu esperava: A. Marinho e Pinto vai recandidatar-se ao lugar de Bastonário da Ordem dos Advogados. Embora a formalização da sua candidatura seja apenas em Junho.
Apoio a sua recandidatura, como apoiara já as suas candidaturas de 2006 e de 2008.
Não é fácil falar daqueles a que estamos ligados por laços de amizade.
Para evitar riscos maiores, direi que apoio a recandidatura do actual Bastonário por razões de convicação num audacioso programa que ainda falta cumprir, e porque a sua recondução no cargo poderá dar alento às transformações que são necessárias fazer quer dentro da Ordem dos Advogados – com especial relevo para o acesso à profissão e seu exercício – quer na sociedade portuguesa.
Seria bom que os principais contestários ao actual Bastonário se apresentassem em candidatura própria, que assumissem a frontalidade do combate de ideias, ao invés de se organizarem por trás de uma candidatura única que visa, exclusivamente, derrubar a actual Direcção.
As próximas eleições serão fundamentais para a escolha de um de dois caminhos: o da mudança ou o do retrocesso.
Para mim também não é fácil falar do Marinho Pinto…
Com o aval do Conselho Superior do Ministério Público à actuação ilegal de Pinto Monteiro, consumou-se o que se temia (embora fosse esperado): a Justiça portuguesa bateu no fundo.
Não há, portanto, saída.
Pinto Pais, não há saída, nem os próprios conseguem ler o comunicado, tal é a intenção de taparem o buraco.
Eu gosto do marinho e Pinto, é dos poucos que rema contra…
Rema copntra quem Luís, estás a brincar? Sempre foi antipoder e, desde que chegou a Bastonário, nunca mais se lhe ouviu uma crítica ao Governo.
Caro Ricardo:
A propósito de escreveres que Marinho e Pinto “desde que chegou a Bastonário, nunca mais se lhe ouviu uma crítica ao Governo”, reproduzo aqui o comentário que fiz ao teu artigo de hoje sobre o Miguel Sousa Tavares (aquele que considera a blogoesfera o lixo do país), em que te referes, também, a Marinho Pinto:
“Uma coisa é a defesa pelo respeito das normas processuais vigentes – concorde-se ou não com elas -, do segredo de justiça – concorde-se ou não com ele -, e a crítica às más práticas de investigação criminal e de jornalismo dito de investigação. As críticas, ainda, à transformação da comunicação social, como palco de administração da Justiça.
Outra coisa são as críticas, mais que muitas, que Marinho e Pinto já fez e faz a este Governo.
Relembro só alguns casos, que contrariam a ideia de apoio ao Governo:
– criticou e critica a proliferação de cursos de Direito, responsabilizando este Governo e os anteriores;
– criticou o Governo pela discriminação que representava o aumento das indemnizações às famílias das vítimas de Entre-os-rios para que pudessem pagar as custas;
– criticou o Governo pela alteração da Lei das Armas, por se tratar de uma medida demagógica face às manchetes dos jornais de então;
– criticou e critica o preço a que este Governo pôs a Justiça, pugnando pela revogação do Regulamento das Custas e por uma Justiça gratuita;
– criticou e critica constantemente a desjudicialização de processos que merecem todos os cuidados, como o processo de inventário;
– criticou e critica as constantes mudanças na lei processual penal;
– afirmou em Outubro de 2009 que “em Portugal quem tem a pasta da Justiça é um ministro de papel, de palha. Não manda nada”.
Não me parece que tudo isto seja de quem defenda o Governo.
Lamentavelmente, por evidentes razões de audiência e de tiragem, além de interesses governativos e e de outros bem instalados, a projecção mediática de tais críticas ao Governo é sempre menor. Mas está aí a Internet para quem quiser comporvar.
Errata: “Mas está aí a Internet para quem quiser comprovar”.