Não digam nada a ninguém, a sério, mas eu gosto de cinema. Só que nos últimos três anos devo ter ido, talvez, duas vezes. A culpa: da falta de tempo e, igualmente, da transformação das salas de cinema em call centers onde todos atendem o raio do telemóvel e falam para o vizinho, se calhar efeitos do iPod, como se fossem moucos. Isso e não ser permitido fumar.
Hoje regressei. Fui ver a Alice do Tim Burton com a minha filha. Sim, fui fazer de Pai já que ela, ao contrário dos pais, vai todas as semanas (ou quase) ao cinema arrastando as duas amorosas velhinhas que nos substituem neste tipo de obrigações. A miúda viu-se um pouco às aranhas pois o desnaturado do Pai nem reparou que a fita era para maiores de 12 e ela apenas conta metade. Mas gostou e foi ela que escolheu o filme (não meti colher, quer dizer, se calhar… um pouquinho, vá lá). Já o Pai, adorador confesso das loucuras de Tim Burton – eu sei Zé, tal como tu, principalmente no verão, pareço um contraio imberbe de camisola Tim Burton – ficou maravilhado com a coisa.
Por isso, venho por este meio solene, aconselhar o visionamento de Alice no País das Maravilhas de Tim Burton mas…quando chegar em DVD e em casa. Sossegados, com uma manta pelas pernas, um cinzeiro fresquinho ao lado e um Milka de chocolate de leite. Pois, e hoje é dia grande para o cinema.
Era destemido e devemos-lhe muito, mas era tambem um aventureiro.
adorei !!! fantástico . e lá fingi que era eu que levava o meu sobrinho mais pequeno ao cinema….coitado , acho que foi ao contrário.
Subscrevo tudo o que li, até mesmo a parte “não meti colher, quer dizer, se calhar… um pouquinho”, pois não podemos esquecer que às vezes a criança que ainda existe em nós, “fala” mais alto.
Carinho sinto nessas palavras, caro Moreira de Sá. Fico só um pouco triste com o comentário generalizado das salas de cinema, e a descredibilização da fita enquanto valor a milhas de distância de um dvd. Há ainda espaço para o conforto, respeito, e cinema enquanto acto social. E haverá, se assim se sujeitar quem sabe, oportunidade ainda este mês de assistir numa escondida sala de cinema na Maia a cinema dedicado às crianças e que conta um pouco do que é a animação 2d cada vez mais perdida. Um abraço, com muita estima como sabe.
Tens alguma razão André, mas apenas excepções como a vossa do Cineclube da Maia no antigo cinema Venepor.
Graças a um trabalho extraordinário que vocês estão a fazer no Venepor, vale a pena ir ver cinema numa sala do dito. Mas nas salas dos shoppings, infelizmente, não é assim.
Absolutamente de acordo no ponto: é sempre melhor ver um filme no cinema que em casa/televisão. Sempre.
Na 6ªfeira fui ver “Alice…” e agora não leiam o que escrevo a seguir…
durante a primeira parte do filme ouve uns bocados que passei pelas brasas… depois veio o intervalo, um café e lá lutei heroicamente contra o mal e… mantive-me sempre acordada
Maria: acontece aos melhores, ehehehehehehe.