A decadência


A tragicomédia de dois actos em que se transformou o mais que previsível Congresso do PSD, apenas vem confirmar a triste situação política na qual o regime esbraçeja. A total inconsistência do discurso dos contendores, o firmar de vaidades inconsequentes e uma absurda proposta que surge ao arrepio daquilo que deve ser um partido democrático, resume o conclave.

O surgimento do então PPD, proveio de uma rápida adequação dos quadros locais da ANP do final da 2ª república. De facto, os emissários de Lisboa percorreram o país e em nome do grupo da ala dita Ala Liberal do deposto regime, agremiaram gente bastante dispare e conseguiram formar um Partido que desde cedo se notabilizou pela existência de profundas clivagens pessoais. Não existindo uma sólida base ideológica que o colocasse na área do socialismo europeu ocidental e embarcando apressadamente na jangada revolucionária que proibia explicitamente uma democracia-cristã que normalizara a Europa pós-1945, o PPD permaneceu no limbo onde ainda se encontra.

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Filosofia de bolso (4)

– Cada um tem a sua vida, mais a vida dos outros…

Estamos nos idos de Março

“Amo a traição mas odeio o traidor”

Parece contraditório, não parece? Consta que Júlio César era assim. Um homem como tantos outros, pleno de contradições. Ele próprio um traidor e vítima da traição. Afinal, as circunstância de um homem de poder. A fazer lembrar muitos homens de poder dos nossos dias e outros tantos que o desejam.

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Júlio César morreu neste dia, no ano 44 antes de Cristo.

Não à Barragem de Fridão!

Já tive a oportunidade de chamar a atenção para o escândalo que é a construção da Barragem do Tua, que vai destruir um vale único e uma das mais belas linhas férreas do mundo.
No dia em que a TSF, no seu «Terra a Terra«, dedica mais uma emissão a branquear a acção e a hipocrisia da EDP na destruição do património ambiental português, é hora de dar voz a mais uma luta, neste caso a da população de Amarante contra a Barragem do Fridão. Por toda a cidade, pude confirmá-lo pessoalmente, abundam as referências à Barragem e aos apelos à continuidade da luta.
Com a construção da Barragem de Fridão, projectada para o limite das freguesias de Fridão e Codeçoso, a 6 km de Amarante, é a existência da própria cidade que está em causa. Planeada para atingir 110 metros de altura, irá interceptar o leito do Tâmega, desviar o leito do rio Olo e pôr em causa, de forma irreversível, o caudal ecológico do Tâmega em período de estiagem. Irá pôr em causa, ainda, a integridade e eficiência do sistema de abastecimento público de águas, em consequência da libertação das águas quimicamente alteradas depois de acumuladas na albufeira. Recursos endógenos únicos serão transformados num somatório de albufeiras articuladas entre si em cascata de águas mortas. O vale do rio Tâmega será definitivamente perdido para as albufeiras.
Amarante é o resultado único do percurso do rio Tâmega. Actualmente, já tem a jusante a Barragem do Torrão – Rio de Moinhos(Marco – Penafiel), e agora passará a ter a montante a Barragem de Fridão. Ou seja, ficará completamente à mercê da imprevisibilidade geodinâmica – «uma guilhotina colectiva suspensa sobre Amarante, exposta à imprevisibilidade comportamental da geodinâmica interna geradora de algum fenómeno ocasional de causas naturais, considerado à priori de ocorrência impossível ou de considerada escassa probabilidade estatística.»
Enquanto isso, a EDP evita a discussão pública e monta gigantescas campanhas publicitárias. Como se a cidade de Amarante não existisse e como se tudo fosse apenas radicalismos ambientalistas. Deve ser essa a imagem a transmitir pelo «Terra a Terra» de hoje: só maravilhas!

(elementos técnicos recolhidos aqui)

PS quer expulsar militantes


«PS quer expulsar 147 militantes do Partido no Porto»

«PS: Concelhia de Alandroal quer expulsar militante»

Rolhas há muitas, não há, seus palermas?

PSD: ‘Ora venha de lá um das Caldas’

Na edição de hoje, do jornal i, Ana Sá Lopes publica um artigo de opinião alusivo ao Congresso do PSD, realizado este fim-de-semana em Mafra. O título do artigo é Altos & Baixos do Congresso. Li e concluí tratar-se de um itinerário simplista, sob a forma de visita a perfis e desempenhos dos protagonistas, anciãos e novos, de caminhadas incessantes do PSD, pelo complexo labirinto em que se emaranhou e de que não consegue sair.

Do título, parece legítimo inferir que o congresso do PSD, como seria normal, teve pontos altos e pontos baixos. Em minha opinião, não foi assim. O partido laranja continua a ser um navio encalhado em mar de maré muito baixa, mesmo vazia, órfão de quem, com credibilidade e sabedoria, lhe pudesse imprimir uma navegação firme, com rumo traçado à medida de naturais expectativas dos seus votantes, e dos portugueses em geral. Para tamanho empreendimento, dizem os especialistas politólogos, o PSD precisaria de um timoneiro experiente e de uma tripulação à altura das capacidades do comandante. Marcelo poderia ser esse timoneiro, mas sabe que a tripulação é desastrada e, sendo dos mais sábios militantes, recusa entrar em aventuras. Jogar por fora é a escolha do saber.

Ao pensar em ‘Altos & Baixos do Congresso’, reafirmo, pois, que o evento ocorreu, todo ele, em baixíssima qualidade, mesmo quando a plateia – e Passos Coelho e respectivos apoiantes em especial – se deleitaram e se expressaram de forma efusiva perante a prestação de um tal Fernando Costa, boçal, truculento e que, pelo que confessou, não deve e deve tudo o que é ao partido – 10 anos de AR e 24 anos como Presidente da Câmara Municipal das Caldas. Ao ver as reportagens televisivas, tive a paciência de assistir aos entusiasmados risos, gritos de euforia e aplausos de uma plateia até então dormente. E pensei que, para o PSD, o melhor estímulo para se agitar em congresso é clamar: “Ora venha de lá um das Caldas” – os interesses do País que se … lixem! acrescento eu.

A psicóloga e o filho da ministra: «O Crime» ou um jornalismo de latrina

Depois de ter recebido um mail, que denunciava o caso de uma psicóloga que fora substituída por um filho da ministra da Saúde, o Aventar começou a investigar e publicou, no dia 5 de Março, o post «Agrupamento de Escolas da Lourinhã: A psicóloga e o filho da ministra Ana Jorge».
Foi aquilo que no jornalismo se costuma designar por «furo». Mesmo sem ser essa a sua vocação, o Aventar entendeu por bem investigar e publicar. Paulo Guinote fez o link em «A Educação do Meu Umbigo» e durante alguns dias, o assunto dominou a blogosfera.
Na semana que passou, o jornal «O Crime» trouxe como manchete o mesmo tema. Ficámos contentes, no Aventar, porque alguém pegara na nossa história. No entanto, quando abrimos o jornal, ficámos espantados: não havia uma única referência ao blogue. O «jornalista» conseguiu escrever uma página inteira sem referir a fonte que utilizara e a forma como tivera acesso às informações. Numa caixa, apenas uma breve referência ao filho da ministra, que diz saber que a polémica foi despoletada por um blogue na internet.
Pois foi, o caso iniciou-se com um post do Aventar. Mas o «jornalista» de «O Crime» preferiu omiti-lo. Esquecendo o artigo 6.º do Código Deontológico dos Jornalistas, que diz que «o jornalista deve usar como critério fundamental a identificação das fontes».
O que por um lado foi bom. Porque nos lembrou, caso estivessemos esquecidos, que «O Crime» continua a fazer, como sempre fez ao longo da sua história, um jornalismo de latrina.
Senhor jornalista de «O Crime»: esteja à vontade para usar este post da forma que entender. Publique-o na próxima edição do jornal. Se não quiser, como diz o outro, besunte-se com ele.

Sr. Anacleto da Cruz, Pensamentos XLVII e XLVIII

XLVII

Quem tem mente,

mente.


XLVIII

É por te sentires estúpido,

que não o és completamente.


Conheça o primeiro Caderno de Pensamentos do Sr. Anacleto da Cruz.

Barragens tambem não!

Contra as barragens no Tâmega, Tua e Paiva, porque  a sua contribuição é muito pequena para a energia necessária, não substituem a importação de petróleo e têm um impacto irrelevante ao nível da emissão de poluentes. Por outro lado, uma vez construídas, as barragens não vão contribuir para manter postos de trabalho. O problema é que dizem o mesmo para todas as barragens mas  todas juntas terão as vantagens que não se reconhece quando  se analisa uma só!

Podemos viver sem barragens? A água, como se sabe vai ser ainda mais uma necessidade estratégica no futuro, sem água não vamos a lado nenhum, não podemos deixá-la correr livremente para o mar, porque recuperá-la custa muito dinheiro (dessalgar por osmose inversa) em energia que temos que importar.

Implica uma destruição ambiental imensa, milhares de hectares de reserva agrícola e ecológica vão ser submersos, a qualidade da água vai deteriorar-se, o sistema piscícola será alterado e os lobos deixarão de poder movimentar-se. Bem, a pata do homem, neste caminho que nos leva a ter muitas coisas materiais, foi e será sempre um factor de destruição da natureza. Os próprios desenhadores das grutas do paleolítico (neolítico)? de Foz Côa foram os primeiros a deixarem a sua marca na paisagem. Não há como evitar isto mas, evidentemente, devemos lutar para que as coisas se façam com conta, peso e medida.

A primeira opção é saber se estamos dispostos a trocar o confortozinho pelas belas paisagens. Eu acho que a coisa mais bela, são as margens de um rio, mas não sei se as posso ter todas assim selvagens, ou se tenho que contentar-me com menos.

Mas sei que não podemos deixar a água perder-se no mar !

Mr Phelps Morreu

Fez parte da minha juventude.Durante alguns anos, muitos, Mr Phelps, o chefe da “Missão Impossível” entrava-me pela casa dentro e eu adorava aquela personagem. Mais tarde foram as reposições, e ainda hoje em dia elas vão aparecendo, de vez em quando, para fazerem as delícias dos mais velhos e também dos mais novos.

Peter Graves morreu hoje, aos oitenta e três anos. O cinema está mais pobre e só nos restarão as reposições dos seus filmes e séries.

Descansa em paz.

Mais um caso de publicidade sexista

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Mais um caso de utilização abusiva do corpo feminino para fazer passar agressivamente uma mensagem publicitária, neste caso a de um ginásio. A nudez, a insinuação sexual ainda por cima anal, subtil mas patente, a exposição despudorada do corpo, tudo razões mais que suficientes para pelo menos duas petições e três queixas.

Além das feministas retardadas neste caso tem todo o sentido que também se manifestem os vegas, já que a imagem das nozes fica um bocado maltratada.

Ter ou não ser (Memória descritiva)

Talvez Shakespeare pudesse ter formulado a famosa dicotomia deste modo – To have or not to be – that is the question. Contudo, para que assim tivesse sido, teria de conhecer a sociedade actual onde, para se ser, para se existir, é preciso ter. Nos nossos dias, perder tempo com introspecções sobre o ser ou o estar? Inútil, pois uma coisa e outra confundem-se – uma olhadela à conta bancária resolve a questão. Se tem, é e está. Não tem? Não existe, é como se não estivesse.

E, no entanto, ainda há poucas décadas, Jean-Paul Sartre e o existencialismo afirmavam a prevalência do ser e o primado da existência sobre a essência, afirmando que a primeira antecede e governa a segunda. Mas o bom William viveu a época em que os dados acabavam de ser, décadas antes, lançados por Lutero e a semente não produzira ainda os seus perversos frutos. O protestantismo vinha impor o dever da riqueza, o pecado de ser pobre e de um homem não poder prover todas as necessidades da sua família, por oposição ao catolicismo que defendeu sempre (e persiste) na pobreza como virtude. E a igreja de Inglaterra aderiu à Reforma, mas não às teses de Lutero. O anglicanismo erradicou o papa, mas conservou toda a restante parafernália herdada de Roma. [Read more…]

Carrosséis

Não há gente mais triste do que a que se dedica aos divertimentos de feira. O homem do carrossel, que recebe as fichas das mãos das crianças, encosta-se a uma das colunas, vai remexendo, sem olhá-las, as fichas entre as mãos encardidas, fixa o olhar no chão e nada mais vê nem ouve até o carrossel novamente se deter. Tem os olhos inchados, a barba por fazer e um sorriso manso, que logo se apaga. A sua sócia, e mulher, vai vendendo as fichas, sentada na cabine onde há uma televisão que ela já não vê. Deve ter sonhado por muito tempo com as carruagens douradas que o carrossel reproduz em infantil escala, mas há muito que se resignou a olhar os três ou quatro botões que controlam as engrenagens do engenho, e a contar as moedas com que dá o troco aos paizinhos. [Read more…]

Faltam 419 dias para o Fim do Mundo

O Congresso do PSD terminou à Lei da….Rolha. Um magnífico presente ao PS e a Sócrates. Nem encomendado

Entretanto desapareceu mais um processo ligado ao PM, nada que nos espante. O crescimento do suicídio em Portugal é um sinal, um grave sinal do estado de espírito dos portugueses. Mas as vitórias do benfas podem sempre ser motivo de alegria para os 6 milhões (quantos???)…

Agora a sério: é chocante ler esta notícia da morte de uma jovem de 20 anos que, na brincadeira, atirou a sua moto 4 contra um pinheiro. Eu sou um adepto e praticante de todo terreno, gosto igualmente de andar de moto 4 e tenho pena de não ter uma. Estou farto de avisar amigos e conhecidos dos perigos deste tipo de veículo, um perigo que deriva do facto de se pensar que as quatro rodas a tornam menos perigosa que uma mota normal. Não é verdade, bem pelo contrário, até pelo excesso de confiança. Mais uma vida que se perde, uma jovem de 20 anos…

opinadesinformadisse aguda

Violência, Indisciplina e os professores

Nos posts anteriores tenho procurado ajudar a reflectir sobre as questões da educação que nos últimos tempos têm vindo para cima da mesa.
Penso que as escolas precisam de uma REAL autonomia e isso passaria por tornar da escola o que não deve ser central, ainda que de forma gradual: selecção de professores, de organização da mancha horária, da oferta curricular, do estatuto do aluno… Isto é, cada escola tem que ser capaz de crescer por si. Com instrumentos, recursos e competências – estou a falar de uma nova ESCOLA PÚBLICA.
E NESTA nova ESCOLA PÚBLICA os professores têm que se assumir como quadros superiores da administração pública – não podemos ter medo de decidir, de escolher, de fazer opções.
E NESTA nova ESCOLA PÚBLICA é fundamental que o governo e a sociedade sintam a escola como importante – consigam eles passar a mensagem que a aprendizagem é importante e, estou certo, todos os problemas começarão a desaparecer. Porque, caro leitor, quando morre um professor e um quadro da administração vem falar sobre as fragilidades do Professor, está TUDO errado! TUDO!
E, por isso, temos que mudar TUDO!

Apontamentos de Óbidos (10)

(Chafariz da Vila (1575) e Pelourinho (1513))

A canalhice é verde

Corre por aí que o Carlos Carvalhal vai ser substituído pelo André Vilas-Boas.

Numa altura em que a equipa joga como há muito não jogava e mais do que isso marca golos e ganha jogos, é deveras curioso que se dê esta substituição como adquirida, sendo certo que não há um sócio que tenha sido sondado ou que esteja de acordo. A verdade é que se vão perder seis meses de trabalho, de mútuo conhecimento, de confiança, de métodos de trabalho que estão a dar resultados. Que dizer disto?

Há quem diga que os agentes só ganham dinheiro se houver movimento, que se não há movimento não há jogadores bons na agenda ou podem fugir para outras bandas. E sem movimento de jogadores e técnicos não há movimento de dinheiro e sem movimento de dinheiro não há comissões. Aqui não entra o interessse do clube, dos sócios ou da “colectividade”, (como se diz na gíria das colectividades de dança e recreio), aqui o que há é o carcanhol, e portanto não interessam nada pormenores como os de a equipa estar ou não a ganhar.

Desta vez ( a ser verdade) a canalhice é verde, mas já teve outros tons como se sabe, praticamente todo o arco íris, mas aqui na lagartagem usa-se e abusa-se. Basta lembrar quando o Sousa Cintra despediu o Mr Robison que ia em primeiro, o Pintinho foi buscá-lo e o Porto ainda foi campeão nesse ano.

E o mister inglês foi despedido porque apesar de ir em primeiro no campeonato perdeu um jogo em Viena por uns quantos de que me não lembro bem. E assim o Sporting de uma assentada perdeu o campeonato, a taça Europeia e o treinador tudo numa decisão inteligente!

Mas a memória é curta!

Em Cartaz: Um PSD ensandecido…

Manuela Ferreira Leite anunciara a suspensão da democracia… por isso, não poderá ser surpreendente para quem nela acreditou, o facto de, para quem nunca reconheceu seriedade e credibilidade às suas palavras, o PSD, enquanto organização partidária denotar agora sinais inequívocos que o demonstram ensandecido. Primeiro, os delegados só puderam participar activamente nos trabalhos do Congresso (ainda que, em democracia, um Congresso partidário se presuma como Forum onde a participação é equitativa e apenas sujeita às inscrições prévias acessíveis a todos); depois, foram as sanções para quem “falar mal” dos líderes, sanções que culminam com a expulsão dos críticos!!!… A loucura total!… para abrir os trabalhos e para os fechar… com coerência, está à vista! Faz, por isso, sentido que o populismo do discurso dispersivo do Presidente da CM Caldas da Rainha tenha galvanizado o Congresso… apesar de ter dito coisas espantosas para quem defende o projecto PPD-PSD (que nem me atrevo a designar por social-democrata!); como, por exemplo: “(…) onde é que Sá Carneiro aceitava, Dra. Manuela Ferreira Leite, que os mercados mandassem no Orçamento ou na Assembleia da República? (…)”… e, provavelmente, faz também sentido que Rui Machete tenha declarado (corroborando a tese simplória da ainda líder, sobre o facto das regras, quando existem, serem para cumprir mesmo se é de uma versão da “Lei da Rolha” que se fala), que se não trata de uma medida persecutória!!!… Palavras para quê? … eles falam por si!… e sim, são artistas portugueses cuja marca de pasta dentífrica, mesmo se medicinal, é seguramente venenosa para a Democracia e para a sociedade portuguesa!

(Também Aqui)