Barragens tambem não!

Contra as barragens no Tâmega, Tua e Paiva, porque  a sua contribuição é muito pequena para a energia necessária, não substituem a importação de petróleo e têm um impacto irrelevante ao nível da emissão de poluentes. Por outro lado, uma vez construídas, as barragens não vão contribuir para manter postos de trabalho. O problema é que dizem o mesmo para todas as barragens mas  todas juntas terão as vantagens que não se reconhece quando  se analisa uma só!

Podemos viver sem barragens? A água, como se sabe vai ser ainda mais uma necessidade estratégica no futuro, sem água não vamos a lado nenhum, não podemos deixá-la correr livremente para o mar, porque recuperá-la custa muito dinheiro (dessalgar por osmose inversa) em energia que temos que importar.

Implica uma destruição ambiental imensa, milhares de hectares de reserva agrícola e ecológica vão ser submersos, a qualidade da água vai deteriorar-se, o sistema piscícola será alterado e os lobos deixarão de poder movimentar-se. Bem, a pata do homem, neste caminho que nos leva a ter muitas coisas materiais, foi e será sempre um factor de destruição da natureza. Os próprios desenhadores das grutas do paleolítico (neolítico)? de Foz Côa foram os primeiros a deixarem a sua marca na paisagem. Não há como evitar isto mas, evidentemente, devemos lutar para que as coisas se façam com conta, peso e medida.

A primeira opção é saber se estamos dispostos a trocar o confortozinho pelas belas paisagens. Eu acho que a coisa mais bela, são as margens de um rio, mas não sei se as posso ter todas assim selvagens, ou se tenho que contentar-me com menos.

Mas sei que não podemos deixar a água perder-se no mar !

Comments

  1. maria monteiro says:

    por cá ainda vai havendo água mas preciso saber olhar para as barragens e para os rios.
    Pena é que em muitos dos nossos rios “corra” muita lixeira e esgoto de unidades produtivas…

  2. Talvez... says:

    Não podemos deixá-la escoar para o mar, mas podemos deixá-la evaporar-se no Verão, tirar empregos a quem vivia da pesca fluvial (sim, porque antes havia) e inundar terras aráveis, património natural e património edificado.
    Agora diga, o que dá mais conforto, as receitas do turismo, ou as receitas da energia?

  3. João Nunes says:

    Esqueceu o crime que vai ser cometido no Rio Sabor.

    É um facto que se desperdiça muita água ao não a reter em pequenas barragens nas linhas de água. Isso é que precisa ser feito para captar a água que lentamente se vai escoando. Sem isso, as infiltrações para os lençóis freáticos não se fazem . Só acontece por saturação, que cada vez vai ser menor.
    A grande utilidade das grandes barragens, não são os empregos de quem lá trabalhou ou trabalha. São os grandes Jobs para uns quantos boys, sobrinhos e afilhados. Esse é que é o esquema. Num país ventoso, com um litoral destes, não plantar ventoinhas por todo o lado, como se fez em Espanha é criminoso. É muito melhor o betão das construtoras e os gabinetes a gastar energia em ar condicionado, os automóveis de alto consumo com motorista em Lisboa. Isso sim é “economizar” energia.
    Alguém vai ter de a produzir e pagar por ela em todos os sentidos.
    Mais uma vez, paga o país pobre para a rica Lisboa. Até quando?

  4. Talvez... says:

    João Nunes :
    Esqueceu o crime que vai ser cometido no Rio Sabor.
    Num país ventoso, com um litoral destes, não plantar ventoinhas por todo o lado, como se fez em Espanha é criminoso.

    E o Sol? Não poderiam as repartições públicas ser equipadas com painéis fotovoltaicos, que se traduziriam numa verdadeira poupança para os cofres do Estado e não num verdadeiro aumento dos cofres das futuras privatizadas REN e EDP?

  5. Talvez... says:

    Diz também, e cito «mas não sei se as posso ter todas assim selvagens». Lembro-lhe que o problema é que não lhe restam mais selvagens! A norte do Mondego, são muito raros os rios sem barragem.

  6. Luis Moreira says:

    Claro que sim, há muita coisa a fazer, mas ter água é a maior delas.

  7. Talvez... says:

    Como disse, evaporação. E que tal a preferência por reservatórios? Não armazenam água com menos fugas e mais eficientemente?

  8. João Nunes says:

    Talvez… :
    Como disse, evaporação. E que tal a preferência por reservatórios? Não armazenam água com menos fugas e mais eficientemente?

    Quem vai de avião para Barcelona, ao olhar para baixo vê inumeros “embalses”, pequenas barragens feitas com enrocamento e telas, principalmente na vertente sul dos Pirinéus. Toda a água do degelo é captada para rega e abastecimento. Não é desperdiçada água. Aqui nem copiar sabem. Como já disse antes, é muito melhor dar encomendas de betão aos amigalhaços, que nunca se sabe o dia de amanhã.

    Talvez:
    tudo o que se anda a oferecer em Portugal para produção de energia solar é material obsoleto. Saldos, refugo, de baixa eficiência.
    Concordo que tudo quanto é prédio alto, devia ter paineis fotovoltaicos. Novos e menos novos. Tudo que é hotel. Mas só aí, no chão, não.

  9. Pedro Rocha says:

    Já pensaram que eventualmente quem quer aquela água, são os milhares de pés de vinha que hoje cicatrizam o que antes fora uma actividade tradicional.

  10. Talvez... says:

    Também eu não falava de os colocar no chão – ocupam espaço desnecessariamente. Mas se todas as casas e todos os edifícios os tivessem, estaríamos a exportar energia, e aí poderíamos dar-nos ao luxo da dessalinização.

  11. Talvez... says:

    Pedro Rocha :
    Já pensaram que eventualmente quem quer aquela água, são os milhares de pés de vinha que hoje cicatrizam o que antes fora uma actividade tradicional.

    Como assim? Refere-se a regadio das vinhas?

  12. João Nunes says:

    Se aproveitarmos a água toda que vem de cima, em pequenos embalses, não é preciso dessalinização para nada. Essa chega. Repõe os níveis freáticos, abastece as populações, dá para regar as vinhas e o resto, dá trabalho aos locais na sua construção e manutenção , embora sejam simples e baratas, evapora-se alimentando o ciclo da água, dá para tomar banho e ao lado fazer uns pic-nics com a famelga , dá apoio à bombeirada nos fogos florestais e dá de beber ao gado.
    O unico gado que não quer beber dali é o gado lá da capital do império, que gosta mais de champanhe.

  13. Talvez... says:

    Pois, mas aqui não temos água do degelo.
    Uma coisa que não percebo – regadio de vinhas? Agora as vinhas também se regam? Eu conheço bem a mais antiga região vinícola de Portugal e posso garantir-lhes uma coisa – não passaria pela cabeça de ninguém regar vinhas. Aliás, uma das desvantagens da barragem do Tua inicial era a diminuição da produtividade da vinha e da oliveira com as alterações ao clima da região, diminuição que se traduziria, estimam, em menos 700 postos de trabalho.

  14. João Nunes says:

    Temos chuva e temos degelo!
    Que eu saiba, em Portugal chove e cai neve. esta derrete.
    Degela.
    A geada idem. O sincelo também.
    O unico gelo não aproveitável é o gelo que a capital do império gasta em cocktails.

  15. Talvez... says:

    João Nunes :
    Temos chuva e temos degelo!
    Que eu saiba, em Portugal chove e cai neve. esta derrete.
    Degela.
    A geada idem. O sincelo também.
    O unico gelo não aproveitável é o gelo que a capital do império gasta em cocktails.

    Percebo o que quer dizer. E sim, em Lisboa o desperdício é enormíssimo.

  16. maria monteiro says:

    e é sempre um problema … porque …. todos querem vir aos cocktails

  17. manuel montador says:

    maria monteiro :
    e é sempre um problema … porque …. todos querem vir aos cocktails

    ou ir para se virem nos cocktails.

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