Professores: Em força para Lisboa, já!

Basta ler a última proposta de revisão do Estatuto da Carreira Docente que o Ministério enviou aos Sindicatos e que o Aventar divulgou em primeira mão.
Não está lá nada daquilo que em devido tempo foi acordado entre as partes. Ao invés, estão lá muitas coisas que nunca foram sequer discutidas. Com evidente prejuizo para os professores, como não podia deixar de ser. O fim dos concursos, que nunca esteve em cima da mesa, é um dos exemplos mais claros.
E não venham com a história dos portugueses que estão a passar dificuldades, da instabilidade que se vive fora da Função Pública, dos baixos salários de toda essa gente. Isso é tudo verdade, mas também é cada mais verdade dentro da classe dos professores.
Não falo por mim – trabalho à porta de casa com salário certo, nesse sentido sou um privilegiado – mas falo naqueles milhares de professores contratados que vivem longe de casa, com salários reduzidos, com despesas que fazem com que não compense trabalhar (a não ser pelo tempo de serviço), que não têm direito à ADSE (como a generalidade dos portugueses não tem), que não têm direito a atestado médico mas sim a baixa (como a generalidade dos portugueses), que ficam desempregados em cada 31 de Agosto, que vão conseguindo aqui e ali contratos de um mês e que, não raras vezes, sofrem as humilhações de pais e de alunos.
É por esses que devemos lutar. E é por esses que, a meu lado, ontem, um colega dizia numa pausa para o café: «Esta ministra é realmente diferente da outra. A outra era só trombas, esta fode-nos com um sorriso».
E é por esses que, afinal, os professores devem voltar a Lisboa. Em força, já!

Comments

  1. Pedro Rocha says:

    Os professores devem é começar a trabalhar na escola. Terá certamente um efeito bem mais eficaz do que dizer palermices na Avenida da Liberdade. Não se deixem instrumentalizar e olhem à volta!

  2. professor says:

    Protesto sim!

    Mas onde dói.

    A todos os exames, a todas as avaliações.

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