PAI

.

.

Vida fora tu correste

Passo lento, certo, seguro

Nunca foste uma alma errante

Eras fácil de encontrar

E agora que já morreste

De ti digo e asseguro

Nem todo o bom mareante

Se encontra no alto mar

.

Agora, és rio, és calma

Nada te fere ou ofende

Já não tens frio

É branca e pura

A brisa que afaga a tua alma

E te acaricia com doçura

Transparente

.

Já nada nos separa

Aguarda por mim

Tranquilamente

És eterno

Eu estou só de passagem

.

Vou ter contigo

Repara

E nesse dia, por fim

Espera por mim

E, enquanto o relógio não pára

Guarda-me um lugar para a viagem

.

.


Comments

  1. Sentido e bonito, josé Magalhães. Bom contributo para o dia da poesia.

  2. Carla Romualdo says:

    Ainda não conhecíamos o poeta… Bonito poema, Zé, parabéns

  3. Manda Forte says:

    Caro José Fernandes
    O seu sentido poético tocou fundo em quem perdeu recentemente o pai.
    Gostei de sentir a evocação da viagem, que embora final, poderá ser um reencontro.
    Obrigado pelo sentimento expresso nas suas palavras.

Discover more from Aventar

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading