Dados Públicos

Nos anos mais recentes uma das tendências da web, e particularmente da web social, tem sido a criação de uma cultura de abertura no que diz respeito ao acesso a dados.

O principal objectivo por detrás de grande parte destas iniciativas, que se agrupam na expressão “open data“,  é aumentar a transparência de algumas instituições e torná-las mais escrutinaveis bem como permitir que outras instituições e individuos possam, de uma forma “século-21-simples”, aceder e explorar essa informação.

Algumas das primeiras iniciativas deste género com maior visibilidade foram levadas a cabo de uma forma estruturada pela Sunlight Foundation por exemplo com as iniciativas Open Congress / Money Trail ou MapLight e, como se percebe, o principal domínio de actuação eram os dados recolhidos por ou relacionados com a administração pública.
O principal argumento que justifica esta opção é o facto de, na grande maioria dos casos, estarmos a referir-nos a informação que diz respeito aos próprios cidadãos e suas actividades e que inclusivamente foi recolhida usando meios fornecidos pelos próprios cidadãos, através dos seus impostos, sendo por isso expectável que essa informação seja devolvida aos seus proprietários.



Um exemplo português desta tendência foi o lançamento do site Transparência na AP no inicio de 2009 pela Ansol e, mais recentemente, do site Pordata não esquecendo no entanto iniciativas anteriores de divulgação de dados públicos como o site do INE e o projecto BPStat do Banco de Portugal.

Outros países estão um pouco mais a frente neste movimento, nomeadamente na vertente governamental, como por exemplo os EUA ou o Reino Unido, ao terem estratégias claras dentro da própria administração pública sobre qual deve ser a postura dos seus organismos no que à disponibilização de informação diz respeito.

Isto mesmo se pode ler no discurso do primeiro-ministro britânico Gordon Brown: “Speech on Building Britain’s Digital Future“, de 22-março-2010, onde refere “I want Britain to be (…) the world leader in public service delivery where we can give the greatest possible voice and choice to citizens, parents patients and consumers, and the world leader in the new politics where that voice for feedback and deliberative decisions can transform the way we make local and national policies and decisions.”.

Uma das iniciativas que habitualmente acompanham a implementação destas ideias nos diferentes países é a criação de eventos direccionados principalmente para a comunidade tecnológica, mas também para profissionais da comunicação e marketing na medida em que podem através das suas competências criar aplicações concretas destes conceitos.

Um bom exemplo disso é a iniciativa AbreDatos 2010 que vai ocorrer em Espanha nos próximos dias 17 e 18 de Abril.
Vão ser  48 horas em que as equipas que participem têm que desenvolver uma aplicação funcional, que use pelo menos uma fonte de dados pública e resulte num serviço para o cidadão.  Seria interessante uma iniciativa destas em Portugal.

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