Os órgãos de comunicação social, declaram continuar hasteada a bandeira espanhola na fortaleza de Valença. Monumento nacional, símbolo local da soberania portuguesa, foi profanado por gente que perdeu toda a legitimidade ao optar por este insultuoso tipo de contestação. Trata-se de subversão e de atentado à integridade do Estado. Do que está à espera a GNR? Que explicação dá a PSP? Porque não envia o exército um pelotão que ponha cobro ao dislate? O episódio da taurina coisa nas varandas, não passa de folclore a resolver no próximo embate futebolístico entre as duas “selecções”, quando tudo voltará ao normal. Outra coisa, é o assalto estrangeiro a um edifício público. S. Bento não cora de vergonha?
O que se estranha, é a total passividade das autoridades nacionais que se têm abstido de impor a Lei e a dignidade do Estado. São precisamente estas autoridades – e aqui incluímos o governo que tutela as policias e as Forças Armadas – que são muito lestas na resolução de outros casos que têm acontecido e que vão continuar a acontecer, queiram ou não queiram, gostem ou não gostem. O critério parece simples: se se trata de uma Bandeira Nacional azul e branca, deve ser de imediato apeada e entregue a um nebuloso “Ministério Público” – o que é isso? -, mas se o caso disser respeito a uma bandeira estrangeira, poderá então ficar ao vento durante o tempo que a subversão militante assim o entender.
É o patrioteirismo dos senhores do Centenário da República, com o Palácio de Belém incluído no rol. Enfim, mais um episódio do “Esquema”, porque nada deve ser por acaso. Entretanto, o “agente dorado” Saramago, continua a sua prédica. Só visto!
Toda a razão ! Uma bandeira portuguesa hasteada é um crime de lesa pátria, uma bandeira estrangeira é uma manifestação que não indigna ningeu.Está tudo maluco!
Certo, já o disse e repito que me sinto insultado como com qualquer outra rojigualda içada em território galego (ou catalão ou basco). O que não entendo é essa última alfinetada contra o Zé que nada tem que ver com isto. Perdoem se o consideramos (quase) uma “vaca sagrada” mas é tão “nosso” como “vosso” tal como são também (ou deveriam ser considerados como tal) “vossos” Rosalia de Castro, Manuel Maria, Curros Henriques, Castelão, Ernesto Guerra da Cal e tantos e tantas outros e outras que por falta de espaço não menciono. É mais importante defender a unidade da lusofonia do que enveredar por anacrónicos bairrismos patrioteiros.
Caro Albano, siga o link do Zé pesetero e veja porque cometi a ousadia de dizer aquilo que disse.
quanto à questão Galega, a existir, deve ser alheia aos nossos assuntos internos. A divisão deu-se há quase 900 anos e jamais – que eu saiba – existiu qualquer impulso mútuo para uma reunificação. Assim e sucintamente:
1. O período da independência portuguesa
2. O período de 1383-85
3. A Guerra da Restauração, quando Castelo-Melhor ainda pensou em concluí-la exigindo a anexação de uma parte da Galiza, pelo menos Tui e Vigo.
4. A Guerra da Sucessão espanhola, com a Galiza praticamente neutral ou tomando o partido francês.
5. Após a invasão franco-espanhola de 1807 e a guerra civil em Espanha – foi isso que também aconteceu, embora em Madrid agora queiram oficialmente apresentar-se do lado vencedor -, jamais existiu qualquer movimento de separação a favor de Portugal.
6. Os dois desastres republicanos. Da Galiza, nada veio.
A ser independente, se o conseguir, integre-se – se o entender – na CPLP. É que a geografia impõe-nos sempre uma longa fronteira e partilha de águas com Castela, queiramos ou não queiramos.
Realpolitik.
Tenho então que lembrar-lhe o Tratado de Ponte do Mouro (1368). Assim, de 1369 a 1383 houve de facto o “Reino de Portugal e Galiza” tendo como chefe-de-estado D. Fernando (Fernando I de Portugal e IV da Galiza). Para além da atual Galiza foram também anexados territórios até Ledesma, Plasência, Cáceres, Badalhouce e Mérida. Se isto não foi um “impulso mútuo de reunificação” então não sei o que será. Nota adicional: A Galiza tem já estatuto de observador na CPLP através da AGAL (Associaçom Galega da Língua) e da nova AGLP (Academia Galega da Língua Portuguesa).
Caro Albano, não tenho absolutamente nada contra a Galiza, antes pelo contrário. O episódio do rei D. Fernando, parece ter sido mais nominal que outra coisa. Há quem diga que João Carlos I é “Rei de Jerusalém” – disputa o ambicionado título com o arquiduque Otão -, sem quem isso seja muito substancial.
Que seja um dia membro pleno da CPLP. Resta a Portugal viabilizar essa CPLP que até agora, é uma figura de retórica em dias de festa. Comparem-na com a Commonwealth britânica.
para o autor deste texto parabens, tem toda a razao. publique oseu texto nun jornal diário e no jornal da local de valenca