"Los papas e el sexo"

“Los Papas e el sexo”

Eric Fratini, nascido no Peru em 1963, é um dos maiores investigadores e conhecedores dos meandros da Igreja Católica. Escreveu cerca de vinte livros, publicados em quinze países, uma boa parte deles à volta do Vaticano e da Igreja. Professor universitário, professor em academias policiais, conferencista, escritor, ensaísta, novelista, analista político, guionista de televisão para as principais cadeias de televisão, correspondente no Médio Oriente.

Estou a ler o seu penúltimo livro “O Labirinto de Água”, que trata da descoberta do Evangelho de Judas Escariote, e de todos os crimes que a Igreja Católica fez por intermédio do cardeal Lienart, Secretário de Estado do Vaticano, e do seu grupo secreto “Octogunus”, constituído por oito padres espiões e assassinos, para impedir que a verdade que se esconde nesse pergaminho conheça a luz do dia. Este livro foi best seller em Espanha no ano passado e foi editado agora em Portugal.

O último livro de Eric Fratini, “Los papas e el sexo”, editado no princípio deste ano em Espanha, e ainda não traduzido para português, é o número um de vendas da Casa del Libro e um dos mais vendidos em Espanha. Este novo livro é um passo audaz e penetrante nesse mundo vedado que é o Vaticano, onde o divino e o humano travam uma batalha permanente, e onde tudo o que não é considerado sagrado é secreto. Segundo um jornalista espanhol, é um verdadeiro “punhetazo” no coração da Igreja. Para escrever este livro, diz Fratini que leu centenas de livros desde 1743 até à actualidade.

Diz o autor que com este livro que vai “De S. Pedro a Bento XVI”, pretende introduzir o leitor, de forma histórica, nas obscuras estâncias papais, onde Inocêncios, Pios, Clementes, Bentos, Bonifácios, Joões ou Paulos, deixaram histórias de conspirações, vício e sexo.

Diz ainda o autor que houve papas casados e pederastas, violadores e homossexuais, fetichistas e adúlteros, travestis e voyeuristas, masoquistas e sadomasoquistas, filhos de padres e assassinos de papas, pais de papas e filhos de papas, pois, como alguém disse um dia, “há de tudo na vinha do Senhor”.

É um livro que promete fazer muita luz sobre toda a podridão da Igreja Católica e um grande documento para mostrar ao mundo a falsa “santidade” dessa mesma Igreja. Este apaixonante livro mostra como os papas de Roma, enquanto, por um lado, condenavam e castigavam o incesto, a homossexualidade, a violação, a infidelidade, a pederastia, a sodomia ou o adultério eclesiástico, por outro lado praticavam-no, sem o menor decoro, à sombra do poder da Tiara e no silêncio e na obscuridade dos seus dormitórios.

Apenas li o primeiro capítulo do livro, mas li quase todas as referências feitas na imprensa, pelo que irei voltando ao assunto à medida que for entrando no livro. Transcrevo apenas um dos testemunhos que li.

De Evaristo Torres Oliva:
(…) Quiero recomendarles tres libros que de manera rigurosa indagan en el pasado y el presente de la Iglesia. El primero, La puta de Babilonia, del escritor colombiano Fernando Vallejo. La puta a la que se refiere es “la católica, la apostólica, la romana, las jesuítica, la dominica, la impune bimilenaria”. El otro libro, El catolicismo explicado a las ovejas, de Juan Eslava Galán, nos cuenta con humor pero con mucho rigor todo el montaje de la Iglesia con sus falsedades enquistadas como dogmas y de cómo se há aprovechado del Jesucristo histórico para vendernos la burra del Cristo inventado por San Pablo. Finalmente, el periodista y escritor Eric Frattini, que recientemente estuvo en Cella y en Teruel, en su libro Los Papas y el sexo, nos sumerge en las cloacas del Vaticano (…). Para que ahora nos venga Ratzinger y en un reciente mensaje con motivo de la 47 Jornada Mundial de Rezos para las Vocaciones, nos cuente que los curas deben imitar a Cristo “casto, pobre y obediente e identificarse con Él”.

Aproxima-se a descarada viagem de Ratzinger a Portugal. Aproxima-se a hora em que ele dirá, sem corar de vergonha, frente a todos, padres, bispos e cardeais que devem imitar Cristo “casto, pobre e obediente e identificar-se com Ele”. Haverá maior hipocrisia à superfície da terra do que a desta Igreja cujo caminho e comportamento sempre foram e continuam a ser a mais degradante antítese de tudo quanto Cristo pregou e ensinou?

Comments

  1. Ricardo Santos Pinto says:

    Realmente, muitos dos Papas foram penetrantes e não precisavam de punhetazas para nada. Foi o chamado período da pornocracia, que, no fundo, se prolonga por toda a história do Vaticano.

  2. Luis Moreira says:

    A carne é fraca…

  3. Caro Adão, estive a ler a sua poesia e não gostei. Não gostei particularmente da sua pintura também. Não apreciei a leviandade das informações que escreve no post, mas não me leve a mal. Não é nada contra si, em particular. É só para lhe dizer algo. Um mau médico não faz a classe má, um mau humano, não é desculpa para acabar com a humanidade (embora, confesso, já seria tempo para isso…). O problema não é de Deus, nem do diabo, nem do Papa. É de nós, da biologia, como deve bem saber. Se é católico, tem razão para criticar a Igreja, e deve fazê-lo, pois participa nesse Corpo. Se não é, a sua opinião é válida, mas tem pouco fundamento. O mesmo em relação a Eric Frattin, que é um novelista – as opiniões dele valem o que valem. E a sua é apenas uma opinião. Se não gosta de Bento XVI, está no seu direito. Acusa-o de ser incoerente com o que professa, ou advoga. Mas que lhe interessa, afinal, se não é cristão ou católico? É este moralismo que me intriga…

    • Luís Moreira says:

      Nuno, não deixe que as suas crenças religiosas se intromentam na apreciação que faz à arte do Adão Cruz. Pode não gostar mas separe as águas…

  4. Caro Nuno Resende:
    Obviamente que a sua opinião, muito respeitosa, tem o valor que tem, no que respeita à minha poesia e à minha pintura. Em nada me apouca. Está farto de saber que há comentários negativos, que dentro de determinados contextos, até podem funcionar ao contrário. Reconheço, sem grande dificuldade, que as vias neuronais que conduzem a essa apreciação não são isentas, e têm muito mais entroncamentos e cruzamentos com as vias neuronais que conduzem às restantes considerações àcerca da Igreja, do que com as vias neuronais subjacentes à apreciação plástica e poética da arte. Mas enfim!
    Já não aceito tão facilmente, a referência pejorativa a Eric Fratini. Penso que qualquer um de nós os dois estará a milhas dos seus conhecimentos e capacidades. Sou, com certeza, muito mais velho do que o meu amigo e não me custa a aceitar que no traquejo literário deste tipo de informação, podemos ir a meças. Além disso, a minha formação não me permite dizer coisas com leviandade. Não me parece que o meu amigo seja pessoa muito lida nesta área e muito preocupada com estes assuntos, e muito menos com a necessidade de transparência e procura da verdade nestes assuntos. Fico-me por dizer-lhe que há livros que são indispensáveis e obrigatórios para quem quer que tenha respeito por si próprio. E esses livros constituem uma dádiva inimaginável para as mentes mais nobres da nossa civilização. E lembre-se que a Igreja Católica está tão gravemente metastisada na nossa sociedade, que constitui quase um genético problema de saúde mental e social a que nenhum cidadão consciente e lúcido, católico ou não católico, pode ficar alheio.

  5. maria monteiro says:

    Posso-lhe dizer, caro Nuno Resende que há cada vez mais católicos praticantes que criticam a Igreja … eu sou uma delas. Porque é que a Igreja está tão vazia de gente? Porque é que nas missas os bancos estão cada vez mais vazios? Porque é que cada vez há menos crianças na catequese? Porque é que passam tantos jovens pelos seminários e congregações e desistem na primeira oportunidade? Porque… porque… porque é que cada vez chegam mais queixas às Dioceses?

    Como alguém um dia me disse “Deus escreve direito por linhas tortas”… a Igreja está-se a afundar e não é só por causa da pedofilia, é pela falsidade, é pelo ninho de víboras que se encontra em muitas sacristias, é pela colagem ao dinheiro, é… é … é… O católico não pode fechar os olhos, não pode deixar de falar, não pode deixar de ouvir…

    Quanto mais se esconde a m…. mais cheira mal… por mais incenso que se queime

  6. Parece-lhe mal, caro Adão. Eu só falo do que sei minimamente e quando não sei informo-o. Não sou grande comentador, daqueles que correm para o blogue a opinar sobre o que sabem e não sabem. Eu não sou contra ninguém. Não vejo em que é que o ateísmo pode ajudar a humanidade – afinal, se esta está cada vez mais secularizada e tudo piora – mas sou pela inclusão, não pela exclusão. Os ateístas têm aproveitado a questão da pedofilia para lançar as suas próprias fogueiras. Criticam a intolerância da igreja mas são mais intolerantes, criticam a falta de moralismo mas, se lhes não interessa o moralismo, de que adianta fazê-lo? A arrogância dos ateus está ao mesmo nível de qualquer seita ou religião que é a de falar em nome da humanidade. Por isso o seu post está ao nível de uma reportagem de revista cor de rosa: vale o que vale. Andar a perscrutar a vida sexual dos Papas ou de quem quer que seja agrada a voyeurs, mas é coisa feia. O curioso é que os ateus, na sua generalidade, atacam logo com o moralismo religiosos, quando, para eles, esta noção não faz sentido.
    À D. Maria Monteiro, se é católica e critica tanto a Igreja, deve repensar a sua posição como crente. Lá diz a música do Variações «estás sempre a tempo de mudar». Só lhe assegura que não há religiões, nem ideologias perfeitas. Por muito que o agnosticismo ou o ateísmo nos queiram fazer querer.
    Ao Luís, não deixo, não. Com a intolerância e o desvaria que tenho visto e ouvido até tenho contido as minhas apreciações. Afinal tantos discursos de um mundo melhor, tolerância, solidariedade, partilha e só vejo insultos, ódio, desprezo, manifestações, etc etc. Palpita-me que este século vai ser refinadamente mais cruel que o passado.

    • Luís Moreira says:

      Nuno, se você acha que eu estou dominado pelo ódio, é menos sagaz do que parece. Há muito que aprendi que o ódio é o mais triste dos sentimentos. Nessa ninguem me apanha.

  7. graça dias says:

    O sr adão é um senhor incoerente.
    Basta ler oque o sr vai publicando por aqui.

  8. Querido amigo Nuno,
    Siento no poder responderte en portugués, porque no lo entiendo, pero paso a contarte una cosa. Desde 1960, el Vaticano ya conocía de forma oficial los abusos sexuales sobre niños y seminaristas. Juan XXIII firma un documento de 62 páginas en las que da instrucciones a la Curia para que escondan todos los casos y que los pederastas sean tratados como ‘pecadores’ y no como ‘delincuentes’.
    Y en eso llegó Juan Pablo II y el cardenal Ratzinger. Desde 1981, Ratzinger tenía ya sobre su mesa cientos y cientos de casos de abusos sexuales por parte de altos cargos, no sólo sacerdotes. ¿Qué hace Ratzinger? pues redacta un docunento, en forma de adendo sobre el documento de Juan XXIII, en el que da instrucciones a todo el clero para que los casos de abusos sobre niños o seminaristas sean tratados en el Vaticano y de que en ningún caso pueda ser denunciado a las autoridades policiales del país en donde se cometió el delito o ‘pecado’.
    Así es que amigo, Nuno me creo bien poco las disculpas en forma de ‘carta pastoral’ de Benedicto XVI. Si quieres más información, lee mi próximo libro que saldrá en Portugal en el mes de octubre de 2010, titulado ‘Los Papas y el Sexo. De San Pedro a Benedicto XVI’ (Bertrand Editores), en donde hago un gran repaso histórico de como los papas han tratado el sexo y como la mayor parte de ellos, lo han practicado.
    Como dijo un día un sabio: “De todo hay en la Viña del Señor”.
    De cualquier forma ha sido un placer responderte.
    Estaré en Lisboa el 25 de mayo, presentando mi nueva novela en El Corte Inglés y editada por Porto Editora ‘El Laberinto de Agua’, una novela por cierto, condenada por el Opus Dei en España. Será todo un placer saludarte en Portugal, así como a todos los que formáis parte de este blog….
    Un saludo a todos

    ERIC FRATTINI
    ericfrattini@gmail.com
    http://www.ericfrattini.com

  9. Caro Eric Frattini,
    A sua opinião vale tanto como a minha. O senhor é um novelista, eu sou historiador. Só que o senhor publica livros e quer vendê-los. Eu, infelizmente, ou não, não preciso de ganhar dinheiro com o escândalo. Ninguém é dono da verdade, nem eu, nem o Eric, lembre-se disso.
    Obrigado pelo convite, infelizmente não posso estar presente.
    Cumprimentos

  10. Nuno, não confunda novelas com investigação e com jornalismo de investição. Há anos que leio muito sobre a igreja e o vaticano. De muitos autores. Ainda ontem, dia mundial do livro, passei horas na Casa del Libro em Vigo, e os livros que existem sobre esta matéria são inúmeros. Se tem respeito por si próprio, e acredito que tenha, faça tudo para não andar enganado. E não me venha dizer que enganado posso andar eu. Já andei, desde criança e por muitos anos, infelizmente.

  11. Adão, vai-me desculpar, mas cada vez que leio um comentário ou um post seu tenho a impressão que o Adão é mais papista que o papa. Eu sou católico, mas não me inibo de criticar a excessiva atenção na sexualidade da Igreja, a questão do preservativo e outras coisas mais. De resto, considero, acima de tudo, importante a existência de uma espiritualidade humana, qualquer que seja, independentemente se provém do cristianismo, do budismo. O Adão fala em andar «enganado», estudos sobre o Vaticano, acusações, etc. Se realmente fosse alguém para quem a religião não tem qualquer valor e para quem o Catolicismo não presta, não se daria a tanto trabalho ou não pensaria tanto e tão constantemente neste assunto. Eu, sou sincero, preocupo-me cada vez menos com o ateísmo. É uma moda, com pouquíssima coerência ideológica e cuja epistemologia dependerá, sempre, da existência da religiosidade. Não há aqui vencedores, nem vencidos, não sei se tem consciência disso. Mas vislumbra-se uma guerra que nunca terminará e isso é que é o preocupante. Afinal, não parece, como revelam as Escrituras, que foi Cristo quem trará, não paz, mas espada à terra. Parece que são os não crentes os guerreiros, hoje em dia.

  12. Amigo Nuno, vai-me desculpar, mas apesar de eu não aceitar a dualidade corpo-espírito, a minha “espiritualidade” humana, em termos neurobiológicos é a “espiritualidade” de uma pessoa que tudo faz para ser humanamente bem formada, um elemento social tão positivo quanto possível e um cidadão lúcido e interveniente.
    Na realidade sou alguém para quem a religião não tem qualquer valor e para quem o catolicismo não presta, o mesmo dizendo para outra qualquer religião. Penso constantemente neste assunto, não porque a igreja e a religião me interessem minimamente como tal, mas apenas, e já o tenho dito muitas vezes, porque considero a igreja católica um antro de crimes, sempre impunes, uma monumental falsificação da santidade, o mais importante factor de manipulação e de desmiolação humana, e um cancro social, em termos de pulhices, enganos, mentiras, obscurantismo, bem como um grande obstáculo ao desenvolvimento mental e científico do ser humano. O assunto interessa-me exclusivamente como cidadão que considera o papel da igreja no seio da humanidade como um fenómeno profundamente negativo para a humanidade, e que, como tal, tem de ser denunciado e combatido. Como deve compreender, não é em simples comentários que podemos abordar estes assuntos com a profundidade e a seriedade que eles merecem. Da forma como fala do ateísmo, presumo, também, que esteja um tanto alheado da natureza sa sua concepção e realidade.

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