Concursos de Professores e avaliação

Admito e por isso evito.
Admito que está tudo farto de ouvir falar de professores.
Evito falar para não tornar ainda mais presente o ódio latente em algumas almas.

Há umas semanas, por alturas da abertura do concurso de Professores vim aqui procurar explicar o erro que o ME tinha cometido – afirmei, por querer ser rigoroso, que a questão era técnica.
Essa, tarde e a más horas, mas está resolvida.

A FENPROF, organização a cuja Direcção não pertenço desde o último Congresso, procurou desde o primeiro dia usar o argumento acima referido, mas tendo em mente um objectivo maior: impedir que a avaliação tivesse efeitos na graduação para concurso.

E se a táctica se percebe, o resultado é mais uma vez um desastre: a avaliação vai mesmo contar.
Memorando, luta pela não candidatura ao conselho geral, luta para não entregar objectivos, acordo e agora isto…
Sou dos poucos, pelos vistos, que pensa ter havido uma sucessão de erros na condução destas estratégias. Não sei se havia alternativas – mas, por aqui não iria certamente…
Uma classe que luta com 150 mil trabalhadores tem o dever de conseguir mais e melhor.

Comments

  1. Luis Moreira says:

    JP, o argumento era tão fraquinho que logo aqui vos avisei. Ontem o Mário, ameaçou, pessoalmente, o Socrates. É cada vez mais evidente que tem que haver uma escola mais independente das guerras das superestruturas…

  2. Pedro Sousa says:

    Gostaria que me explicassem o pq desta luta (para mim ridícula) dos professores em relação à avaliação? Será medo? Em qq lado as avaliações contam, pq é que para os professores tb n haveria de contar? Eu sei que é diferente de um anedótico relatório critico como era até à pouco tempo mas penso que mt mais justo. Pq é que as estruturas n lutam por aquilo que é o essencial na minha opinião? Pq é que os Mários Nogueiras n exigem mais poderes para a classe que neste momento está completamente à mercê de pais e alunos? Isso sim é que seria bom, se calhar evitava suicídios como um que houve recentemente. Posso estar a ser injusto, mas na minha opinião acho que devem e com toda a justiça serem avaliados e sim sr., essa mesma avaliação contar para concurso. Não temam, peçam é mais segurança no trabalho

  3. Ricardo Santos Pinto says:

    Por que é que este ano a avaliação não devia contar? Por uma questão de justiça e equidade. Porque toda a gente sabe em que condições foi feita a avaliação no ano passado.
    Só um exemplo: a minha mulher não foi avaliada (tu sabes de quem estou a falar), mas não foi porque não quis. Simplesmente esteve a dar aulas nas AEC’s – Actividades Extra-Curriculares – e lá o Ministério não fez a avaliação dos professores. Deve ser prejudicada sem ter culpa nenhuma?

  4. Pedro Sousa says:

    É um motivo válido. Desconhecia isso das AEC’s. Tens razão. Agora quanto ao resto continuo a achara que os professores temem em demasia a avaliação e esquecem-se do essencial que é mais e melhores condições de trabalho

  5. Ricardo Santos Pinto says:

    Claro que sim, que devem ser avaliados. E serem expulsos do ensino se forem maus.

  6. “Sou dos poucos, pelos vistos, que pensa ter havido uma sucessão de erros na condução destas estratégias. Não sei se havia alternativas – mas, por aqui não iria certamente…”
    Fizeste-me rir, JPaulo. E lembrei-me do outro que dizia: Prognósticos? Só no fim do jogo.
    Abraço.

  7. Olá, tudo a rolar… como se viu hoje, a minha opinião vem precisamente no dia em que parece haver uma vitória: http://www.spn.pt/

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  2. […] Escrever. Escrever sobre tudo e sobre nada. Escrever sobre Educação, sobre a Escola, sobre Professores. […]

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