O concurso da ligação do TGV, Lisboa – Poceirão que inclui a terceira ponte sobre o Tejo anda envolvido em polémica logo que se soube que o agrupamento de empresas liderado pelos espanhóis da FCC tinham apresentado um valor muito inferior ao apresentado pelos dois outros concorrentes.
Com efeito a FCC apresentou um preço de 1870 milhões de euros, a Altavia de 2190 milhões de euros e o Elos de 2310 milhões de euros. Desde logo a Altavia da Motta -Engil colocou a questão de que o preço do concorrente estaria deflaccionado insinuando mesmo questões técnicas de segurança. Acontece que a equipa técnica que lidera o projecto com melhor preço é de um reputado engenheiro e catedrático da FEUP, Adão da Fonseca o que só por si dá todas as garantias.
Sete meses depois da abertura do concurso, tudo se conjuga para que o Estado, mudando os pessupostos , encontre razões para anular o concurso e lance novo concurso assim indo ao encontro das pretensões da Motta – Engil! Claro que tudo isto poderá vir a desaguar num preço muito superior agora que todos os concorrentes conhecem os preços apresentados.
Afinal, bem sabemos que a especialidade da Motta-Engil são as obras por ajuste directo!
só milagres
Não tenho qualquer objecção a que se façam obras públicas estruturantes mesmo quando significam uma redução mais lenta, ou mesmo um aumento temporário, do défice.
Tenho todas as objecções, isso sim, a pagar por elas mais do que devia. Ou, em certos casos, menos. Ou, ainda noutros, simultaneamente menos e mais.
Explico-me:
Pago a mais quando parte do que pago vai parar aos beneficiários do “capitalismo de compinchas” que nos governa. É o caso aqui apresentado pelo Luís Moreira. Paguei a menos pelo Alfa pendular, porque foram adquiridos veículos caríssimos capazes de atingir 260 km/h, mas a falta de investimento nas linhas faz com que a velocidade média entre Lisboa e o Porto não ultrapasse os noventa.
No caso do TGV, ainda não sei se vou pagar a menos, a mais, ou as duas coisas em simultâneo. Se a ligação Lisboa-Poceirão não se fizer, terei pago a menos (mesmo que o resto do percurso seja financiado com impecável honestidade) porque não terá sido feita a parte do investimento que o poderia tornar útil. Se a ligação se fizer nas condições acima descritas, terei pago a mais mesmo que o investimento total se prove útil. E se, não se tendo feito esta ligação, o resto do percurso der lugar a manigâncias semelhantes à acima descrita, terei pago simultaneamente a menos (porque não se investiu tudo o que era necessário) e a mais (porque se pagou mais que o necessário pela parte em que se investiu).
Defendamos com unhas e dentes esta conjugação de desperdício e insuficiência nos investimentos: é tipicamente portuguesa e merece fazer parte do nosso património identitário.
Calma que ainda não estão a contar com os “trabalhos a mais” e as derrapagens que atiram tudo para o dobro.
Quer se queira, quer não, paga-se sempre a mais, por vários motivos: O serviço prestado, a qualidade da obra é foleira e obriga a constantes benfeitorias e melhoramentos. Os prazos nunca são para cumprir. As subempreitadas são a maior vergonha que há. E não deve haver país nenhum onde o metro de estrda seja mais caro que aqui. Quanto à motta, quem paga as obras que eles fazem noutros países, somos nós. Até me mete nojo falar disto.
segunda-feira, 26 de Abril de 2010
PORTUGAL JÁ ENTREGOU A ANGOLA MAIS 500 MILHÕES DE EUROS, PARA ESTES PAGAREM SUAS DIVIDAS AOS EMPREITEIROS PORTUGUESES—
http://economico.sapo.pt/noticias/portugal-vai-doar-800-milhoes-a-angola_87871.html
Angola acciona linha de crédito de 500 milhões para pagar dívidas a construtoras portuguesas
Económico com Lusa
26/04/10 19:30
A linha de crédito acordada em 2009 pelo governo português para Angola vai ser accionada em breve para o pagamento da dívida angolana às empresas portuguesas a operar no país.
Teixeira dos Santos disse à Agência Lusa, após uma reunião com o seu homólogo angolano, Carlos Alberto Lopes, que “ficou acertado que a linha de crédito de 500 milhões de euros, que já fora acordada em 2009, possa ser o mais rapidamente utilizada para efectuar pagamentos a empresas envolvidas em projectos angolanos e relativamente às quais possa haver atrasos nos pagamentos”.
Ainda de acordo com Teixeira dos Santos, que iniciou hoje uma visita de trabalho a Angola que só foi divulgada em cima da hora, esta linha de crédito deverá servir para “uma rápida regularização de situações”, criando “um quadro mais fácil” para a actividade das empresas portuguesas a operar em Angola.
Fala-se em “preços concertados” entre os concorrentes. Quando não há “gambão” e aparece um preço mais baixo, devido a uma tecnica de construção desenvolvida pelo engº portuense que permite baixar imenso o preço da ponte, o Estado toma medidas que vão ao encontro dos argumentos de um concorrente. Isto é o quê? Batota, acaba tudo à mesa das negociações com todos a “comerem” e nós a pagar, porque se não for assim, isto vai parar aos tribunais. Agora é mais subtil, é à luz do dia.
A diferença entre Portugal e os EUA é que em Portugal todos têm inveja de quem ganha epreferem perder a deixar o outro ganhar, ganhando todos no fim. Nos EUA, todos sabem que alguém tem de ganhar, sabem o que têm de fazer para ganhar, todos sabem o que quem ganhou fez para ganhar e no fim ganham todos e o país avança. Já Luis Vaz sabia o que escrevia.
Pedro Rocha, ainda não se pode ter inveja do Coelho, ele aqui por enquanto não ganhou nada. Já ganhou muito, mas isso são outras contas.
Não me referia a Jorge Coelho, nem a Dias Loureiro mas a pessoas colectivas. Nos EUA a empresa que contribui mais para a eleição do Presidente é uma companhia de bananas, que por acaso também tem um presidente equatoriano. E por aí fora. É assim o capitalismo desregulado, que os nove ex-ministros que tão ansiosamente conversaram com o sr. silva se esqueceram de ajuizar.