"Homossexuais no Estado Novo" resgatar a memória dos tempos

Foi ontem publicado com muita visibilidade e presença do Ministro da Justiça e Secretaria de Estado da Igualdade,e dezenas de pessoas , um livro que resgata a memória,a luta e  o sofrimento  dos homossexuais durante
o Estado Novo,um pouco como se tem vindo a fazer em Espanha.

Da autoria da jornalista S.José Almeida , 230 paginas “Homossexuais no Estado Novo” ,Sextante Editora ,prefácio da professora universitária Teresa Pizarro Beleza
Muitos testemunhos de personalidades como Dacosta, Ruben de Carvalho, a propósito da prisão de Júlio Fogaça,secretario geral do PCP, homossexual ,afastado por Cunhal,referência à homossexualidade do  músico comunista , Lopes Graça  e duas senhoras membros do comité central do PCP ,presas muitos anos, e que tiveram uma relação amorosa na prisão ,e que durou até ao fim da vida delas , prof. Fernando Cascais, artista plástico e actor  Oscar Alves
psiquiatra Afonso de Albuquerque,a propósito dos electro choques dados nos hospitais aos homossexuais como tratamento , Eduardo Pitta ,Guilherme de Melo  etc. , historiadores e muitos outros testemunhos , e
até , meus , até a propósito do Manifesto “Pelas Minorias Sexuais” ,de 13 de Maio de 1974, o 1º manifesto  destas minorias  em Portugal,  de que fui um dos autores,e co -escrito na minha casa em Lisboa  .
Ficamos a saber  coisas interessantes:
Que a canção “Ave Maria” cantada no santuário mariano e repetida à exaustão por todo o Portugal em louvor de N Senhora de Fátima é da autoria de António Botto que a ofereceu ao cardeal
Cerejeira,do Brasil.
Por outro lado, a 1ª lei repressiva contra a homossexualidade em Portugal, foi de 1912 ,depois reforçada em tempos do fascismo. Enfim, um dos grandes perseguidos do fascismo por razões de orientação sexual foi Mário Cesariny de Vasconcellos.

Um livro a ler

António Serzedelo

Comments

  1. maria monteiro says:

    Vou ler, obrigada pela informação

  2. Luís Moreira says:

    Uma luta de muitos e muitas conta o obscurantismo que todo o povo, tambem sofreu.

  3. Nuno Castelo-Branco says:

    Olha… que giro. A primeira lei é de 1912? Façam o favor de informar a Fernanda Câncio, pode ser que desta nos poupe tanta propaganda ao “centenário”!

  4. Antonio Serzedelo says:

    Caro Nuno.
    Conheço mal a jornalista Fernanda Câncio que aliás nutre por mim um “ódio antigo de estimação” de capelinha muito comum em Portugal . Considero-a uma jornalista de causas,virulenta , que escreve bem e acredita naquilo que defende.Não sei se defende sempre da melhor maneira,mas…
    Quanto à 1ªRepública talvez uma das suas falhas tenha sido não saber integrar a mulher na cidadania republicana .Foi muito vitoriana nesse aspecto.A mulher em casa ,dar filhos,e o homem burguês trabalhar e mandar .Nesse contexto se compreende a aversão à homossexualidade ainda mais patrocinada pela medicina da época que a considerava doença. Contudo a 1ª Republica abriu portas interessantes que a monarquia esgotada já não era capaz de abrir em Portugal.A 1ª Republica caiu no meio da doença endémica partidária do “bota abaixo” e dos retombés da 1ª grande Guerra que levou a uma crise no país , que faz lembrar a crise mundial que agora a estamos a atravessar , e que faz razia em Portugal também,com o habitual bota abaixo partidário. Contudo, ainda descri das virtudes de um regime como o republicano, e espero que haja um sobressalto da cidadania , e que os portugueses deixem de olhar para Fátima e para o Futebol,”panem et circensis” da época moderna, e olhem par os problemas centrais que temos de enfrentar,sem deixar que os homens políticos reinantes neste últimos 20 anos,pelo menos, nos tentem enganar de novo, com as suas incúrias,displicências e e mordomias.

  5. Antonio Serzedelo says:

    …Errata :Contudo, ainda descri das virtudes de um regime como o republicano, e espero que haja um sobressalto da cidadania ,

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