Social – Democracia. Alternativas?

O liberalismo que se afunda em desigualdades e que defende a “lei da selva” a lei do mais forte? Cada um por si? Ou o socialismo, aprisionado em Estados omnipresentes e omnipotentes, criadores de elites que se perpetuam no aparelho de Estado e que não consegue responder às justificadas ambições de melhor níveis de vida das populações?

A social democracia não representa o futuro ideal se calhar nem o passado ideal mas não conhecemos nada que se lhe aproxime.O consenso social do após guerra representa o maior avanço social a que o mundo já assistiu, pela mão da democracia cristã, pelo conservadorismo britânico e alemão e a social democracia nórdica.Nunca a história assistiu a tamanho progresso, nunca tantos experimentaram tantas oportunidades de vida.

Mas o perigo espreita, com a admiração acrítica do mercado livre, o desdém pelo sector público, a ilusão pelo crescimento eterno. Até aos anos 70 todas as sociedades europeias se tornaram menos desiguais, graças aos impostos progressivos, aos subsídios dos governos aos mais pobres, os extremos de pobreza foram-se apagando. Nos últimos 30 anos deitamos tudo isso fora.

Adam Smith volta a ser citado: ” nenhuma sociedade será verdadeiramente florescente e feliz se uma grande parte dos seus cidadãos for pobre e miserável”. Sem segurança, sem confiança, as sociedades ocidentais ameaçam ruir. A insegurança alimenta o medo. E o medo – da mudança, medo do declínio, medo do desconhecido- corrói a confiança e a independência nas quais assentam as sociedades civis do Ocidente.

Essa rede de segurança social contra a insegurança foi uma das maioras conquistas do sistema, restaurando o orgulho dos perdedores do sistema, trazendo-os para dentro dele e não lhes virando as costas. Então o que falhou? A esquerda moderada continua a criticar, nostálgica das revoltas dos anos 60, sem apresentar qualquer alternativa consistente, abrindo brechas por onde entraram o individualismo feroz, a proletarização e fragmentação do colarinho branco. As maiores críticas à social democracia vêm da esquerda e são comprovadamente falsas, como se verifica pela capacidade do sistema em manter e sustentar as maiores vitórias sociais da humanidade. Uma maior igualdade, a liberdade e uma maior prosperidade.
PS: com Tony Judt – o regresso ao Estado providência.

Comments

  1. maria monteiro says:

    alternativas? Alternativa é ser mais um entre todos os que já não têm medo.

  2. Pedro Rocha says:

    Paradigma. É necessário mudar o paradigma.
    Olhem para o esforço que Obama está a fazer do outro lado do mundo.

  3. mjrijo says:

    Fiquei confusa… onde está essa maior igualdade, prosperidade e liberdade?

    • Luís Moreira says:

      Confusa? Olhe em volta. Conhece melhor que a Europa? Para onde se dirigem os movimentos migratórios à procura de melhor vida? Para onde emigram, Russos, Ucranianos,Africanos, Árabes. americanos do sul…confusa, Maria João?Esse é um dos males de que fala o texto. Indique lá uma alternativa melhor?

  4. mjrijo says:

    Eu olho em volta no meu país, e o que vejo é os ricos a viverem fantásticamente, a classe média deixou de existir, e os pobres a continuarem cada vez mais pobres…isso eu vejo e até vou tristemente fotografando. E quem foram os responsáveis por esta situação? Crente deixei de ser há algum tempo.

    • Luís Moreira says:

      É o que eu digo no meu texto. Nos últimos 30 anos a esquerda que esteve no poder na europa (como é o caso do PS) afundou os países. Mesmo assim continua a não haver melhor.

  5. maria monteiro says:

    os movimentos migratórios à procura de melhor vida vêm para a Europa mas … os movimentos migratórios à procura de melhor investimento fogem da Europa

  6. Luis Gomes says:

    Há alternativa com certeza, a democracia representativa nos termos em que a conhecemos hoje está condenada. E vai morrer vitimada por doença congénita, pois um dos grandes problemas da representatividade é o facto de sendo representados não o sermos…introduzindo o factor aleatório à representatividade teremos algumas garantias de que os nossos representantes sejam efectivamente representativos da massa popular. Não se preocupem que possamos ser representados por incompetentes saídos da mole pois pior que estamos não vamos ficar…

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